Atualizado em: 24/08/2024, as 02:08
Enquanto existirem sociedades organizadas, sempre deve existir, ou pelo menos sempre haverá de existir, algum grau de censura. — George Orwell, livro A Revolução dos Bichos
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A questão de saber se a educação dos filhos constitui censura familiar é uma discussão que desperta muitas opiniões. No entanto, com base em minha perspectiva, é importante destacar que educação parental não deve ser confundida com censura. Educação é um processo necessário, responsável e benéfico para o desenvolvimento integral das crianças, enquanto censura tem uma conotação mais negativa e repressiva.
Censura, em seu sentido mais amplo, refere-se à supressão ou controle da informação, ideias ou expressões. Frequentemente associada ao governo, a censura pode, de fato, ocorrer em diversos contextos, inclusive no ambiente familiar. Contudo, a diferença crucial está no propósito e na metodologia aplicada. Censura visa controlar e limitar a liberdade de expressão e acesso à informação de forma autoritária, enquanto a educação parental busca guiar e proteger os filhos, assegurando seu desenvolvimento saudável e seguro.
Os pais têm a responsabilidade primordial de proteger seus filhos de situações e conteúdos que possam ser prejudiciais. Essa proteção não é uma forma de censura, mas sim uma necessidade para garantir o bem-estar das crianças. Por exemplo, proibir o acesso a conteúdos violentos ou sexualmente explícitos na televisão ou na internet é uma forma de assegurar que as crianças não sejam expostas a informações inadequadas para sua idade e capacidade de compreensão.
Além disso, a educação moral e ética desempenha um papel fundamental na formação do caráter das crianças. Os pais orientam seus filhos sobre o que é considerado moralmente ou eticamente aceitável de acordo com os valores familiares, culturais ou religiosos. Esse tipo de orientação é essencial para que as crianças aprendam a distinguir o certo do errado e a desenvolver um comportamento responsável e respeitoso.
Outra dimensão crucial da educação parental é garantir que as crianças tenham um desenvolvimento saudável, tanto físico quanto emocional. Restringir o tempo de uso de computadores ou celulares, limitar o uso de redes sociais e incentivar a prática de atividades físicas são medidas que visam promover um equilíbrio saudável na vida das crianças. Essas ações não são formas de censura, mas sim estratégias educativas que ajudam as crianças a crescerem de maneira equilibrada e a evitarem comportamentos prejudiciais.
É igualmente importante que os pais promovam a autonomia de seus filhos de forma gradual e adequada à idade. Isso significa permitir que as crianças explorem e aprendam, mas sempre dentro de um ambiente seguro e supervisionado. Proteger não significa sufocar; é possível encontrar um equilíbrio entre proteger e permitir que a criança desenvolva sua própria capacidade de tomar decisões informadas.
Um aspecto fundamental para diferenciar educação de censura é a comunicação aberta entre pais e filhos. Ao invés de simplesmente proibir algo sem explicação, os pais devem dialogar com seus filhos e explicar as razões por trás das suas decisões. Quando as crianças entendem o porquê de certas restrições, elas estão mais propensas a aceitar e internalizar esses valores e normas.
A ideia de que a educação dos filhos seja censura desconsidera a essência da responsabilidade parental. Os pais não estão buscando suprimir a liberdade de expressão ou controlar rigidamente cada aspecto da vida de seus filhos. Em vez disso, estão exercendo seu papel natural de guias e protetores, preparando as crianças para se tornarem adultos responsáveis e capazes.
Assim, termos como “orientação parental”, “proteção infantil” e “supervisão educativa” são mais precisos e refletem melhor o verdadeiro papel dos pais. Esses termos destacam a natureza construtiva e educativa das ações parentais, que são vitais para o desenvolvimento saudável e seguro das crianças.
Portanto, educar filhos não é uma forma de censura, mas uma expressão do cuidado e da responsabilidade dos pais em guiar, proteger e preparar seus filhos para o futuro. A censura, em seu sentido negativo, está associada à repressão e ao controle autoritário, enquanto a educação parental é um processo positivo, destinado a promover o bem-estar, a moralidade e o desenvolvimento integral das crianças. É um equilíbrio delicado, mas essencial, que deve ser mantido para assegurar que as próximas gerações cresçam em um ambiente seguro, compreensivo e educador.
Notas de Criação
O texto acima foi desenvolvido a partir de questionamentos a IA do ChatGPT, com o foco em “Censura Familiar” Suas respostas, sempre muito extensas e cheias de tópicos numerados e conceitos claramente “woke”, politicamente corretos, me demonstram claramente que o “treinamento” das IAs é baseado em conceitos “progressistas”. Foram três as perguntas que coloquei:
1. Censura é apenas um ato de Governo? Pode ser considerado censura atos, por exemplo, de um pai que proíbe certas coisas aos filhos?
2. Quanto à Censura Familiar: não é a obrigação de pais ou responsáveis, orientar e até mesmo proibir que crianças façam ou digam, ou leiam determinadas coisas?
3. Então, não seria errado chamar isso de “Censura” Familiar, mas de obrigação na educação dos filhos?
A partir daí, e baseado em minhas experiências pessoais na educação de dois filhos, que após adultos quando adotaram o pensamento esquerdista, e usando do vitimismo, passaram a renegar toda a educação que lhes dei, chamando-me frequentemente de “Ditador”, “Censor”, etc. A “educação moderna”, que na verdade nada tem de nova, e baseada no gramscismo, alega que qualquer “não” aos filhos seja chamado de “punição”, não de educação, fazendo com que qualquer ato que contrarie uma criança se chamado de ditadura e causar traumas a elas.
Uma Reflexão
Quando meus filhos eram pequenos, eu procurava equilibrar amor e disciplina. Nunca fui a favor de castigos físicos violentos, mas acreditava firmemente que era meu dever guiá-los e corrigir comportamentos inadequados. Uma prática que adotava era fazer com que ficassem de cara para a parede por alguns minutos. Após esse tempo, sentávamos juntos e conversávamos sobre o que havia acontecido. Era um momento para reflexão, para que eles entendessem o erro e aprendessem com ele. Nunca vi isso como algo vexatório ou traumatizante, mas sim como uma oportunidade educativa.
A disciplina é um componente essencial da educação. Sem ela, as crianças não aprendem a respeitar limites e a entender as consequências de suas ações. Na minha experiência, pequenas punições, como ficar de cara para a parede, serviam como um momento de pausa e reflexão. Após alguns minutos, eu sentava com meus filhos e discutíamos o que havia acontecido, explicando por que aquilo era errado e como poderiam agir de maneira diferente no futuro.
Para mim, esse método nunca foi humilhação, mas sim ensino. Era uma forma de fazer com que parassem e pensassem sobre suas ações, compreendendo o impacto de suas escolhas. No entanto, a visão moderna, influenciada por teorias educacionais progressistas, parece desconsiderar o valor desse tipo de abordagem. Ao rotular qualquer forma de punição como abusiva ou traumatizante, cria-se um ambiente onde a autoridade dos pais é constantemente questionada e desafiada.
Meus filhos, agora adultos, adotaram essa visão. Ao olharem para trás, reinterpretam suas experiências sob essa nova ótica, e o que antes viam como orientação e proteção, agora enxergam como autoritarismo. É um paradoxo doloroso para qualquer pai que, como eu, dedicou sua vida a criar filhos responsáveis e bem ajustados.
Acredito que a quebra da autoridade paterna é uma das consequências mais graves dessa nova abordagem educacional. Quando os filhos são encorajados a ver seus pais como opressores, ao invés de guias, a base da estrutura familiar se desfaz. A autoridade parental é a primeira e mais fundamental que uma criança conhece, e desestabilizá-la pode ter repercussões profundas e duradouras.
Não defendo a tirania ou o autoritarismo, mas acredito firmemente que os pais devem ter a liberdade de disciplinar e orientar seus filhos sem serem vistos como vilões. A autoridade paterna deve ser exercida com amor, justiça e sabedoria, e não pode ser confundida com censura ou opressão. O desafio está em encontrar um equilíbrio onde os filhos entendam que as regras e os limites existem para seu próprio bem, e que a disciplina é uma forma de cuidado, não de controle.
Refletindo sobre minha experiência, continuo a acreditar que educar filhos é um dos trabalhos mais difíceis e recompensadores que alguém pode ter. É uma jornada cheia de desafios, mas também de momentos de profunda alegria e realização. E, acima de tudo, é um ato de amor que deve ser reconhecido e respeitado, não vilipendiado.
Barata. Escrito em 22/07/2024 e Publicado em 23/07/2024
Do Livro:
Samizdat: Arquivos de Censura
Barata Cichetto
Gênero: Não Ficção
Ano: 2024
Edição: 1ª
Editora: BarataVerso
Páginas: 244
Tamanho: 16 × 23 × 1,50 cm
Peso: 0,400
Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador.
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