Soneto Nº 10 — Insólita

Atualizado em 15/08/2024 as 19:15:09

Não desejo seguir adiante, estrada,
Das horas que consomem o tempo,
Arrastada na dor da vida, em sofrimento,
Entre a alma e o corpo acorrentada.

Contra os dois luto em livre-arbítrio,
Se não o tenho, é certo que não escape,
E o beijo da morte: em mim evanesse
Jaz a alma condenada, ao gélido martilho.

Enquanto em vida, estarei aprisionada
Pelas mazelas infelizes do mundo torto.
Deus! Eis que te indago, revoltada, aborto,
Por que tanta vida, num ser desveturada.

Por bondade, leve-me ao céu no livro,
Pois o que penso não passa no crivo.

Mara Regina Ferreira, Codinome Literário: Causaeefeito. Rio de Janeiro – RJ. Sou escritora brasileira. Virginiana, metódica, cheia de hábitos, e fã da verdade.

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