Rock In Opposition (Univers Zero & Art Zoyd)

Univers Zero é uma banda belga instrumental progressiva formada em 1974 pelo baterista Daniel Denis. A banda é conhecida por tocar música dark fortemente influenciada pela música de câmara do século XX.

Em 1973, Claude Deron e Daniel Denis, ambos ex-membros da banda Arkham, formaram um novo grupo chamado Necronomicon.

Naquela época, além de Deron (trompete) e Denis (bateria), o grupo era formado por Roger Trigaux (guitarra), Guy Segers (baixo), Patrick Hanappier (violino), John Van Rymenant (sax) e, mais tarde, Vincent Motoulle (teclados).

Na época, Guy Denis (percussão) participou de alguns shows e ensaios, e Jean-Luc Manderlier (teclados) esteve presente apenas durante os ensaios. O Necronomicon foi renomeado para Univers Zero em 1974.

A banda fazia parte de um movimento musical chamado Rock In Opposition (RIO), que se esforçava para criar uma música densa e desafiadora, um contraste direto com a música disco superficial e o punk analfabeto musical, produzidos no final dos anos 1970.

As primeiras influências óbvias foram Bartók, Stravinsky e compositores como Albert Huybrechts, que também era belga, além de Schoenberg e a dodecafonia obscura, densa e complexa, com temáticas ligadas a H.P. Lovecraft e ao ocultismo. A postura da esquerda pós-Segunda Guerra na Europa incluía bandas como DUN, Henry Cow, Miriodor, Art Zoyd, Magma (com sua subárea de Zeuhl), Présent, Nuit, etc.

Considerando que seus primeiros álbuns eram quase inteiramente acústicos, apresentando oboés, cellos, violinos, a percussão impressionante de Daniel Denis, espinetas, harmônios e Mellotrons, seus álbuns da década de 1980 tendiam a depender mais de sintetizadores e guitarras elétricas, soando muito mais elétricos.

Uma obra-prima da música de vanguarda ligada ao rock, paralelamente, em países europeus. Nos anos 80, um LP meu baseado na obra de Jorge Luis Borges (Argentina) foi ligado nas pesquisas ao estilo, cito The Aleph (1988). Como a música erudita de vanguarda sofre uma resistência especial até hoje no Brasil, é muito difícil uma banda ou projeto tocar com orquestras sinfônicas ou ter divulgação, justamente pela falta de cultura nacional em termos críticos interessados e especializados na área.

Logo publicarei um artigo sobre a música de vanguarda nos EUA e na América Latina, baseado em fontes e literatura específica documentada da área. Uma resistência à música obsoleta e medíocre das massas, mostrando uma esquerda fortemente preocupada com o intelectualismo e cultura elevada, bem diferente da atual condição nacional brasileira.

Amyr Cantúsio Jr. – Campinas, SP. Músico, Compositor, Pianista, Produtor e Gestor Cultural, Técnico em Fortran & Cobol, Musicoterapeuta em Neurociencia. Livre Pensador.

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