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Poesia Musicada Por I.A. (Projeto A.M.I.R.A.) – Réquiem Para Um Desejo

Atualizado em: 23/04/2025, as 08:04

Queria lhe dar de presente a dor que eu tanto tenho sentido
Dentro de uma caixa de papelão embrulhada em papel florido
Mas, ela não é comportada em nenhuma caixa ou recipiente
Tão forte e tão poderosa que quase chega a ser onipotente.

Quero lhe dar de presente o meu desejo, mas eu não o sinto
Há horas que não sou homem, parece que não tenho pinto
Meu desejo cabe na palma da minha mão, lânguido e triste
Tão fraco e gelado que a dor é quem permanece em riste.

É melhor sentir dor que sentir coisa alguma, melhor é sentir
Mas não sinto desejo, sinto dor sobre a qual não sei mentir
Estou morto e não sei até quando, morto e odeio arranjos
Mortos não sentem dor, mortos não beijam o cu dos anjos.

Sou porco e bêbado, desdentado e cego feito uma porta
Incorreto e marginal, errado e original, mas pouco importa
Roubastes meu desejo feito cadela que ladra pelos cantos
Que meu desejo é de dor e que por outra tenho encantos.

O desejo é perigoso feito o perdão, ambos matam a alma
Portanto não tenho desejo e não peço nada senão a calma
O perdão não o dou nem o peço, pois sonhos não o imploram
E tão pouco aceitam, porque é no Desejo que sonhos moram.

Quando rasgastes meus sonhos, esmagastes minha paixão
O que lhe resta possuir de mim agora é apenas compaixão
Desejo não podes desejar, pois desejo não é algo a desejar
Precisa ser sentido igual dor ou a enorme vontade de mijar.

Queria lhe dar meu desejo embalado com fitas em laços
Mas, então, precisaria que a tivesse entre meus braços
Precisaria estar nu e precisaria lhe mostrar minhas cicatrizes
Mas a tal preço prefiro beber à dor e trepar com meretrizes.

Não prenhes naquilo que vês, nem em tudo o que escutas
Nem todas rosas são flores e nem todas marias são putas
Desejos não brotam da terra e desejos não brotam do chão
Brotam os desejos na porta e morrem os desejos no colchão.

17/11/2006

Memórias Arrependidas de Um Poeta Sem Pudor
(Antologia Poética, de 1978 a 2025)
Barata Cichetto
Gênero: Poesia
Ano: 2025
Edição:
Editora: BarataVerso
Páginas: 876
Impressão: Papel Pólen 80g
Capa: Dura
Tamanho: 16 × 23 × 5,2 cm
Peso: 1,50

Brindes Incluídos:
2 Marca-páginas da Poetura Editorial;
1 Marca-página BarataVerso em couro, feito pela Cerne, de Rancharia, SP;
2 Adesivos do BarataVerso;
2 Adesivos da Poetura Editorial.

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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