Entrevista | Barata a Crisberg Luan ao Blog “Febre de Livro”

Entrevista ao blog “Febre de Livro”, de Crisberg Luan feita por email, e publicada em 11/08/2016. Até hoje, em Fevereiro de 2024, ainda continua, por milagre, no ar.
https://febredelivro.blogspot.com/2016/08/entrevista-luiz-carlos-giracol-cichetto.html

– Primeiramente fala um pouco sobre você.

Meu nome é Luiz Carlos Giraçol Cichetto, sou conhecido como Barata, em função de um site cultural que criei em 1997. Tenho 58 anos e nasci no mesmo ano que Cazuza, Madonna, Bruce Dickinson, Tim Burton e Michael Jackson. Sei escrever poesia, conto, prosa, ensaio, crônica. Cozinho razoavelmente bem, mais para razoável do que para bem. Sei editar e encadernar livros; sou carpinteiro amador, pedreiro de quebra-galho e eletricista sem formação. Já fui office boy, projetista de brinquedos, analista de ISO 9000. Sei fazer programas. De rádio inclusive. Já fui sócio de escola de informática, auxiliar de escritório. Tenho diploma de arquivista e de datilografia. Ah, e curso de microfilmagem e almoxarifado. Já fiz montagem, formatação e instalação de computadores. E umas centenas de sites. Já fui bancário, escriturário, analista de informática; vendedor de loja de artigos esportivos; desenhista mecânico e mais umas cem profissões. Já organizei eventos de Rock, poesia e até fiz sites para puteiros. Tenho experiência em muitas coisas, até mesmo em casamento e em criar filhos. Ah, já plantei árvores também. Mas, não querido amigo, isso não é um currículo profissional, parece mais um testamento que não deixará nada de valor a nenhum herdeiro.

– Como começou o seu interesse pelo mundo da escrita?

Olha, Grisberg, não consigo precisar, mas creio que tenha sido desde que fui alfabetizado. As imagens e textos da cartilha que minha mãe me alfabetizou me fascinavam. Eu vivia procurando livros para ler. Nunca tive muitos recursos financeiros, mas me associava a bibliotecas publicas, pedia emprestado e lia. lia muito. De tudo que me caísse na frente. Então, o despertar para a escrita nasceu ali, da minha fascinação pela leitura. As primeiras coisas que escrevi, que eram uns contos bem curtos e simples, foi com a idade de cerca de 10 anos.

– Todo escritor, normalmente é também um grande leitor. Conte-nos quem são seus autores favoritos? Algum deles inspirou a sua escrita?

O título do seu blog diz tudo: é a “Febre do Livro”. Quando a gente contrai essa febre – rssss – está contaminado para sempre. Os primeiros autores que li foram os clássicos, na escola. Alguns detestei, outros amei, como foi o caso de Machado de Assis, que para mim é o maior escritor brasileiro. Dos brasileiros atuais gosto muito de Loyola Brandão. Em poesia, a de Augusto dos Anjos. Dos estrangeiros, Edgar Allan Poe, Henry Miller, Bukowski… Mas, de fato, minha grande influência na poesia não foi propriamente de um poeta, mas de Lou Reed, com sua poesia crua e visceral em forma de Rock. Foi ele quem me influenciou a escrever poesia, que afinal é a minha maior vocação.

– O que seus livros significam para você? Os livros já mudaram de alguma forma a sua vida?

Creio que esteja falando dos livros em geral. Sim, claro! Ninguém que lê bastante pode afirmar que os livros não mudaram sua vida, sua maneira de pensar e agir com relação ao mundo. No meu caro particular, eles não mudaram, assim, de uma forma abrupta e brusca, pois sempre fizeram parte da minha vida. Então, estando os livros sempre presentes, eu me moldei a eles e eles a mim, pois com a evolução do meu pensamento, fui remodelando minhas leituras, fiquei mais exigente. Por exemplo, há pouco tempo descobri um autor romeno chamado Emil Cioran, que é uma espécie de decorrência natural do meu processo de pensamento.

– Vi que você tem uma editora, que é a “Editor’A Barata Artesanal”, fale um pouco sobre ela.

A Editor’A Barata Artesanal não é uma editora sob a forma tradicional. Costumo definir-me como um “Artesão de Livros”. Todo o processo, da leitura, revisão, diagramação, impressão, costura e colagem dos livros é feita manualmente por mim. Foi inicialmente a forma que encontrei de publicar meus livros longe da ditadura das grandes editoras, que depois acabou se tornando um negócio. Comigo os autores podem ter a tiragem que quiserem de seus livros e influir e decidir em todos os passos do processo. Não imponho nada, dou sugestões, faço criticas, mas a decisão final é do autor. O fator importante é que, por ser um artesanato, os livros são únicos, embora primando pela qualidade da apresentação.

– Muito obrigado por aceitar essa entrevista!

Meu caro Grisberg, eu que agradeço a oportunidade de falar aos leitores do seu blog “Febre de Livro”, e quero aproveitar e parabeniza-lo pela iniciativa. A literatura, o livro, a leitura, precisam ser incentivados. E fico feliz por perceber que alguém jovem como você se dedique a um projeto assim, mesmo sabendo as dificuldades inerentes. Muito obrigado e você! E quem tiver interesse em publicar seu livro de uma forma diferente, com um escritor que faz livros, que entre em contato pelo site da editora, pelo Facebook ou Whatsapp. Abraço!!!

10/08/2016

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