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O Dia Em Que Eu Fui Deus

Atualizado em: 29/11/2024, as 05:11

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Outro dia sonhei que era Deus. Não um deus qualquer de culturas que não têm Deus. Eu era O Deus. Único e absoluto perante tudo e todos. Eu podia tudo. Eu era tudo e, mais que isso, eu era o TUDO. Eu fazia nascer, deixava morrer, e tudo era do jeito que eu queria, porque tudo eu podia. Sentia-me feliz sendo Deus. Onipotente, onipresente, onisciente. Podia tudo, estava em todos os lugares e sabia tudo.

Assim é fácil ser Deus, né?! E assim eu fazia tudo o que eu queria, e podem estar certos de que eu queria fazer tudo. Tudo mesmo! Ser Deus era bom para caralho! E, como eu não era qualquer Deus, eu fodia Eva, comia Afrodite e até Ísis, a tal mulher de Osíris. Ah, esses deuses de brincadeira não eram páreo para mim. Eu era o Único e Verdadeiro. Qualquer desses deuses era apenas uma imitação, como se fossem produzidos em fábricas chinesas com chineses escravos. Não… Não eu. Eu era, nesse meu sonho, um Deus Foda Para Caralho!

E assim mandei Shiva tomar no cu, fiz Odin pedir arrego, e todo deus de araque se engatinhar. Porra, vão se foder, seus deuses de araque. Eu sou Deus… Chegaram papas, bispos, anciões, presbíteros, pregadores e todo nome que esses filhos da puta usam para se dizerem meus representantes. Pois, ora, vão se foder todos vocês, porque são um monte de merda farsante. E todos esses cornos filhos da puta me pediram perdão. E sabem o que eu fiz? Mandei todos eles tomarem no cu e irem trabalhar em alguma construção, e pararem de roubar dinheiro dos fodidos e mal, muito mal, pagos.

Nesse sonho em que eu era Deus, o único e absoluto, eu fazia coisas boas: tinha acabado com a fome no mundo, e aí chegaram os comunistas e me chamaram de fascista. Mandei eles tomarem nos devidos rabos. Depois chegaram os capitalistas e me xingaram de comunista. E foram todos eles encaminhados às devidas putas que os pariram.

Mandei uns corruptos falarem com aquele lá que toma conta da fornalha pós-morte, mas o tal do Capeta os devolveu, dizendo que nem ele queria aquela porcaria. Não sei onde anda essa turma. Como falaram que eu não tomava providências em relação à inocência das crianças e às pobres e indefesas mulheres, mesmo aquelas de cabelo roxo e suvaco peludo, estalei meus dedos e já não havia mais homens nem mulheres, apenas seres hermafroditas, que tinham saco, pau e buceta, tudo junto.

Mesmo assim me condenaram, dizendo que isso era demais, porque, desse jeito, que graça tinha comer ou dar para alguém? Ninguém comia, ninguém gozava, e todo mundo se fodia. Mesmo que fosse um sonho, eu já começava a ficar de saco cheio dessa humanidade. Puta que pariu, que gente chata do caralho, lembro que pensei, ainda dentro do sonho. Acho que vou mandar alguma praga, guerra fodida, qualquer coisa para aniquilar essa raça de merda que eu tinha criado, mas nem lembrava mais como, porque joguei a fórmula fora, ainda lá nos tempos em que eu apenas caminhava num jardim sem bosta nenhuma, porque como eu poderia caminhar numa porra de jardim se eu mesmo não tinha criado porcaria nenhuma?

Bom, mas nesse sonho eu era Deus, o único e absoluto, e deuses únicos e absolutos não têm que explicar por que estão num jardim que ainda não existe porque as flores ainda não foram criadas. Bom, o sonho era meu e nele eu podia fazer qualquer merda, até mandar o viado do Diabo ir tomar no cu e pegar as porras de seus anjos e enfiar todos no rabo.

Eu sou Deus, porra! Disse a ele. Eu posso te mandar para a puta que te pariu sem volta. E até mais que Deus, esta merda de sonho é meu, então fica quietinha aí, ô boneca deslumbrada, e sossega esse fogo no rabo que tu tem.

Acordei com a gargalhada do Diabo estremecendo as paredes do meu quarto. Quando abri os olhos, a puta que arranjei e trouxe para casa ontem à noite, depois de encher a cara, apenas me disse: “Aí, ô Jesus de quinta categoria, vai pagar o programa ou vou ter que chamar o cafetão?”

Meu sonho custou duzentos contos. E nunca mais sonhei em ser Deus. A puta… Bem, deve estar por aí, chamando qualquer um de Deus, desde que lhe pague o cachê…

12/11/2024

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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Vinnie Blues
Vinnie Blues
13/11/2024 15:49

Hahaha…. Do caralho este sonho ! Será que Deus não é justamente assim ? Estamos fodados e mal paguidos. 🤣👏👏👏👏👏👏👏

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