Amanheceu em silêncio, o dia!
Como se todas as coisas vagassem
entre as memórias do tempo.
Amanheci sem o impulso da paixão,
Vazia do amor que se desprendeu na ilusão.
Amanheci sem os raios do sol, sem vontade de ver o nascer e a luz dos próximos dias.
Apeguei-me às paredes frias do meu coração, desprezando sentimentos.
Até ontem, eu amava!
Amava como tola, fiel aos traços internos, intensos…
Externos ao cheiro da pele,
o sexo, o carinho constante, havia um amor verdadeiro: eu sentia.
Apenas pedi um pedacinho do céu que caísse sobre mim.
Mas hoje! Sou um mundo trancado em mim.
Vi que os sonhos morrem na decepção, frustração, E os sentimentos secam.
Não quero nada do externo.
Nem a superfície que vagueia amor.
Talvez até eu me permita pensar em você lá fora,
A se lamentar no que eu me tornei, no que você me tornou. Bem pior do que você.
Morta a sentimentos, seca.
Difícil de persuadir-me.
Hoje amanheci sem paixão,
Deixando que o vento escreva os meus poemas,
Me permitindo ouvir a música que eu desejar e refletir que amanhã não estarei.
(Cód 8086517)
Mara Regina Ferreira, Codinome Literário: Causaeefeito. Rio de Janeiro – RJ. Sou escritora brasileira. Virginiana, metódica, cheia de hábitos, e fã da verdade.
Belas poesias, moça!
Aqui sentimos em poéticas palavras o peso da desilusão! Texto muito bem escrito! Me envolveu integralmente.
Muito obrigada Luiz Alberto!
Fico feliz que tenha gostado geralmente a poesia gótica espanta quem escreve somente o amor perfeito e a perfeição da vida. Lógico que o mundo almeja a perfeição do mundo paz e amor. Eu também!
Porém enquanto não acontece escrevemos as verdades e fantasias.