Eu escutei milhares de discos de Rock, infinidade de poemas lidos
Mas não tenho autógrafo de artistas e não gosto de seus apelidos
Nunca telefonei ao teatro, escrevo poesias e não gosto de poetas
Sou a morte e não gosto dos mortos, amo as putas e os profetas.
Transei com putas e anjos e não acredito em Céu nem em Inferno
Agora ao tocar o telefone imagino o quanto é mortal o meu eterno
Sofro de uma metamorfose ambígua, barata em um ser monstruoso
Durmo bêbado de cerveja e gim-tônica num fim da noite desastroso.
A morte em ritmo de Blues, canos de armas, doença ou atropelamento
Um Rock com guitarra distorcida e um baixo ensandecido num lamento
A cantora de Jazz num ritual macabro corta os pulsos com uma navalha
E o som do sangue que borbulha é trilha sonora de uma balada canalha.
Putas abrem suas bolsas, retiram o batom e pintam os grandes lábios
Chupam o pau do mendigo e dedicam seu desejo aos grandes sábios
Jamais eu morreria antes de Lennon, Barret, Jones, Morrison e Seixas
Porque meu é o caminho da resistência, da persistência e das queixas.
10/12/2009
Do Livro:
Memórias Arrependidas de Um Poeta Sem Pudor
(Antologia Poética, de 1978 a 2025)
Barata Cichetto
Gênero: Poesia
Ano: 2025
Edição: 3ª
Editora: BarataVerso
Páginas: 796
Tamanho: 16 × 23 × 4,04 cm
Peso: 1,2 kg
Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador.
Viva o Blues da Morte ! Do caralho, Barata ! 👏👏👏👏👏👏🎸🎸🎸🎸🎸🎸😎😎😎😎
Opinião de Vinnie BLUES é altamente importante!