[Todos dormem a noite]

Atualizado em: 20/08/2024, as 04:08

Todos dormem a noite
Eu não durmo nunca,
sei demais sobre os homens
Seus infernos, dores e maldições
Me pesa o travesseiro nas mentiras ditas.
A perversidade carregada no olho
Dos pobres de fé.

Trago comigo a sina de mil anos
Obriga-me demais as costas
Na curvatura de uma prece
Os joelhos reconhecem seus pecados.
Atlas, de alma andarilha
vagando sobre terras secas.

Meu choro é legítimo
sem destino de um possível
Sem acenos de esperanças
Meus ossos tortos pisam além desse chão
Donos dos seus nobres labirintos
Abismos carregados de escuridão.

A próxima noite se aproxima
Preparo-me para o breu, a insônia e a vigília
Acendo uma vela
Ainda resta um resquício de luz
na vontade de se fechar os olhos
na inundação dos vasos sanguíneos
de um só silêncio.

26\02\20

Lu Genez, Curitiba, PR, é poeta, escritora… E, claro, Livre Pensadora!

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