[As línguas e as cópulas se multiplicaram por todos os cantos dessa terra senil]

Atualizado em 20/08/2024 as 14:20:24

As línguas e as cópulas se multiplicaram por todos os cantos dessa terra senil
Como uma praga serpenteando o curso do rio,
Para depois dar-se inteira, nua, ao fado do mar.

São as salivas salgadas e de variados gostos servis,
A carne oferecida, comida e corrompida,
Escorrida, entre os lábios de uma fome.

Gozos esotéricos diante da multidão de transeuntes,
O sexo obsceno em praça pública para as palmas da plateia
No encontro magistral das vaginas e testículos e ereções, e toda a sua umidade.

Façam-se as honras do espetáculo senhores e senhoras,
Alimentem o tesão entre as pernas, regozijem-se nos dedos e dentes
Depois cuspam seus pecados, ao primeiro ouvido santo.

Os animas e suas oferendas de pele, de coito sacro
A céu aberto, longe das jaulas e de suas camas quentes.

Enquanto o depravado das línguas, é lançado ao vento
O verbo da morte, as mentiras clinicas, e o ácido cínico das bocas,
Todos os olhos dos homens, se valem do mísero show.

Há de se ter sussurro e carícia, a salvar-nos da berlinda

Lu Genez, Curitiba, PR, é poeta, escritora… E, claro, Livre Pensadora!

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