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Rock: A Essência Rebelde que Desafia as Amarras Políticas

Atualizado em: 15/08/2024, as 10:08

Certa vez, alguém me disse que o Rock estava morto. O Rock, morto? Impossível. Porque, no fundo, o Rock nunca foi apenas música, nunca foi só um som. O Rock é rebeldia, é aquela vontade indomável de ser, fazer e destruir tudo que limita nossa liberdade. Quando ouço os acordes rasgados de uma guitarra, sinto aquela chama acesa no fundo da alma, o grito primal que diz: “Eu sou livre, eu sou único, eu sou dono do meu destino.” E é aí que reside a essência da questão: o Rock, afinal, é de direita? De esquerda? Eu digo que o Rock é o que ele quiser ser.

A confusão sobre se o Rock é de direita ou de esquerda vem de um mal-entendido sobre o que essas palavras realmente significam. Para entender isso, precisamos olhar além da política e da economia, mergulhando nos instintos básicos da nossa psique humana.

A esquerda é associada ao instinto de socialização, empatia e coletivismo. É sobre fazer parte de algo maior, sacrificar um pouco de si para o bem do grupo. Este instinto, que se desenvolveu com o cuidado dos bebês e a formação das tribos, deseja criar uma identidade coletiva. É a busca por aceitação, por segurança, por um mundo onde todos possam viver em paz e harmonia. Mitologicamente, este instinto é bem representado por Vishnu, a deusa da preservação e da vida na cultura indiana. Vishnu defende a humanidade de catástrofes e mantém a paz e a vida, sempre visando preservar a sociedade como ela é, sem grandes transformações.

Por outro lado, a direita está relacionada ao individualismo, egoísmo e autossuficiência. Valoriza a liberdade individual, a transformação pessoal e a destruição de obstáculos. É o instinto masculino de ser livre, de não se submeter a ninguém, de lutar contra tudo que ameaça nossa individualidade. Este instinto é bem exemplificado por Shiva, o deus da destruição e transformação na mitologia indiana. Shiva não se conforma com o status quo; ele destrói para transformar, para criar algo novo a partir das ruínas do antigo.

E o Rock? Ah, o Rock! Quando eu escuto Rock, sinto uma vontade incontrolável de ser eu mesmo, de desafiar tudo e todos, de quebrar as regras. Sinto a força de Shiva, o destruidor, aquele que não se conforma, que quer transformar. O Rock não é coletivista, não é sobre seguir regras ou ser bonzinho. É sobre gritar sua verdade, mesmo que ninguém mais queira ouvir. É sobre destruir o velho para criar o novo. É por isso que digo que o Rock é de direita. Não a direita tradicional, contaminada pelo altruísmo cristão e pelo coletivismo nacionalista, mas a verdadeira direita, aquela que valoriza a liberdade individual acima de tudo.

O Rock é antissocial e individualista, inspirado pela rebeldia, autonomia e transformação. É motivado por instintos masculinos de força e destruição. Quando eu ouço uma música de Rock, sinto a vontade de destruir tudo que me limita, de me rebelar contra todas as normas e expectativas sociais. É a vontade de poder, de me afirmar como indivíduo, de lutar pela minha própria liberdade e autenticidade.

Mas olha só o paradoxo. A direita atual não consegue abraçar o Rock. Está presa em valores antiquados, em submissões a instituições que pregam moralidade e bons costumes. Como pode o Rock, com sua essência destruidora e rebelde, se encaixar nisso? É impossível. O Rock acaba ficando isolado, perdido entre uma esquerda que busca uma paz totalitária e uma direita que não entende sua verdadeira natureza.

A direita, hoje, está contaminada por valores esquerdistas, como o altruísmo cristão e o coletivismo nacionalista. Ela não consegue ser uma verdadeira oposição à esquerda porque ainda carrega muitos dos mesmos instintos básicos. Isso cria uma incoerência que impede a direita de se tornar um movimento cultural forte e consistente. O resultado é que o Rock, com sua rebeldia e individualismo, não encontra um espaço onde possa realmente florescer.

No entanto, o Rock continua vivo, pulsando nos porões, nas garagens, nas mentes dos que não se conformam. Ele pode não estar no topo das paradas, pode não ser mais a voz de uma geração, mas está lá, esperando para ser redescoberto. E ele pode ser redescoberto, sim, se a direita se libertar das suas amarras esquerdistas e abraçar a verdadeira liberdade, a verdadeira rebeldia.

Afinal, o Rock nunca foi sobre seguir normas, sejam elas de direita ou de esquerda. O Rock é sobre ser livre, ser autêntico, ser aquilo que você quiser ser. Se a direita conseguir entender isso, se conseguir abraçar o espírito de Shiva, a vontade de poder de Nietzsche, então talvez, só talvez, o Rock possa renascer com toda a força que já teve. E aí, poderemos dizer com certeza: o Rock é o que ele quiser ser. E eu, você, todos nós, podemos ser o que quisermos também.

Conclusão
No fim, o Rock não está morto. Ele só está esperando o momento certo para explodir de novo, para nos lembrar que a verdadeira revolução não está em seguir líderes ou ideologias, mas em seguir nosso próprio coração. Porque no fundo, o Rock é isso: a trilha sonora da nossa liberdade, do nosso desejo incontrolável de sermos nós mesmos. Então, vamos lá, aumente o volume, sinta a batida, deixe o Rock te levar. Porque, no final das contas, o Rock é o que ele quiser ser. E nós também.

O Rock é sobre liberdade e autenticidade. Não é sobre seguir normas ou se conformar com o que a sociedade espera. É sobre ser quem você realmente é, lutar pelo que você acredita e desafiar tudo que tenta te limitar. É essa essência que faz do Rock uma força tão poderosa e eterna. E enquanto houver alguém disposto a lutar pela sua liberdade, o Rock nunca estará realmente morto.

02/08/2024

Olavo Villa Couto, São Paulo. Arquiteto, escritor, e Livre Pensador. Autor de “Satânia” e “Jorro”.

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