Atualizado em 04/08/2024 as 11:07:18
Não me lembro como e quando travei contato com Marcio Baraldi, mas em 2005 ele me concedeu esta entrevista e lembro que lhe pedi que desenhasse um mascote para o site A Barata. Ele fez o desenho abaixo e me mandou, segundo ele inspirado em como ele me imaginava: uma barata hipponga que em lugar de seis patas tinha braços e pernas. Desse ano até 2007 ele colaborou financeira e artisticamente com o site. Depois de 2010 perdemos o contato, e ao que sei ele continua trabalhando no Sindicato dos Bancários.(BC, 13/03/2024)
Entrevista concedida para o site A Barata em 17/11/2005.
1 – Barata: Vamos começar falando um pouco sobre sua vida pessoal. Onde você nasceu, quem são seus pais? Você tem filhos?
Baraldi: Eu nasci na gloriosa cidade de Santo André, na região do ABC paulista, terra do PT, do movimento sindical e de muito Rock’n’Roll (rs)!Meus pais eram operários das fábricas da região, todos filhos de imigrantes italianos, éramos uma família típica proletária do ABC. Você assistiu “Eles não usam black-tie?”, pois é, era bem assim (rs)!
Não sou filho de pais famosos, intelectuais, nada disso, sou filho de metalúrgico com todo orgulho!
Não tenho filhos, não. Sou casado com as Histórias em Quadrinhos e meus filhos são o Roko -Loko, o Tattoo Zinho e muitos outros (rs)!
2 – Barata: Com quantos anos você começou a desenhar e qual foi seu primeiro personagem?
Baraldi: Eu desenho desde pirralho, antes de aprender a ler eu já fazia minhas historinhas com personagens que eu mesmo bolava. Como não sabia escrever, pedia para minha mãe escrever os diálogos nos balões pra mim! Nessa época bolava um monte de super-heróis bregas e mais um bocado de tranqueiras (rs).Nessa época já gostava de parodiar e caricaturar as pessoas. Lembro que fazia muitas HQs tirando o sarro da minha irmã, usando ela e as bonecas dela como personagens (Risos).
Mas personagens profissionais mesmo foram o “Zé Ácido”, “Maria dos Remédios” e “O Caveirinha”, personagens que faço no Sindicato dos Químicos do ABC, onde comecei minha carreira, aos 16 anos, e onde trabalho até hoje!
3 – Barata: Tem alguém em sua família que é artista? De onde você acredita que veio essa veia artística? Acredita que isso “está no sangue?”.
Baraldi: No sangue não, mas no espírito sim (rs)!Essa vocação já veio comigo, tanto é que desenho compulsivamente desde que aprendi a segurar um lápis, e na minha família não tem absolutamente ninguém que seja desenhista, pintor, músico, nada do gênero, eu fui à ovelha negra mesmo (rs)!Inclusive tive que enfrentar alguns preconceitos por conta da profissão que escolhi, mas eu estava determinado a ser cartunista e o destino tinha me reservado essa missão também. Ninguém podia deter o jovem “Marcinho Ariano Cabeça Dura” (gargalhadas)!
4 – Barata: O que o levou a ser cartunista, em quem você se inspirou? Algum ídolo, em especial?
Baraldi: Com uns três, quatro anos eu descobri os gibis e fiquei imediatamente fascinado! Tinha tanta vontade de ler aquilo que enchia o saco da minha mãe pra me ensinar a ler, o que ela pacientemente fez. De forma que antes de entrar na escola eu já lia bem graças aos gibis e acabei sendo sempre um excelente aluno de português e humanas em geral. Era o rei do desenho e das redações na classe (rs)!Fazia desenhos para as menininhas em troca de um beijo (gargalhadas)!
Os autores com os quais descobri os quadrinhos foram Mauricio de Souza (Turma da Mônica), Ziraldo (Pererê) e, logo depois, o Monteiro Lobato (Sítio do Pica-pau Amarelo), adorava todos esses personagens! Ao mesmo tempo tinham os desenhos animados: Corrida Maluca, Pica-Pau, Jetsons, Flintstones, Tom Sem Freio, SuperGalo e mais um monte. Tudo isso me deu a base para ser um cartunista profissional! Até hoje curto esses desenhos e esses três autores brasileiros, Mauricio, Ziraldo e Monteiro Lobato, continuam sendo minhas maiores referências! São meus eternos mestres (rs)!
5 – Barata: Como começou essa sua relação com o Rock? O que veio primeiro: o ovo ou a galinha, ou melhor, o Rock ou o Desenho? Fala dessa fusão extremamente quente entre Rock e HQ?
Baraldi: Eu descobri o rock em 1977, aos 11 anos, quando ouvi “We will rock you”, do Queen, num radião velho em casa. Fiquei doido quando ouvi aquilo e saí correndo comprar o compacto de vinil. Eu já desenhava compulsivamente desde pirralho, aí passei a desenhar o Queen direto, logo depois descobri o Kiss, aí passei a lotar meus cadernos com desenhos das duas bandas, que eu adoro até hoje! Fiquei a adolescência inteira desenhando isso até que em 1986 comecei a desenhar para o Jornal Rocker, um tablóide roqueiro lá do ABC, onde eu fazia o personagem “Johnny Bastardo”, um punk proletário típico da região. Mas dois anos depois o jornal faliu e eu só voltei desenhar rock’n’roll em janeiro de 1996, quando criei o Roko-Loko pra Rock Brigade, aí não parei mais!
Hoje tou, além da Brigade, na Roadie Crew, Valhalla, Dynamite, Metalhead, Comando Rock, Rock Press e Rock Underground, além da Tattoo, de tatuagem, onde faço o Tattoo Zinho, o primeiro personagem tatuador dos quadrinhos!
6 – Barata: A maioria das pessoas que criam personagens se inspira em alguém para criá-los. Você se inspira em quem para criar seus personagens? O Roko-Loko, por exemplo, é inspirado em alguém em particular?
Baraldi: Eu não tenho muito critério pra isso, me inspiro em tudo; jornais, revistas, noticias, pessoas, etc. Tudo acaba sendo fonte de matéria prima pra eu criar. O Roko-Loko criei muito na pauleira, não tinha pensado em nada nem ninguém especifico quando o criei, porém com o tempo fui vendo que estava colocando nele muito da minha própria personalidade! Muitos traços da personalidade do Roko são meus: o idealismo, uma boa-vontade com os outros que beira a ingenuidade, o comportamento agitado, só não sou chifrudo nem me fodo tanto na vida real como ele se fode nos quadrinhos (rs)!
7 – Barata: Como é seu processo de criação? Como nasce um personagem?
Baraldi: Eu crio muitos personagens para revistas específicas para públicos específicos, então eu olho bem a revista, estudo o perfil daquele público e bolo um personagem com o qual o publico possa se identificar. Então eu faço, além do “Roko-Loko e Adrina-lina”, o “Tattoo Zinho”, para revista de tatuagem, a “Érica, a esotérica”, para revista de esoterismo, “Doutor Cicólo”, para revista de médicos, “Maluco e Beleza”, pra revista de metal, “Rap-Dez, o rapper”, para revista de adolescentes, “Zada, a abusada”, para revista erótica, e por aí vai!…
8 – Barata: Toda criação é dito, é um tanto autobiográfica. O que tem de Marcio Baraldi em seus personagens?
Baraldi: Varia muito.Alguns praticamente não têm nada, outros têm alguma faceta minha e outros, como o Roko-Loko, têm muito do meu maravilhoso e turbulento jeito de ser (gargalhadas)!
9 – Barata: Desde o final dos anos 70, o Rock foi desmembrado em tribos, o que acabou criando guerras particulares. O que acha disso?
Baraldi: Acho uma bosta (rs)!O rock foi criado justamente pra unir a juventude, lhe dar um novo “way of life”, nunca para dividi-la! Mas essa divisões todas e a violência não são culpa do rock, e sim de algumas cabeças pequenas demais para viverem em sociedade civilizada. Tem gente que simplesmente não sabe se divertir e tem medo de ser feliz!
10 – Barata: Tem muito “roqueiro poser”, que usa o Rock para provar alguma coisa pra alguém, se exibir pra galera, etc., mas não tem realmente Rock na veia. O que Marcio Baraldi pensa sobre isso? E o Roko Loko, o que diria se um desses pintasse na área da Adrina-Lina?
Baraldi: Essa necessidade de auto-afirmação é muito comum na adolescência, todo mundo passa por isso, é uma maneira que as pessoas encontram para se sentirem “alguém” na vida. Isso geralmente é só um fase e passa rápido. Nunca me incomodei com esse negócio de “true” e “posers” (rs), cada um é o que quiser ser. Quem gosta de rock de verdade, gosta de liberdade. E eu respeito a liberdade de cada um ser o que bem entender.
O Roko-Loko já tem problemas demais com nego assediando a Adrina-Lina, já tem o André Matos, que volta e meia dá uns catas nela, além do terrível Ricardão, esse sim, um poser canastrão sem escrúpulos, porém com uma lábia irresistível (gargalhadas)!!!
11 – Barata: Você vê TV? O que acha sobre os programas televisivos? Aquele lance das alfinetadas do Ronaldo Ésper, no programa da Luciana Gimenez, foi só uma participação especial ou você vai ingressar na carreira de apresentador? (Risos)
Baraldi: Eu quase não vejo TV, acho a maior parte da programação das grandes emissoras muito ruim, mas a TV é uma mídia extremamente popular, é vista desde nos condomínios de luxo até nas favelas, não dá pra ignorar seu extraordinário poder de comunicação de massas! De forma que sempre que surge uma oportunidade para mostrar meu trabalho na TV eu aceito sem frescuras, já fui em muitos programas, do Superpop ao Clip Gospel, em todos eu faço minhas paiaçadas e vendo meu peixe, não posso perder a oportunidade de tornar meu trabalho mais conhecido, pois eu vivo disso. No mais eu adoro o ambiente dos estúdios de TV e rádio, se eu não fosse cartunista trabalharia tranquilamente com radio e Tv, sou um cara que nasceu pra trabalhar com comunicação de massas! Tanto que colaboro há anos com a produção do programa “Domingo Show “na AllTv (domingos, das 10h30 as 12h no www.alltv.com.br) e volta e meia eu mesmo apresento o programa. Já entrevistei muita gente legal como Silvio Passos, Roberto Seixas e muitas bandas e cartunistas. É algo que faço com prazer!
12 – Barata: Se você pudesse ter um programa de TV, como seria?
Baraldi: Acho que falta mais democracia nas TVs e rádios, fica sempre aquela baboseira, artistas da moda (muitos sem talento nenhum,), muito jabá e muita guerra pelo Ibope.É um troço de doido, uma paranoia total!
Acho que as concessões de canais de Radio e TV precisam ser mais democráticas no Brasil, precisa existir o canal do rock, o canal da MPB, o canal da esquerda, mas não dão espaço par esses canais surgirem. O Lula concedeu um canal para a CUT, (que já reivindicava isso há anos), só que o Ministério Publico embargou, não autorizou o canal. Radio e TV no Brasil ainda é uma máfia que não aceita a pluralidade de pensamentos, a diversidade cultural. Então você liga o radio ou a TV e é tudo igual, tudo idêntico, não querem dar espaço para o alternativo, o novo!
Eu trabalharia com prazer num programa agitado, jovem, alegre, divertido, que realmente desse espaço para a cultura alternativa: rock, quadrinhos, cinema, MPB e tudo mais que fugisse dos esquemas viciados do jabá! Um programa como o saudoso “Musikaos”, por exemplo, do excelente Gastão Moreira, ou o histórico “Fábrica do Som”, do genial Tadeu Jungle! Esses programas eram dois verdadeiros oásis na chatice reinante da TV brasileira! Programas assim fazem uma falta imensa!
13 – Barata: Quantos prêmios pelo seu trabalho você já ganhou?
Baraldi: Já ganhei cinco “Angelos Agostini”, dois “Vladimir Herzog”, um “Humor Popular” e mais alguns salões de humor por aí. E se Deus quiser é só o começo (rs)!
14 – Barata: No Brasil, os cartunistas sofrem muito para divulgar seu trabalho? Qual é a sua visão sobre isso?
Baraldi: De fato não é uma das profissões mais fáceis. Praticamente não há gibis nacionais nas bancas, tirando Mauricio de Souza, Ziraldo e algum aventureiro esporádico. Então todo mundo está migrando para a Internet que, esta sim, é um veículo barato, realmente democrático e muito eficiente para exibir e divulgar trabalhos de qualquer espécie. Ou lançando livros e fanzines de tiragem limitada pra vender pela internet ou nos points específicos de quadrinhos.
Além disso, eu faço quadrinhos em revistas que não são de quadrinhos, como revistas de rock, de adolescentes, eróticas, e tudo mais que vc imaginar. São todas formas inteligentes de driblar a crise e manter-se atuante e produtivo na profissão.
15 – Barata: Li um depoimento do nosso atual presidente sobre como o conheceu e tal. Qual é sua relação com a política, já que é sabida a sua participação em sindicatos. É filiado a algum partido?
Baraldi: Barataão sei que vc é um anarquista convicto, mas eu não sou (rs)!Já li muito Proudhon na adolescência, mas não virei anarquista nem ateu (rs), nunca anulei voto, mas também nunca me filiei a partido nenhum, fiz questão de me manter oficialmente fora de qualquer partido. Mas sou um cara de esquerda até a medula e sempre votei no PT, PC do B e também no PV (nos anos 80), trabalho como chargista na imprensa sindical desde os 16 anos e dou graças a Deus por isso porque na imprensa alternativa e popular me sinto em casa. Sempre fiz questão de ter uma ideologia humanista pra viver e de deixa-la claro no meu trabalho! Estou na imprensa sindical há 23 anos e sou, tranquilamente, o cartunista que mais produziu para esta imprensa. São milhares e milhares de cartuns e quadrinhos para dezenas de sindicatos e categorias diferentes! Já virei patrimônio do sindicalismo brasileiro (rs)!Isso tudo deixou meu trabalho naturalmente politizado, de forma que mesmo quando desenho para uma revista de rock ou erótica acaba ‘vazando’ um pouco de política nesses assuntos também. Acho legal isso porque virou minha marca registrada e torna meu humor muito pessoal e facilmente reconhecível.
16 – Barata: O que você acha da música atual, particularmente do Rock? O que você está escutando ultimamente?
Baraldi: Está a mesma coisa de sempre: as paradas dominadas por artistas de som superficial e descartável. Todo mundo estourando e sumindo muito rápido, as gravadoras tratando os artistas como ações na bolsa de valores, muita futilidade, muito lixo. Enfim, nada de novo (rs)!Muitos artistas realmente talentosos continuam gravando discos independentes e tentando sobreviver com pouca grana no mercado alternativo, o tal de “underground”, tocando para pessoas mais interessadas em qualidade como eu, por exemplo, (rs)! Tirando alguns clássicos como Queen e Kiss e Motorhead, a maior parte das bandas que eu ouço são bandas e artistas alternativas como Stiff Little Fingers, Inocentes, The Jam, Eduardo Dusek, Homem do Brasil, Máxima Culpa, Nenhum de Nós, Exxótica, Baranga, Golpe de Estado, metal, punk e hardcore nacional, Raul Seixas, Mutantes, Made in Brazil, TSOL,X, muito punk 77 e claro, minha banda preferida, o New Model Army!Na verdade estou ouvindo o que sempre ouvi (rs)!
17 – Barata: O Clemente, do Inocentes, diz que você é “100% atitude rock’n’roll”. O que é para você “100% atitude rock’n’roll?” Como funciona essa coisa de trabalhar em um sindicato e numa redação de revista de Rock, por exemplo?
Baraldi: Bem, em primeiro lugar fiquei muitíssimo honrado com o que o Clemente escreveu sobre mim, eu acho o Clemente um músico e poeta genial e acho que ele tem… 100% atitude rock’n’roll(gargalhadas)!!!Na verdade ele quis dizer que eu não preciso empunhar uma guitarra pra fazer rock, estou fazendo rock’n’roll com meus quadrinhos há mais de uma década.Eu concordo com esse pensamento dele e fico feliz que ele tenha percebido isso!É que nem o Chavez, presidente da Venezuela, ele não é roqueiro, mas sem saber, tem um atitude 100% rock’n’roll (gargalhadas)!É um rebelde nato, um desafiador do Sistemão podre, corrupto e imundo pilotado pela besta do Bush!Tu quer coisa mais rocker que isso???Essa coragem de chutar o saco do sistema era exatamente a mesma que tinham Chuck Berry, Elvis Presley, Little Richard e Jerry Lee Lewis no começo de suas carreiras, quando criaram aquela música escandalizadora e selvagem chamada Rock’n’Roll!
Quanto a trabalhar na imprensa sindical e na imprensa roqueira ao mesmo tempo, não há incompatibilidade nenhuma, muito pelo contrario, acho que eu tive talento e feeling suficientes pra mostrar, através dos meus quadrinhos, que os trabalhadores revoltados nas ruas têm tudo a ver com rock. Meus quadrinhos misturam a turbulência das greves e revoltas populares com a fúria do rock. Eu sou o “street fighting man” dos quadrinhos (gargalhadas)!!!
18 – Barata: Você já tocou em bandas de Rock. Qual é hoje sua atividade musical? Ainda toca?
Baraldi: Não toco mais nem campainha (rs)!Toquei ,nos anos 80, baixo em três bandas:Ecos Urbanos(pós-punk), Libertação Radical(punk) e Cachorro Magro(blues), esta última com o Marcatti na guitarra, um dos quadrinhistas mais famosos do Brasil e autor de várias capas de discos dos “Ratos de Porão”. Fiquei alguns anos nessa vida, até que , cansado de não ganhar nada, entrei na faculdade de Artes Plásticas e larguei tudo, passando a me dedicar somente ao desenho!
Ainda tenho baixo e guitarra em casa, componho pra mim mesmo esporadicamente. Tenho vontade de voltar a tocar por mera diversão, mas ainda vai demorar um tempo essa volta.No momento tenho quinhentas outras prioridades como meus livros do Roko-Loko e Tattoo Zinho e meu game do Roko-Loko! Todos, aliás, com lindas comunidades no Orkut, entrem lá ,seus vacilões(rs)!!!
19 – Barata: Com a Internet, muita gente fala que a cultura impressa vai acabar, que o Photoshop vai acabar com o verdadeiro artista. O que pensa sobre isso? Qual será o futuro para sua arte, na sua opinião?
Baraldi: Não acredito em nada disso! A TV não acabou com o cinema e a internet não vai acabar com a imprensa escrita. O Photoshop não substitui o artista, ele é apenas uma ferramenta que na mão de bons artistas produz trabalhos maravilhosos e na mão de canastrões produz um lixo completo. Nenhuma máquina substitui o talento e a inteligência humana, isso pra mim é nóia de quem assiste demais “Blade Runners” e “Matrixes”por aí e fica achando que o futuro da humanidade é ser engolido pelas máquinas. Máquinas são e sempre serão criadas pelos seres humanos e não o contrário! As artes sempre foram um grande instrumento para a evolução moral e cultural da Humanidade e continuarão sendo, é manifestação sublime do ESPÍRITO humano e nada destrói o espírito!
Os quadrinhos, como outras artes gráficas, existirão sempre, e além do papel impresso, ganharão novas mídias como a internet, out-doors eletrônicos, telas de celulares e sabe-se lá mais o que a tecnologia vai inventar. Como dizia o grande poeta: “O tempo não pára!”.Vamos, pois, acompanhá-lo!
20 – Barata: Bem, vamos fazer um lance aqui pra terminar, tipo ping-pong. A gente coloca uma palavra e você diz o que ela significa pra você, também em uma palavra só. Responda rápido.
Baraldi: Que legal!!!Gostei(rs)!
Rock: Transformações!
Violência: Chega!
Vida: Sagrada!
Família: Importante!
Trabalho: Tudo!
Cartuns: Saúde!
Marcio Baraldi por Marcio Baraldi: Fodão (gargalhadas)!!!!
21 – Barata: Bem, pra finalizar, deixe aqui seu recado pra galera que curte o site A Barata.
Baraldi: Vamos acreditar na vida e no futuro, não esmoreça nem enlouqueça jamais!
Tomo a liberdade de deixar aqui um poema meu:
“Irmãos”
Tenho tantos irmãos,
embora a maior parte nem saiba que o são,
e embora a maior parte ainda diga NÃO,
não é o fim,
pois ainda assim,
tenho tantos irmãos!”
(Marcio Baraldi)
Valeu! Sucesso e saúde a todos!
17/11/2005
Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador.