Clair de Lune — Capítulo 8

O ano de 1940 começava e as coisas na Europa estavam cada vez piores os conflitos se espalhavam por todos os lugares, a invasão alemã na Polônia se mostrava violenta, as notícias de ataques aos judeus tornam-se cada vez mais constantes, o governo inglês entra num processo de mudança política, e fica claro que Winston Churchill, membro da Câmara dos Comuns, violento crítico ao nazismo alemão e chamado de belicista por muitos, poderá ser eleito Primeiro Ministro, o povo anseia por isso, pois muitos o consideram o homem apropriado para realizar as ações necessárias para que a Inglaterra se proteja adequadamente contra eventuais ataques inimigos, frente a possível guerra que se mostrava no negro horizonte Europeu.

Jean decide conversar com Evelyn sobre a ideia de conseguir um lugar em algum vôo militar norte-americano para Paris, estava desesperado, não conseguia mais suportar a possibilidade de seus pais continuarem numa região de conflito, ela tenta de todas as formas ajuda-lo, mas tinha medo pela segurança dele, então lhe diz:
— Meu amor eu vou fazer o que for possível, mas os voos para a Europa, mesmo para a aviação militar norte-americana, estão restritos, essa restrição vem da própria Real Força Aérea Britânica que faz o controle aéreo de todo o Reino Unido, nós não temos ingerência sobre isso, os nossos malotes de comunicação com Paris estão tremendamente prejudicados, mas vou fazer o meu melhor, mas se acalme, não vai adiantar nada você ficar tão ansioso.

Os dias vão passando Jean consegue, às vezes, contato telefônico com seus pais, e estes continuam com o mesmo pensamento, dizem que está tudo bem e que a guerra é apenas entre a Alemanha e a Polônia, nada mais e que os nazistas ficarão por ali mesmo.

No dia nove de abril chega a notícia alarmante de que a Alemanha Nazista invadiu a Noruega, numa batalha muito rápida, a rádio BBC começa a noticiar a nova estratégia militar nazista, batizada como Blitzkrieg, ou Guerra Relâmpago, essa tática militar de nível operacional utilizava forças móveis em ataques rápidos e de surpresa, não dando tempo para que as forças inimigas pudessem organizar as suas defesas, os seus elementos essenciais eram o efeito surpresa, a rapidez da manobra e a brutalidade do ataque, com isso eles objetivavam a desmoralização do inimigo e a desorganização de suas forças.

A Blitzkrieg só funcionava adequadamente se conseguisse coordenar de forma perfeita a Infantaria, os Blindados e a Força Aérea, todos agindo em conjunto para romper as linhas inimigas num determinado ponto de ruptura, isso causa um enorme espanto a todos, pois não se esperava que a Alemanha tivesse recursos financeiros ou financeiros para conseguir tudo isso.

Como consequência dessa nova tática, no dia dez de maio a Alemanha invade a Holanda, Bélgica e os Países Baixos, deixando a Europa toda em convulsão, estava estabelecida uma guerra em ampla frente, e temiam que o próximo alvo pudesse ser a França.

Nesse mesmo dia Winston Churchill assume o cargo de Primeiro Ministro após ser eleito por ampla margem, em seu discurso de posse foi bastante simples e enfático:

— Não tenho nada a oferecer, para além de sangue, sofrimento, lágrimas e suor.

E imediatamente começa a se aproximar de Franklin Roosevelt, tentando fazer com que os Estados Unidos entrem na guerra apoiando os Aliados, ele diz que isso seria essencial para vitória aliada, e inicia um processo de apoio às forças armadas e entrada de corpo e alma na guerra contra o nazismo.

Após tantas notícias ruins Jean ouve na BBC de que a Alemanha havia iniciado um ataque combinado ao Norte da França, todos os temores dele se materializam, ele tenta desesperadamente entrar em contato com seus pais, mas os telefones estão mudos,

Entra em pânico, e Evelyn então insiste com o Embaixador um auxílio, não estava mais suportando ver o desespero do marido, embora ela também estivesse assim com a possibilidade dele ir até Paris e ficar preso por lá sem possibilidades de resgate, mas mesmo assim continua insistindo com ele.

Como avanço do exército nazista, os exércitos da Inglaterra da França e da Bélgica espalhados por cerca de duzentos e cinquenta quilômetros para dentro do Canal da Mancha estavam cercados pelos alemães, as tropas estavam exaustas empurradas constantemente pelo avanço dos Panzers inimigos, a retirada dessas tropas seria a única solução.

Na manhã de vinte e seis de maio o Ministro da Guerra Anthony Éden autoriza o recuo geral para a costa e ali se daria o mais dramático resgate de toda a história numa Operação de Codinome Operação Dínamo, havia cerca de trezentos e trinta mil soldados a serem evacuados e salvos da morte certa, Churchill faz uma apelo dramático para que todo barco que estivesse próximo ao Canal da Mancha, mesmo que fosse um barco comercial, auxiliasse nessa evacuação.

Enquanto a evacuação se fazia, no dia quatro de junho Churchill faz um de seus mais famosos discursos, conhecido pelo título de “We hall never surrender”, onde diz:
— Vamos até o fim. Defenderemos nossa ilha em qualquer que seja o curso, lutaremos nas praias, lutaremos onde descerem, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nos montes, nunca nos renderemos!

As notícias que chegavam do continente europeu deixavam a todos muito preocupados, a invasão alemã seguia em frente, a resistência dos exércitos aliados era desordenada e recheada de equívocos, o isolamento dos exércitos britânicos e franceses na Bélgica fez com que as forças aliadas perdessem muito de sua força, e todos esses fatores facilitaram o avanço nazista.

A resistência oferecida pelos franceses comandados por Gamelin não era suficiente para conter o avanço das divisões brindadas de Von Rundstedt, isso causou uma desordem total e um desespero das tropas, inúmeros soldados abandonavam a cena de guerra deixando pelo caminho suas armas e equipamentos, o desabastecimento era outro fator crucial, as tropas passavam fome e inúmeras outras necessidades o que abaixava muito a moral de todos.

Milhares de franceses estavam abandonando as suas casas, causando uma enorme migração para a região oeste do país, quem ficou em Paris passava os dias com rotinas de guerra, frequentemente eram conduzidos a abrigos pelo risco de bombardeios, as ações dos aliados tornam-se cada vez mais descoordenadas.

Frente a todos esses acontecimentos a Embaixada Norte Americana estava em alerta total, as notícias vindas do Front davam certo o rumo do Exército Nazista em direção a Paris, e naquele momento havia várias autoridades dos Estados Unidos na França, alguns da área civil outros da área militar, isso deixava a todos ainda mais preocupados, não se podia imaginar a atitude que seria tomada pelos nazistas em caso de invasão.

Era o dia doze de junho, os trabalhos na embaixada estavam intensos, ao final desse dia cansativo Evelyn é chamada à sala do Embaixador, ela senta e ele diz a ela:
— Devo muito a você minha cara Evelyn, você sabe que eu tenho por você a mais alta estima, não quero que nada lhe aconteça, mas devo confessar que sinto receio que seu marido possa ir à Paris a esta altura, pois as tropas alemãs estão entrando na França, quase não há resistência, as tropas inglesas e francesas não resistirão por muito tempo e Paris fatalmente será invadida.

— Daqui a dois dias um avião militar norte-americano sairá daqui com destino a Paris, ele terá a missão de resgatar o Embaixador dos Estados Unidos da América e algumas outras pessoas importantes a fim de salvaguardá-lo dessa possível invasão, mas o avião ficará em Paris por, no máximo, três horas, posso colocar seu marido dentro dele, mas esse é o tempo que ele terá entre pegar os pais e voltar ao avião, ele não irá esperar nem mais um segundo.
— Mas repito: ele terá apenas três horas para ir até os pais convencê-los a voltar com ele e chegar ao aeroporto a tempo.

Evelyn olha para o Embaixador e tem a mais absoluta certeza e que esse caminho é muito perigoso, teme perder o marido, estava numa situação extremamente ruim, pois estava pressionada pelo marido a ajudá-la, e por outro lado ela não queria que ele fosse.

Ela então diz ao amigo:
— Imagino a dificuldade que deve ter tido para conseguir essa concessão, e fico muito agradecida por isso, é uma prova da consideração que tem por mim, estou numa situação muito delicada, sei do perigo e do risco de ficar sem ele, mas por outro lado entendo o lado de filho, se minha família estivesse nessa situação eu também faria o mesmo.

— Acho que minha consciência me dirá para dizer a ele que o Senhor lhe conseguiu isso, mas farei isso com meu coração em prantos e dor, tenho até a noite de hoje para decidir, por enquanto não sei como agradece tamanho presente.

O Embaixador se levanta, vai até Evelyn e a abraça com muita ternura, ela cai em prantos, a dor no coração dela pelo medo de perder seu amor era muito forte, ele a afasta um pouco e lhe diz:
— Tenha fé em Deus, nada acontece sem a permissão Dele.

Os trabalhos na Embaixada naquele dia terminam, Evelyn sai e vê Jean esperando-a no carro, ela entra e o beija como de costume, voltam para casa em silêncio e Jean percebe isso e pergunta para ela:
— Está tudo bem com você meu amor?

Evelyn olha para ele e diz:
— Apenas cansaço meu amor, preciso de um banho e uma bebida.

Ela se demora no banheiro, Jean prepara uma refeição rápida e simples, assim que ela sai do banheiro vai à cozinha, ele estava cozinhando, ela senta com um copo de vinho, dá um longo gole nele e diz ao marido:
— Jean eu preciso lhe dizer algo que está me deixando muito preocupada, na verdade está me deixando apavorada.

Ela diz isso e seus olhos enchem de lágrimas, ele percebe, pára de fazer o que estava fazendo e vai até ela, senta ao lado olha diretamente para os olhos dela, enxuga-os, percebe nitidamente a aflição em que ela se encontrava e fala:
— Me diga meu amor, o que está te perturbando?

As lágrimas começam a escorrer dos olhos dela, Jean fica realmente preocupado, acha que algo de muito sério possa ter ocorrido, então insiste:
— Vamos meu amor, me diga o que está te causando isso.

Então ela olha diretamente nos olhos dele e diz:
— Tenho medo de perder a coisa que mais amo neste mundo.

Jean não compreende, apenas olha para ela, e assim continua:
— O Embaixador me chamou em sua sala hoje, me disse que um avião partirá daqui de Londres daqui a dois dias com destino a Paris, ele eira buscar o Embaixador dos Estados Unidos que mora em Paris, mas ele ficará no aeroporto não mais que três horas, pois o Embaixador já estará esperando-o no aeroporto, ele poderá colocá-lo nesse avião, mas três horas é o tempo que você terá para sair dele convencer seus pais e voltar para o avião.

Após dizer isso ela desaba, o choro é compulsivo, ela se abraça a ele e diz em prantos:
— Por amor a Deus e a mim, me diga que voltará para meus braços, me diga, por favor.

Jean fica muito abalado com a cena, a possibilidade de ir até seus pais e traze-los em segurança para Londres o deixa aliviado, mas ver a mulher que tanto ama naquele estado por causa dele lhe deixa muito mal.

Tenta acalmá-la de todas as formas, então lhe diz:
— Não tenho palavras para te agradecer pelo ato de amor em conseguir o vôo, e pela demonstração de amor que tem por mim, sabe que terei que ir, são meus pais, mas amo você da mesma forma que me ama, esteja certa que eu voltarei, me espere meu amor.

Aquele dia os dois passam calados e abraçados o tempo todo, Jean estava de certa forma aliviado em poder tentar trazer seus pais, porém sente certo temor em que algo aconteça e ele tenha dificuldades em voltar, afinal o mundo estava envolto em guerra novamente.

Chega o dia, Gregory leva Jean e Evelyn ao aeroporto, ele estaciona na frente do portão de entrada, se abraça ao amigo e deixa escapar uma lágrima, quando diz ao amigo:
— Volte para nós, tenha cuidado.

Jean apenas balança a cabeça em sinal positivo, e o amigo volta ao carro e deixa Jean e Evelyn a sós, eles se abraçam, ela então diz a ele:
— Não me abandone, volte para mim, não conseguirei viver sem você, volte para mim, por favor, meu amor, estou com medo.

Jean estava muito emocionado, segura as lágrimas, então responde a ela:
— Eu voltarei, não quero deixar de viver a vida maravilhosa que é estar ao seu lado.

Decididamente ele pega sua pequena mala e se dirige para dentro do aeroporto, vai até o balcão indicado pelo Embaixador e se identifica, e rapidamente é conduzido por uma porta lateral até o DC3 da Força Aérea Norte Americana, quando chega é gentilmente recepcionado por um soldado da Polícia da Aeronáutica que o conduz ao interior da aeronave, logo ela inicia o procedimento de taxiamento, se dirige à cabeceira da pista, recebe a permissão para a decolagem e logo a belonave se encontrava em direção à seu destino.

Evelyn acompanha a decolagem do avião abraçada a Gregory, ambos choravam, o medo de perdê-lo era enorme, a aeronave se dirige ao céu e logo se perde em meio à névoa que se fazia presente naquele dia de clima costumeiro em Londres, e os dois voltam ao carro como se tivessem participado de uma cerimônia fúnebre.

Jean estava no avião com uma ansiedade enorme, também tinha medo da situação, mas teria que tentar trazer seus pais de volta, se não fizesse isso se sentiria culpado pelo resto da vida caso algo acontecesse a eles, a viagem não é longa e logo descem em Paris, assim que ele desce o mesmo soldado que havia conversado com ele no embarque reforça as instruções quanto ao tempo de permanência do avião, e diz textualmente a ele que se ele não estivesse ali na hora prevista, o avião voltaria imediatamente a Londres, que naquele momento o relógio marcava duas horas e quinze minutos, o prazo limite era às cinco horas e quinze minutos daquela mesma tarde, nem um minuto a mais nem um minuto a menos, Jean compreende e agradece ao jovem.

Pega o primeiro taxi que encontra e se dirige ao restaurante de seu pai, o trânsito estava intenso, a cidade estava muito agitada, todas as pessoas estavam nervosas, durante o trajeto Jean percebe a intensa movimentação de carros com bagagens amarradas no teto dos veículos, e ali percebe nitidamente a gravidade do momento, muitas pessoas estavam abandonando a cidade com medo de uma invasão alemã, e o medo que sentia aumenta muito, a imagem de Evelyn se forma me sua mente, e isso lhe causa um tremendo mal estar.

Percebe coisas que o deixam apavorado: havia prédios destruídos como que se tivessem sido bombardeados, e essa impressão é confirmada pelo motorista, a cidade estava sendo alvo de bombardeios alemães, e frequentemente tinham que abandonar tudo para se refugiarem em abrigos subterrâneos, a vida em Paris estava um caos, o motorista o pergunta a ele se havia voltado de algum lugar, Jean confirma que estava vindo de Londres, o motorista o considera um louco, as tropas alemãs estavam às portas da cidade, ele próprio estava fazendo a sua ultima viagem, iria fugir para o sul do país junto à família, e aconselha o mesmo à ele.

O carro chega, eram três horas da tarde em ponto, o tempo foi demorado demais devido ao intenso tráfego, terá que ser muito rápido em seus objetivos, ele paga o motorista rapidamente e voa para dentro do restaurante, é atendido pelo Maitre que lhe diz que seu pai não estava, tinha ido ao restaurante de sua mãe, ele voa para ele.

Quando chega toma conhecimento de que tinham ido ao mercado buscar algumas coisas, ele então se desloca até lá o mais rápido que pode, chega ao mercado por volta das três horas e trinta e um minutos, sai a procura de seus pais e os encontra numa banca de verduras de um amigo da família, ele chega todo nervoso e causa um imenso susto em todos, então ele pede desculpas ao dono da banca e sai de lá puxando os pais, e diz a eles:
— Não temos muito tempo, mas tenho uma carona num avião da Força Aérea Norte Americana que parte às cinco horas e quinze minutos, ele nos levará a salvo para Londres, vamos comigo, os alemães estão invadindo a França e logo estarão aqui, os exércitos aliados não estão conseguindo barrar o avanço deles, peço pelo amor que têm para mim que voltem para Londres comigo.

Ele estava muito nervoso, seu pai então lhe diz:
— Não acredito que você tenha vindo de Londres para cá nos dizer isso, pensei que você tinha se convencido de que não sairemos de nossa cidade, soubemos que os alemães não gostam de judeus e nós não somos judeus, então mesmo que chegue a nos invadir, o que ainda acho muito difícil, nada nos acontecera, não sei de onde você tirou a ideia de que algo pudesse nos acontecer, além de que já somos velhos, e os velhos morrem.

Jean começa a ficar nervoso com a postura de seu pai, então se dirige à mãe, mas ela também tinha uma visão muito parecida com a dele, e ainda diz a ele:
— Fique conosco por um tempo, esse conflito logo será resolvido, não tenha medo tudo irá se resolver, mas você já almoçou?
— Vamos ao restaurante que preparo um lanche daqueles que você tanto gosta.

Jean não tinha comido nada e não tinha fome alguma, ele ainda tinha um tempo antes de voltar ao aeroporto, então decide ir com eles até o restaurante e iria fazer a sua última tentativa.

Durante o trajeto percebem que a agitação tinha atingido níveis alarmantes, havia um princípio de histeria, o nervosismo estava a flor da pele de todos, muitos brigavam outros gritavam, mulheres choravam, isso deixa Jean e seus pais muito ansiosos, assim que chegam no restaurante o caos estava instalado nele, muitos dos trabalhadores do estabelecimento haviam abandonado o emprego, o local estava abandonado, então encontram um dos Garçons, o mais velho de todos, este chega a eles e diz:
— Infelizmente os alemães acabam de invadir Paris, todos fugiram.
Jean entra em pânicos, pega seus pais e diz a eles:
— Vamos embora, pelo amor de Deus, vamos embora, ainda temos tempo, o avião irá nos esperar até as cinco horas e quinze minutos, nós ainda temos tempo.

Eram quatro horas e cinco minutos, os pais de Jean não irão abandonar a cidade, então ele abraça sua mãe, as lágrimas banham o rosto dos dois, ele sabia que aquela podia ser a última vez que iriam se ver, o pai o abraça também, e diz para mandar um beijo para Evelyn, e que se cuidassem.

Com uma enorme dor no peito Jean sai dali, tenta pegar um taxi sem sucesso algum, o caos era total, se fosse a pé para o aeroporto não chegaria a tempo, então sai correndo tentando pegar carona ou algo assim, mesmo assim tenta sinalizar para alguns taxis que passam e simplesmente nem olham para ele, de repente ele observa um carro parado com as chaves no contato, não pensa duas vezes, entra nele dá na partida e sai voando para o aeroporto, eram quatro horas e trinta minutos.

Apesar de todo o caos ele chega a uma quadra do aeroporto às quatro horas e quarenta e oito minutos, fica aliviado em saber que conseguirá pegar o avião de volta, vai até o saguão, no local combinado com o soldado com quem havia combinado e percebe que não há ninguém ali, vai até o balcão de informações e pergunta sobre o avião militar dos estados Unidos, e recebe uma informação que o deixa atônito: ele havia partido fazia cerca de trinta minutos.

Ele estava abandonado em Paris e sem chances de voltar à Londres, senta na calçada em meio ao caos, parecia que estava “fora do ar”, apesar de todo o ruído provocado pela confusão e movimentação das pessoas ele se sentia como se estivesse com os ouvidos tapados, e momentaneamente fica sem saber o que fazer, não conseguia raciocinar sobre o que acabara de acontecer, a imagem de Evelyn lhe vem à mente, então instintivamente pega seu relógio de bolso abre sua tampa e fica olhando o retrato de sua linda mulher, seu coração bate fora de compasso, fica ali por alguns instantes, então se levanta, iria voltar à casa de seus pais, e dali tentaria ir para o norte da França, e tentar retornar à Londres, ouviu os comentários de que os voos estariam todos cancelados por tempo indeterminado, então a única forma de escapara seria através de barco, mas isso o levaria diretamente para o ponto onde a invasão alemã se iniciou.

Quando chega no restaurante de seu pai encontra os dois sentados tomando uma taça de vinho, assim que entre sua mãe percebe e fica aflita, vai até ele e o abraça, e diz a ele:
— O que aconteceu meu filho, por que voltou?

Ele explica o que aconteceu, e os três se abraçam e as lágrimas escorrem do rosto de todos eles, aquela seria uma das noites mais tristes daquelas três criaturas.

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Do Livro:
Clair de Lune

Walter Possibom, São Paulo, SP é autor de Um Brilho nas Sombras e Quando os Ventos Sopram na Pradaria. É editor dos Blogs Planet Caravan e Walter Possibom Escritor, e além de músico, Livre Pensador.

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