Atualizado em 20/08/2024 as 14:22:39
Nós tivemos numa coleção de descuidos ruidosos,
Cada qual no seu tempo de existir, nas palavras dúbias e no som metálico do silêncio.
Tudo a seu começo, meio e fim.
Do uníssono urro do sexo, ao vácuo inócuo do verso.
As miudezas e grandezas do que fomos, misturada ao cheiro de cio, de descobertas de pele, de sal e sol e sombras.
No corpo carregado de desespero, suor, sêmen e saudade.
sem que o consentimento das mãos fosse dado, e que nenhum verbo de assalto, tivesse ordem dita, nos demos às bocas e dedos, ao falo, aos lábios e a vulva,
sem que o olhar final, estivesse determinado numa manhã de domingo.
As distrações diárias e as horas de despertencimento
Se avolumando sob o tapete da sala, se misturando ao nosso pó e lixo,
Determinando a ruína do chão, do assoalho e dos nossos pés descalços.
Toda nossa derrocada e decadência, os olhos das paredes.
Não brincávamos mais de agarros, amassos e lutas sexuais.
Não existíamos corpo, coito.
No som de um silêncio qualquer, um adeus é oceano.