Atualizado em: 28/07/2024, as 04:07
Em um futuro não muito distante, a neurogenética avançou a passos largos, permitindo que os cientistas não apenas compreendessem, mas também manipulassem as conversas entre neurônios. No centro dessa revolução estava o um neurocientista brilhante, mas atormentado por questões éticas.
Trabalhava no Projeto Labirinto, um esforço para curar doenças mentais através da reprogramação genética dos neurônios. Ele havia criado uma interface neural que permitia conversar diretamente com o cérebro, ouvindo e influenciando os diálogos neurogenéticos.
Certo dia, uma paciente, sofrendo de uma forma rara de depressão resistente a tratamento, foi submetida ao procedimento experimental. A interface foi ativada, e o doutor começou a navegar pelo labirinto de sua mente.
À medida que ele avançava, as conversas neurogenéticas revelavam memórias e traumas escondidos. Ela falava de seus medos e sonhos através de sinapses e códigos genéticos. ele movido pela compaixão, decidiu alterar uma sequência genética para aliviar sua dor.
No entanto, a mudança teve efeitos inesperados. Ela começou a desenvolver habilidades cognitivas extraordinárias, mas sua personalidade também mudava. Ela se tornou mais reclusa e paranoica, convencida de que alguém ou algo estava tentando controlar sua mente.
Ele então, se viu em um dilema moral. Ele havia curado sua depressão, mas ao custo de sua essência. A história se desenrola enquanto ele luta para corrigir seu erro, questionando se a mente humana deveria ser um labirinto intocado.
Renato Pittas, Rio de Janeiro, RJ, é artista plástico, poeta, escritor e Livre Pensador. Autor de Tagarelices: Conversas Fiadas Com as IAs.