A Linha e os Três Lagartos do Tempo

Atualizado em 20/08/2024 as 14:19:57

O sonho nasceu ovo, feto, zigoto, embrião, antes de todos os milênios
O casulo ancestral de teias e fios, de gametas e gens e líquidos uterinos.
Pó e nuvem misturadas, seguindo a linha determinada, até a aparição.
Nos largaram nus, diante desse chão batido,
Na lida dos que vieram antes de nós
O pé descalço que sente o gosto da terra, se embebeda do viço.

Ontem, é só um espaço de tempo finito, um ato, um fato consumado.
Um lagarto morto antes do amanhecido.

Aquilo que se ganha, determina sobre o que se perde,
Não há atalhos benignos que nos salvem da indecência.
Somente uma escolha antes da bifurcação
Na odiosa lei da selva, nos reinos de todos os lugares.

Os lagartos pressentem sobre o fogo andarilho,
Mas são incapazes correr e respirar ao mesmo tempo.
Hoje é sempre hora de decisão.

A placenta é a casa das boas esperanças sementeiras,
A possibilidade da nascença, um rio que desagua no seu tempo
Para se fazer fruto, desejo e futuro.

A linha mestre condutora
Do caos, ao silêncio do mundo.

Lu Genez, Curitiba, PR, é poeta, escritora… E, claro, Livre Pensadora!

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