Forrest McDonald
The Imaginative Conservative
18/01/2021 15:46
A sociedade norte-americana está numa enrascada, e não só porque nossos valores tradicionais e nossas instituições estão sitiados. O núcleo familiar está colapsando por causa de políticas governamentais impiedosas, quando não irresponsáveis. Nossas cidades antes maravilhosas voltaram a seu estado natural, no qual os inocentes são aterrorizados por hordas selvagens incapazes de se tornarem civilizadas. Nossas escolas públicas perderam a capacidade de educar e nossas universidades se tornaram reféns da polícia do pensamento que odeia a si mesma e odeia a cultura que deu origem a ela. O governo em Washington se espalhou como metástase, enfraquecendo, quando não destruindo, tudo o que invade, e o sistema federal está moribundo. A economia está doente; a moralidade pública e privada está numa fase avançada de decadência.
Eu podia tentar lhe explicar como isso aconteceu, mas a narrativa seria assustadora. Além do mais, você provavelmente já sabe. Então em vez disso proponho responder à pergunta “como é possível sobreviver num mundo que talvez não sobreviva? Como permanecer são num mundo insano? Como viver sem medo num mundo onde a única certeza é a de que nada é certo?
Tenho quatro sugestões. Três delas se devem a toda uma vida comprometida ao estudo das artes. Reforço o “todo uma vida” porque, ainda que a educação possa começar para alguns na faculdade, ela não deve terminar aí. Minha quarta sugestão é mais pessoal e eu a deixarei por último.
Permita-me apresentar minha primeira sugestão tentando definir o que é a educação. A educação não é o mero acúmulo de conhecimento. Pode-se ouvir a infinitas aulas e ler todos os livros que o New York Times considera “novos e dignos de nota”, e assim se tornar uma pessoa esclarecida, mas não educada. A educação tampouco é mero treinamento: pode-se aprender a resolver problemas de teoria econômica ou construir arranha-céus ou fazer os átomos colidirem e ainda assim é possível estar longe de ser educado.
A educação envolve todas essas coisas e mais, e tem a ver com experiência e maturidade, mas isso não é tudo. Uma pessoa educada é simplesmente uma pessoa que pensa, e pensa de uma maneira esclarecida, disciplinada e livre. As duas primeiras coisas, esclarecimento (informação) e disciplina, são relativamente fáceis de se conseguir, ainda que a segunda seja mais difícil do que a primeira. A terceira, liberdade, é muito mais difícil, justamente porque nós, que exercemos funções intelectuais, nem sempre somos livres.