Nasci em São Paulo em 1962. Entre 62 e 75 morei em Guarulhos, Pirituba e centrão velho da capital. Em 1975 meu pai foi transferido para Brasília, onde moramos por 16 anos. Em 1986 entrei para a faculdade de Artes de Brasília. E foi um período inesquecível pois também arrumei o meu primeiro emprego como desenhista profissional no SENAC AR/DF (onde atuei por quatro anos).
Em 1987 realizei minha primeira (e única) exposição de desenhos no Espaço Cultural do Banco Central com bom reconhecimento da crítica e público. Em 1989, ao criar estampas para uma loja especializada em camisas esportivas, surge o embrião do que viria a ser o personagem Zé Gatão. Em 1991 voltei para São Paulo com toda a família, morando no centrão velho, local que era conhecido como Boca do Lixo, mais tarde batizado de “cracolândia”. A primeira Bienal de Quadrinhos do Rio de Janeiro (mas eu visitei a versão que exibiram no SESC Pompeia em Sampa) me induziram a tentar me auto expressar com as narrativas gráficas. Neste recomeço, decidi criar as minhas histórias em quadrinhos, algo entre o sci fi estilo Moebius e o terror da Ec Comics, mas sem grandes resultados.
Em 1992, Zé Gatão e seu universo antropomorfo foram oficialmente criados. Estes anos em São Paulo foram amargos, atuei como ilustrador para algumas pequenas editoras, realizando artes para revistas de games, posters de atores de cinema e rockstars, desenhos para revistas de art pop e coisas do tipo. Para ajudar meu pai nas despesas da casa, pintei muitas telas a óleo com temas indígenas e até releituras de clássicos da arte – Manet e Picasso, por exemplo – para ele vender em feiras de arte (quase sempre com baixas procuras).
Como eram tempos difíceis em termos de dinheiro e vivendo uma existência solitária, a depressão meio que marcou a personalidade do felino Zé Gatão em histórias violentas, com forte apelo erótico, mas sem possibilidade para publicação, uma vez que não haviam editoras que abrigassem aquelas sagas. Em 1994 dei início ao álbum que ficaria conhecido como Zé Gatão – A Cidade do Medo. Em meio a tudo isso, fiz estampas para camisetas para confecção, dos chineses do Brás. Bicos em oficinas de serigrafia, pintei murais de mulheres peladas nos cinemas pornô do centro e criei artes para algumas agências de publicidade, inclusive uma embalagem para a fábrica de brinquedos Estrela.
Em 1997, com empréstimo que eu e meu pai fizemos num banco, publicamos do nossos próprios bolsos o primeiro livro do Zé Gatão: “A Cidade do Medo”. Eu mesmo fiz a distribuição (sempre de ônibus e metrô) nas comic shops da cidade. Foi um tour de force mas com o tempo o personagem ganhou resenhas em jornais e revistas (não havia internet, muito menos sites e canais de HQs) e passou a ser comentado pelos que “entendiam” de quadrinhos nas gibitecas e locais de encontros de fãs de gibis. E foi aí que notei também o preconceito com determinado tema e a exclusão dos que não pensam coletivamente. Em 1998, retornei a Brasília e trabalhei como desenhista em uma empresa de comunicação que fazia quadrinhos instrucionais para o governo do DF. Foi neste contexto que novas histórias do Zé Gatão foram elaboradas.
Trabalhando entre São Paulo e Brasília, criei diversas histórias em quadrinhos porno eróticas que pagavam um preço bem razoável por página, para pequenas editoras paulistas. Foi um momento profícuo, que durou até 2003, já morando de novo definitivamente em Brasília. E foi exatamente no ano de 2003 que teve dois momentos marcantes: foi publicado pela Editora Via Lettera o segundo livro do Zé Gatão chamado Crônica do Tempo Perdido e minha mudança para o nordeste do país, Jaboatão dos Guararapes – PE, onde vivo até hoje.
Durante esses 17 anos publiquei três álbuns de anatomia voltada para artistas, pela Opera Graphica e ilustrei 45 livros da literatura clássica brasileira para a Editora Construir, de Recife. Elaborei manuais de desenho para iniciantes em seis volumes para a Editora Escala, de São Paulo, e outros tantos para diversas pequenas editoras. Criei mais cinco livros de anatomia para a Editora Criativo (que também republicou os 3 primeiros da Ópera Graphica).
Em 2011 é lançado pela Devir, Zé Gatão – Memento Mori. Neste mesmo ano a P.A.D.A. (um grupo de artistas pernambucanos) edita também uma coletânea de histórias curtas, engavetadas, em tiragem limitada, do álbum “Especial PADA, Zé Gatão”. Em 2015, também pela Devir, chega ao público Zé Gatão – Daqui Para a Eternidade. Em 2018 finalmente é publicado A Vida e os Amores de Edgar Allan Poe, com roteiro de R. F. Lucchetti e desenhos meus. Passei 6 anos trabalhando neste projeto.
Em 2019 chega o álbum em quadrinhos “O Bicho Que Chegou a Feira”, baseado na obra de Muniz Sodré, com roteiro de Marcelo Oliveira Lima e arte minha e de Allan Alex, Alex Genaro, Hugo Canuto e Naara Nascimento (cada artista ilustrando um capítulo da obra em seu traço peculiar).
Em dezembro de 2020 a Atomic Editora publica Phobos e Deimos, um livro que reúne sete HQs produzidas entre 2003 e 2004 e ficaram engavetadas por mais de quinze anos. Em 2023 é publicado pela Atomic o volume final de Zé Gatão intitulado “Siroco”. Todos esses anos labutando num ambiente de caos.
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