Atualizado em 22/07/2024 as 21:06:02
Luciano Trigo
05/07/2024 16:42
Nos anos seguintes ao final da Segunda Guerra, especialmente após as revelações sobre a barbárie do Holocausto, a grande questão que mobilizou intelectuais do Ocidente foi entender como e por que a sociedade alemã, culturalmente tão avançada, se deixou seduzir pelo nazismo.
Diferentes autores se dedicaram a escrever sobre o assunto, destacando-se “As origens do totalitarismo”, de Hannah Arendt. Lançado em 1951, o livro investiga as origens comuns dos principais regimes totalitários do século 20 – o nazismo e o comunismo – e sua constituição como movimentos de massa capazes de atrair milhões de seguidores fanáticos.
Após examinar em profundidade as condições que permitiram a ascensão do antissemitismo e do imperialismo na Europa, Arendt concluiu que o totalitarismo era uma nova forma de governo, que diferia essencialmente da opressão política praticada pelas ditaduras até então conhecidas.
Segundo a autora, o diferencial dos regimes totalitários é que seu objetivo não é apenas perseguir e calar adversários, mas subjugar e doutrinar toda a população, de maneira a mudar a percepção que os indivíduos têm de si mesmos, de seu papel na sociedade e da própria política.
Por isso mesmo, nos processos de dominação implementados por esses regimes, tão importantes quanto a força bruta são as técnicas de manipulação da opinião pública e de lavagem cerebral da população. O objetivo não é apenas esmagar, mas também convencer. E converter.