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[Prostitutas não dormem em horários dignos]

Prostitutas não dormem em horários dignos, servem ao ofício das carnes e as coisas do coito. Escorrem suas águas sobre outras peles, se submetem ao falo e aos desígnios dos membros. Abocanham os pedaços que lhe cabem aos lábios. Falam de cio entre os ávidos dentes.

Prostitutas não dormem além do que os olhos lhes permitem, se prestam as indecências e aos orgasmos de cunho padrão. Escorrem suas salivas sobre outros pelos, sucumbem aos vícios das línguas e dos dedos. Falam de gozo e suas penetrações.

Prostitutas não dormem além das horas pagãs, preparam-se as bocas e os interlúdios necessários. Limpam as genitálias dos jorros, bálsamos e dos licores ejaculados. Livram-se dos vestígios dos seus múltiplos homens, assim como se libertam das maledicências e do mau olhado.

Prostitutas não dormem em travesseiros abençoados, carregam entre as pernas, seus infernos particulares. Benzem-se nas primeiras horas de desassossego. Encarnam seus buracos e sinas.

Lu Genez, Curitiba, PR, é poeta, escritora… E, claro, Livre Pensadora!

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