Amo a Mulher Que Nunca Tive – 01 – Prólogo

Atualizado em 25/10/2024 as 15:50:08

..Escondi, por tempo, sob o semblante, as sombras do passado. Elas sempre caminham ao meu lado, e , de quando em vez, garimpo estes brilhantes: as de hoje, não sei o porquê? Criei coragem, e antes que caia na lona, vou trazer as lindas imagens, e de vez, trazê-las à tona… Havia no silêncio um mistério, uma vontade louca de caminhar pelos seus pensamentos, entrar nas suas ruas, ganhar as suas avenidas,…Beber amor na sua fonte, invadir sua floresta, viver consigo esta festa e adormecer em sua mata… Ah, amor, quanto de você ficou comigo: uma ansiedade, uma retida loucura, nossos desejos, sem oposição, um doce olhar, de uma figura pura, que não podia usar o coração: tudo ficou em erupção no pensamento, nunca você cessou de borbulhar, ficou aqui, guardada dentro do peito, o desejo de invadir seu lindo leito e velar, sonhar, possuir, amar: ficou sua imagem na retina, o tom de sua voz nos meus ouvidos, o calor da sua pele nos meus braços e aquele seu jeito gostoso de menina, ficou na lembrança a saudades, na vidraça ficou a chuva fina, mas no meu corpo só faltou sua metade…

…Alguma coisa, não sei porquê, há de quebrar este silêncio, um dia hão de terminar todas as dificuldades, aí ocuparemos um só espaço, nenhum obstáculo irá detê-la. Então, você ganhará as alturas nos meus braços, será minha e deixará de ser a sombra da minha sombra, escondida por razões que a vida não nos quis revelar, mas hoje fez Sol, e o Rei dos Astros a essa distancia há de abolir, pois nem o tempo e a nostalgia mataram o desejo de existir, de vê-la e você surgirá de verdade e não como uma estrela, surgirá mais desavisada, em relação ao seu semelhante, sem aquela reação de defesa do semblante, se desarmar pra ser amada, deixará as convenções, as banalidades, e falar até de sua chaga secreta, ressuscitar da infância a espontaneidade e abandonar a hesitação que seu peito aperta, então você dará um mergulho ao reencontro, do caminho, do diamante bruto, fazendo valer a sua árvore, que vale pela quantidade ou de folhas ou de frutos, Não, não a quero mais entre a fresta entreaberta, como uma sombra, vendo o desfile por curiosidade, quero-a como personagem, de janela aberta, não vivendo a ilusão da liberdade…

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