Atualizado em 22/07/2024 as 21:08:07
Eli Vieira
11/07/2024 15:32
Em buscas de publicações científicas, ainda não há um consenso de que o banimento total de celulares nas escolas melhora o desempenho e a saúde mental dos estudantes. Mas consenso não é necessário na ciência: as evidências, se suficientes, bastam para apoiar uma conclusão. Cresce o número de profissionais da educação e pesquisadores que consideram benéfica a remoção completa dos dispositivos móveis do ambiente escolar.
A primeira avaliação quantitativa do banimento dos celulares foi publicada em 2016 por Louis-Philippe Beland (Universidade Estadual da Luisiana, EUA) e Richard Murphy (Universidade do Texas em Austin), na revista acadêmica Labour Economics.
Os autores usaram um banco de dados com toda a população de alunos de escolas públicas da Inglaterra, mas deram foco à faixa etária entre 11 e 16 anos. Os dados complementares para comparações entre políticas de uso de celular entre escolas foram fornecidos pelas instituições, 91 delas ao todo. A amostra final foi de mais de 130 mil estudantes.
Beland e Murphy descobriram que os 25% estudantes com maior desempenho continuavam assim independentemente de banimentos de celular, mas os alunos com maior dificuldade melhoraram suas notas com as proibições. O efeito foi observado tanto entre escolas quanto entre anos.
Em 2019, três suecos do Instituto de Pesquisa de Economia Industrial (IFN), liderados por Björn Tyrefors, refizeram o estudo de Beland e Murphy com amostras suecas. Para eles, o resultado foi nulo: “não encontramos impacto de banimentos de celulares sobre o desempenho estudantil e podemos rejeitar até benefícios de pequeno tamanho”, afirmaram.