“As memórias se somam e formam histórias.
O tempo dificilmente apaga!”
Clarisse da Costa
Ao descer as escadarias de hotel barato de estadia prolongada, Alejandro percebeu que tinha escurecido, e o investigador de primeira classe, não soube o porquê, antes de passar pela portaria, ele levou a mão direita discretamente até a manopla e ligou o modo de combate.
O hall de entrada estava vazio e ao ganhar a rua, Alejandro percebeu que as luzes dos postes estavam apagadas e apesar da escuridão completa, o homem da lei enxergava. Alejandro, colocou na conta das lentes de contato nos olhos, até perceber que elas não estavam funcionando, olhou para a manopla de cristal líquido e ela não estava lá. O investigador correu os olhos, pelo perímetro e percebeu que uma figura bizarra, um homem maltrapilho, barbudo que portava um arco e uma aljava repleta de flechas. Um uivo tétrico, brotou do vazio, se perdeu no nada, a melodia noturna aterrou Alejandro e o homem maltrapilho pegou uma flecha na aljava, levou a flecha até o arco, mirou em Alejandro, puxou e disparou. O investigador, levou a mão até o coldre, sacou a pistola de pulso eletromagnético e disparou, mas a arma estava descarregada e então a flecha trespassou o investigador sem o ferir.
— Investigador Alejandro Contreras! O vosso veículo funcional, está configurado e à vossa disposição! — Disse, com a típica voz sintética, do pretoriano, trazendo o investigador para a realidade, trazendo o homem da lei de volta da realidade. Era o crepúsculo, e as trabalhadoras e trabalhadores voltavam para casa e poucos elementos do submundo começavam a circular. Três elementos, da unidade de medicina legal e perícia, passaram ao lado do investigador e do policial pretoriano. Alejandro Contreras, olhou para o enorme oficial pretoriano na frente dele e lembrou do tempo de criança, quando sonha de envergar aquele uniforme. Até o pai do investigador, acabar com a sua quimera infantil, o pai de Alejandro contou que para ser um pretoriano ele deveria se alistar em alguma unidade das forças armadas ou passar por um duro treinamento nas forças auxiliares. Depois foi apartado da sociedade, em uma disciplina de um monge em um monastério.
— Muito obrigado… — O investigado olhou para o uniforme do pretoriano e leu o número de séria e disse — AS2-102 dispensado! — Era um comandante de campo de conta a leitura feita pelas lentes de contato do investigador.
O pretoriano fortemente, abateu os cascos e entrou no hotel, foi tragado pela escuridão do hall de entrada. O investigador Alejandro, para o oeste, para cima e foi contemplar o arrebol, um banho de sangue carmesim que refletia nos prédios envidraçados.
Alejandro, levantou o punho esquerdo, acionou a manopla, ele queria saber onde estava o veículo funcional, o investigado bem poderia acionar Carmem, para assumir o controle do veículo e o conduzir o veículo até onde estava. O investigador olhou para trás e viu o carro funcional, a poucos metros dele, era um pequeno veículo preto metálico, para duas pessoas, havia quatro adolescentes contemplando o carro. Alejandro levou a mão à manopla e trocou a cor de veículo para verde metálico e trocou a placa para a placa do seu próprio.
— Carmem! Acorde meu anjo! — Alejandro deu o comando de voz — Leve o meu carro para casa — O modesto carro funcional, do investigador estava estacionado no final da rua. O investigador andou até o carro funcional e a parte do motorista se abriu sozinha, ele olhou para o adolescente com as suas roupas desleixadas e eles temerosos se afastaram. O investigador entrou no veículo, levou a mão até a manopla e conectou Carmem ao veículo, mudou a voz de Carmem para uma voz mais humana. Ligou o bloqueio, uma onda magnética isolou o veículo em um perímetro de três metros.
— Carmem! Eu quero saber da câmera de vigilância na frente do hotel, quero saber quando parou de funcionar — Alejandro percebeu assim que chegou a câmera estava destruída — Parta de quando a câmera parou de funcionar, vá até o batalhão e consulte os drones que vigilância — Os drones que circundavam alto do batalhão — Veja também os relatórios das torres oeste e leste que cobrem o perímetro do hotel e dois vá até a central do serviço de segurança e consulte as seguintes pessoas: Diego Gomez, o comandante chefe da guarda pretoriana, Raúl García, o delegado chefe dos investigadores e pôr fim Gael Pérez o médico chefe dos legistas.
— Investigador…
— Temos acessos direto ao banco de dados, minha querida, não se preocupe minha querida. E quero que passe um pente fino em Roberto Martínez Junior. E por fim os relatórios das ocorrências, dos informantes e infiltrados no hotel Beira Mar.
— Veja mais específico? — Perguntou Carmem.
— Quero que veja os laços entre os nossos amigos do serviço de segurança, as confrarias que pertencem, reuniões públicas e reservadas e a agenda em comum dos três e as pessoas que gravitam no entorno dos dois. Roberto Martínez quero saber também de tudo que for possível, pessoal e profissional.
Alejandro levou a mão até a manopla e uma planta de três dimensões foi projetada, o investigador olhou para o mobiliário com certa atenção.
— Só isto? — Perguntou Carmem.
— Já vi estes móveis antes, são exclusivos e caros, são de madeira de demolição e reaproveitados. Como não estão em catálogo, investigue minha querida. — Disse Alejandro e tirou do bolso um pente de memória e acoplou no painel do veículo — Salve as pesquisas aqui, vá para minha casa, imprima a pesquisa e desmagnetize o hardware.
— Alejandro! Posso fazer uma pergunta? — Disse Carmem.
— O que foi Carmem meu bem?
— Sairemos vivos disto tudo?
Alejandro, o investigador de primeira classe, deu uma enorme risada e quem escutasse pensaria que ele estava louco.
— Carmem! — Disse Alejandro
— O que foi? — Perguntou Carmem.
— No final de tudo isso, meu bem! Ninguém fica vivo. Alea jacta est! — Disse Alejandro saindo do veículo.
Argumento de Fabiane Braga Lima, poetisa, contista, cronista e novelista em Rio Claro, Santa Catarina.
Clarisse Cristal é bibliotecária, contista, novelista, poetisa, cronista e crítica literária.