Atualizado em 05/09/2024 as 11:20:39
A Fúria da Arte: A Vida e Obra de Barata Cichetto
Em meio às luzes frenéticas da cidade de São Paulo, onde a rotina se arrasta em um mar de concreto e histórias não contadas, surge a figura intrigante e multifacetada de Barata. Nascido Luiz Carlos Cichetto, o poeta e artista por trás do pseudônimo kafkiano, não é apenas um nome, mas um furor criativo que desafia as convenções da arte e da vida.
Desde cedo, Barata foi uma alma solitária, buscando refúgio nas páginas de livros e nas notas de discos de Rock. Sua infância, marcada pela timidez e pela pobreza, moldou um espírito inquieto que encontrava consolo nas palavras de Machado de Assis e nas melodias de Lou Reed. Não tinha dinheiro para livros ou discos, mas seu coração era rico em sonhos e rebeldia. Com apenas 14 anos, começou a trabalhar como office-boy e, nas ruas escuras do centro da cidade, encontrou as musas de seu destino: as prostitutas da Boca do Lixo, personagens que se tornariam figuras centrais em sua obra poética.
A jornada de Barata é uma sinfonia de transformações e renascimentos. De bancário a desenhista mecânico, passando por projetista de brinquedos e dono de escola de informática, sua vida profissional refletiu a instabilidade de sua arte. Em 1999, sua mudança para Belém trouxe um novo sopro de inspiração, e ali, nas profundezas do Norte, nasceu o icônico apelido “Barata”. Era a metamorfose do homem em um artista provocador, destemido e intransigente.
O mundo do Rock e da poesia não eram apenas paixões, mas as colunas de um templo que Barata construía com suas próprias mãos. Em 2000, seu site “A Barata” transformou-se em um farol para os amantes da arte e da música, e os eventos que organizava nas casas de Rock paulistanas tornaram-se lendas. Seus escritos, agora não mais contidos, explodiam como uma tempestade, refletindo uma vida de conflitos e descobertas. A poesia de Barata é visceral, crua, uma explosão de sentimentos que desafia o comodismo e a mediocridade.
Seu talento transcendeu as palavras e encontrou novos horizontes na pintura. Em 2016, inspirado pela artista plástica Nua Estrela, Barata lançou-se no universo das tintas e pincéis. Em três meses, criou mais de 80 quadros, capturando a essência do trinômio que define sua vida: Sexo, Poesia e Rock’n’Roll. Cada tela, uma explosão de cor e conceito, desafiava as normas estabelecidas, trazendo à tona temas polêmicos e instigantes.
Barata Cichetto é mais do que um artista; é um incansável agente da transformação cultural. Sua editora artesanal, “A Barata Artesanal”, não foi apenas um meio de publicar livros, mas uma revolução no mundo editorial. Cada obra produzida eré uma peça única, uma afirmação de sua visão: a arte como um ato individual e revolucionário, livre das amarras do politicamente correto.
A sua trajetória é uma ode à persistência e à autenticidade. Barata não se conforma com o status quo; ele o desafia. Ele é a encarnação de uma arte que não se contenta em ser uma mera representação do mundo, mas que busca, com fúria e paixão, transformá-lo. Em 2024, enquanto a cidade continua seu giro interminável, Barata continua a escrever, criar e provocar, mantendo viva a chama de um artista que não aceita a mediocridade e que, com cada obra, nos lembra que a arte verdadeira é aquela que se recusa a ser domesticada.
Realizações Literárias
POESIA
• Arquíloco (1981) (Mimeografado)
• Sangue de Barata (2001/2012)
• Impessoal e Transferível (2002)
• Emoções Baratas (2005)
• O Cu de Vênus (2010)
• O Câncer, o Leão e o Escorpião (2011)
• 1958 (2012)
• Cohena Vive! (Antes do Começo e Depois do Fim) (Multifoco – 2012)
• Versos Orgânicos (2013)
• O Poeta e Seus Espelhos (2013)
• Falo (2014)
• Troco Poesia Por Dinamite (2015)
• O Poeta Xingou Minha Mãe de Puta e Eu Lhe Dei Uma Porrada – (2016)
• A Solidão é Uma Ratazana Cinzenta (Antologia) – (2018 – 2ªEdição – 2020
• Toda Poesia Que Eu Pude Carregar – Tomo I (UICLAP – 2021)
• Toda Poesia Que Eu Pude Carregar – Tomo II (UICLAP – 2021)
• Toda Poesia Que Eu Pude Carregar – Tomo III (UICLAP – 2021)
• Memórias Arrependidas de Um Poeta Sem Pudor (Antologia) – (UICLAP 2023
POESIA EM PROSA
• Pornomatopéias (Amazon – 2019 – UICLAP 2020)
• Vômito de Metáforas – Poesia Crônica – (UICLAP – 2024)
ROMANCES E NOVELAS
• A Mulher Líquida (Amazon – 2018) (UICLAP 2021)
• Jorro (como Olavo Villa Couto) (UICLAP – 2021)
• Satânia – Memórias de Uma Santa Escritas Por Um Fantasma (Olavo Villa Couto) (UICLAP – 2021)
• Desgraçados e Outras Novelas Curta (UICLAP – 2021)
CONTOS / MINI CONTOS
• Contos Não Premiados (2012)
• Porcontos, Ou: A Vida Como Ela Foi (2012)
• Universo Expandido – (2010) (Com R. Cichetto)
• O Homem Que Fotografava Sonhos e Outros 99 Contos (UICLAP 2021)
• Como Escrever Contos Eróticos Com 55 Palavras (UICLAP 2021)
FILOSOFIA POÉTICA
• Filosofia de Pés Sujos (UICLAP – 2020)
CRÔNICAS E ENSAIOS
• O Rock Não Errou (2012)
• Patrulha do Espaço no Planeta Rock (2013 – 2ª Edição 2018) (UICLAP 2024)
• Viver… É Apenas Contar História (2011)
• Syd Barrett Não Mora Mais Aqui! (2013)
• Alpha III – Uma Trajetória Musical (2013)
• Manifesto Sem Eira Nem Beira (2016)
• Liberdade de Expressão e Expressão de Liberdade – A História de A Barata.com.br (Amazon 2018) (UICLAP 2020)
• Opúsculos Sobre o Suicídio e Outras Mortes (Amazon – 2018)
AUTO-FICÇÃO
• Barata: Sexo, Poesia & Rock n Roll (2012)
REVISTAS / FANZINES
• A Pipoca (Mimeografado) (1977)
• Revist’A Barata (Impressa) (2001/2004)
• Revist’A Barata (Digital) (2010/2012)
• KFK Webzine (Digital) (2012)
• Versus (Impressa) (2012)
• PI2 – Politicamente Incorreto ao Quadrado (Digital) (2012/2013)
• Gatos & Alfaces (Impressa) (2014/2015)
ÓPERAS ROCK (Com Amyr Cantúsio Jr)
• Vitória(ou A Filha de Adão e Eva) (2010)
• Seren Goch: 2332 (2013)
• Madame X (À Sombra de Uma Morta-Viva) (2016)
INFANTIL
• A Tartaruga Feliz e o Jacaré Relógio (2016)
POEMAS MUSICADOS
• Sangue de Barata (Tublues -2003)
• Ponto de Fuga – (Cesar Achon – 2009)
• Segredos/Perpetuação/Cão Atropelado (Renato Pop -2012)
• Olhos Vermelhos (Psychotic Eyes – 2018)
• The Vikings Are Coming (Crom – 2017)
ANTOLOGIAS
• Elos & Anelos (2009)
• #MDrama (2011)
• 33 R.P.M. (Relicário de Poesia Marginal) 2014
• 45 R.P.M. (Relicário de Poesia Marginal) 2016
• Noite Aterrorizante (2017)