Atualizado em 27/07/2024 as 19:27:53
Ainda falta muito para que pessoas possuidoras de pontos de vista à direita das múltiplas formas pensamento e modos de agir à esquerda deixem ser vistas como atrasadas, reacionárias, lunáticas, terraplanistas, negacionistas, desinformadas e, sobretudo, serem tachadas de “fascistas”. Aliás, essa pecha se aplica criminosamente a qualquer ser vivente que questione, ainda que sutilmente, e com certa carga de razão, os ditames filosóficos de origem marxista aplicadas há décadas na formação cultural, filosófica, religiosa e profissional das pessoas. Hoje, se fala abertamente sobre o processo de doutrinação esquerdista aplicados nas escolas desde há muito tempo. Isso tem gerado ruídos fortes na grande mídia. Não se pode negar que as cartilhas do pensamento dito “progressista” agiram eficazmente, mesmo sobre aqueles que nunca de importaram em saber que sempre foram usados como massa de manobra por pessoas e entidades cujos objetivos sempre foram, e será, a liderança de uma sociedade controlada e submissa a uma só verdade, ainda que esta se sustente na interpretação propositalmente deturpada da História.
O ano de 2020 foi, entre outras coisas, um campo de batalha em que as ideias da esquerda “progressista” e da direita “conservadora” entraram em choque. Não que esses embates não tivessem ocorrido antes, mas um fato que já faz parte da História deixou todos os nervos expostos: a campanha eleitoral nos EUA e todos os mecanismos que lavaram à derrota de Donald Trump, candidato à reeleição, cujos reflexos se fazem sentir no mundo inteiro. Foi um vale-tudo onde realmente tudo valeu. Esse fato possui um simbolismo muito intenso. A guerra continuará ainda mais acirrada nos anos vindouros, pois, novos atores emergiram nesse caos de ideias conflitantes. Aliás, os termos progressista e conservador estão entre aspas por darem espaço a uma enorme margem interpretativa, onde tudo cabe.
Onde entra a Destro nisso tudo?
O livro no formato de HQ lançado em 2020 apresenta um cenário apocalíptico onde as ideias progressistas venceram as conservadoras. O tempo em que João Destro, que, dependendo do ângulo em que é visto,é um ‘rebelde com causa’ ou um fora-da-lei que merece ser caçado, localizado e destruído, uma vez que o governo das Três Torres não admite oposição. Nesse caso, João destro é um subversivo da mais alta periculosidade. Os autores da controvertida HQ avançaram apenas 25 anos no tempo. Lá, o cenário é só mais grave do que o que se vê hoje, por exemplo, na Venezuela do ditador Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, idealizador do “Socialismo do Século 21”. Observa-se que a tecnologia da informação é usada pelo poder dominante como uma arma de — ora vejam! — de desinformação, intrinsecamente ligada aos mais diversos métodos de controle social. Esse cenário aterrador bem que pode ser o Brasil, se falharem todas as tentativas de fazer a sociedade (ou grande parte dela) a pensar e agir fora da bolha.
É evidente que cenário apocalíptico de 2045 carrega fortes traços de George Orwell, AynRand, Ray Bradbury e Adous Huxley, os quais, cada um a seu modo, pintaram com tintas fortes um mundo que eles anteviam já em suas respectivas épocas. Não é necessário dar spoiler sobre as aventuras de João Destro contra a opressão aplicada pelo governo das Três Torres. Cabe a cada leitor julgar por si, e deduzir que o ano de 2045 é logo ali.
No mais, cabe ressaltar a ótima qualidade gráfica e, o que tão importante quanto, a objetividade do texto. A meu ver, a HQ não tem como objetivo doutrinar os leitores, e sim, ajudá-los a pensar sob uma perspectiva diferente daquela que é apresentada nas escolas, nos meios de comunicação e no mundo cultural, cujas ideias de esquerda muitas vezes não apenas distorcem fatos, mas omitem contradições e até crimes cometidos contra a humanidade ao longo do século 20 e, inclusive, no atual. Pensar pode ser sinônimo de ousar. Nesse contexto, ser um subversivo é uma virtude.
Destro
Luciano Cunha e Michel Gomes
Editora Super Prumo
2020
Comprar: Loja Super Prumo
Genecy Souza, de Manaus, AM, é Livre Pensador.
Possui textos publicados na revista digital PI Ao Quadrado e na revista impressa Gatos & Alfaces.
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