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A Barata Velha e Doente

A barata velha e doente se debatia, tentando levantar voo, mas não conseguia. Apenas andava em círculos no piso do quintal. É um animal repugnante, e eu me sentei para observar talvez seus últimos instantes. Abreviar sua existência é o que todos fariam, mesmo se ela estivesse saudável, mas ela estava visivelmente doente e parecia até sufocada. Respiração boca a boca jamais pensei em fazer. Deixa ela partir naturalmente.

Porém, naquele momento, me lembrei das histórias que eu inventava sobre a baratinha para contar à minha filha, que não tinha 5 anos. Eram tantas que ela pedia: “Papai, conta aquela que a baratinha foi no shopping fazer compras.” Eu a colocava no colo, e lá vinha uma baratinha toda dengosa… Quando percebia, estava eu falando sozinho. E puxa! Mal começava a contar, e ela já apagava.

Nesse momento, observei que a barata doente estava inerte. Caramba! Nem percebi sua partida. Enquanto preparava a vassoura e a pá de lixo para o funeral, não é que um pardal estava esperando eu me ausentar do local? Deu uma rasante, e ela teve, sim, seu último voo completado.

Francamente, eu não sabia que pardais apreciavam essa iguaria. Sabia, sim, que, do outro lado do planeta, humanos também apreciam uma espécie de cativeiro. Pois é, história barata é grátis e não custa nada contar.

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