Vômito de Metáforas

Atualizado em 27/07/2024 as 00:13:37

Autoprefácio

Prefácios fazem parte da história da literatura desde tempos remotos. E a praxe é que alguém, geralmente amigo do escritor, ou quando este tem uma editora, influência, dinheiro, ou tudo isso junto, um fodão ou fodona do meio literário. E é claro, o tal prefaciador irá se derramar em elogios, elogiando o autor e sua obra. Porque, como disse um amigo, crítico literário, não faz sentido alguém escrever um prefácio criticando um trabalho pelo qual, de alguma forma, ele foi pago para prefaciar. Isto posto, acreditando que ninguém se atreveria a escrever honestamente sobre esta minha anti-literatura, a não ser que eu pagasse, coisa que jamais faria, decidi que eu mesmo me autoprefaciaria. E não vou aqui com conversa fiada, tentando explicar a forma e o conteúdo do que lerão nas próximas páginas. Não lembro exatamente como, quem e quando surgiu minha inspiração para escrever assim, de uma forma poética, mas desdenhando da estética. Em textos escritos com uma regra única: nenhuma regra. São sempre textos de parágrafo único, onde é tudo corrido, como se eu estivesse num estreito corredor sem poder respirar (representado pela ausência quase completa de vírgulas). E assim me sufoco num campo estreito. Sujeito ao que é imperfeito, e levo o leitor a esse meu labirinto. Misturo política com sexo. Poesia com televisão. Esta é a receita. E quem não aceita, apenas digo que me esqueça. Chamo isso de Pornomatopéias. Palavra que saiu das minhas ideias. E que não espero que ninguém entenda. São versos corridos, muitos sem qualquer sentido. A não ser pelos que caminham pelos meus mesmos caminhos, usando os meus sapatos. Misturo putaria com política, sexo sem nexo, e vômito nas teclas do computador. Onde desfilo minha dor. Construo elegias e denuncio ditaduras. Tudo no mesmo tom. De desabafo. De fúria e de tristeza. Denuncio a traição e o traidor. Denuncio a injustiça e o imperador. Mas não sou um coitado. Apenas busco o reconhecimento. Que é por merecimento. Mas por certo não verei o fim do meu tormento, porque antes a morte a mim há de bradar. Descansa! E se sentir desejo de regurgitar depois de ler, aconselho que antes engula a vida e o caos, para então vomitar metáforas.
Nota: Uma observação sobre a capa: a imagem de fundo foi gerada com auxílio de IA. Mas estava clara demais e não gostava do homem com olhos fechados. Tentei fazer a merda da IA corrigir, mas não consegui. O jeito foi usar meu velho editor de imagem e arrumar isso. Deu um puta trabalho, mas está aí, com o detalhe: OS OLHOS SÃO OS MEUS. Nada como a antiga Inteligência Humana.

Barata, 02 de Junho de 2024

Do Livro:
Vômito de Metáforas
Barata Cichetto
Gênero: Crônicas Poéticas
Ano: 2024
Edição:
Editora: BarataVerso
Páginas: 248
Tamanho: 20 × 20 × 1,50 cm
Peso: 0,500

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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