Coronarianas

Foi há quatro anos que a loucura começou. Lembro bem, pois foi pouco antes do Carnaval de 2020. Começaram a falar sobre a “Peste Chinesa”, ridículos comerciais em rádio e televisão ensinando… a lavar as mãos. Então proibiram as missas e cultos em igrejas, depois proibiram idosos de serem visitados, depois obrigaram a usar máscaras. Na televisão, era 24 horas falando disso, tocando o terror. Assim criaram a “Infodemia”.

O medo é a arma maior e mais poderosa, e assim cooptaram médicos que discordavam de seus métodos, espancaram mulheres por estarem na praça, nos prenderam em casa, colocaram carros de som estimulando as pessoas a dedurarem vizinhos teimosos.

Ah, sim, ouvi e li muitos dizerem que sairíamos melhor dessa, que nos tornaríamos seres humanos melhores. O tempo mostrou o contrário, como era de se esperar.

Pessoas entraram em pânico e, sem poder trabalhar, entraram em depressão, se afundaram em álcool e outras drogas. Muitos se mataram. E os políticos? Bem, se aproveitaram como fazem os urubus.

Quando instauraram a República do Vírus, e chamavam de Quarentena, muitos acreditaram que eram mesmo apenas quarenta dias e se esticaram no sofá vendo Netflix, defendendo as duras decisões, com seu salário na conta caindo, como professores e demais funcionários públicos. Outros, que dependiam de estar nas ruas, como vendedores e comerciantes, se desesperaram.

Bem, quando começou a loucura, desde 18 de março de 2020, passei a escrever crônicas ou apenas desabafos, que publiquei no Facebook, às vezes mais de um por dia. No início de 2021, extingui aquela conta e tudo se perdeu. Passei a evitar qualquer menção à “Fraudemia” como um crente evita falar o nome do Diabo, mas agora encontrei esses textos, alguns bons, outros nem tanto, mas que resolvi recuperar e publicar. Apenas para que não nos esqueçamos do que fizeram de nós.

Propositalmente, estou postando na ordem cronológica decrescente, de fim de maio a meados de março. O título desta série “Coronarianas” criei espontaneamente desde o primeiro texto, pois o tal corona (vírus) fez as coronárias de muita gente explodirem.

Barata Cichetto, 07/02/2024

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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