Vômito de Metáforas | Escrever e Chorar é Só Começar

Atualizado em: 30/10/2024, as 11:10

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Alguém aí chora enquanto escreve? Ou escreve enquanto chora? Escrever e chorar são antagônicos. Males crônicos. Cônicos. Tônicos. E até e por que não, Canônicos. Ultimamente esqueci como se faz essas coisas. Juntas ou separadas. Chorar é para os fortes, sempre afirmo. E confirmo, que escrever é para os fracos. E o que falar sobre a risada. E a gargalhada? Ah, nem sei o que escrever. Que eu deveria chamar de falar. Sobre risos e alegria. Penso, com muito mais convicção nos correntes dias e noites. Que rir, sorrir, gargalhar são coisas para os mortos. E não sabem. O que há de engraçado, pergunto, enquanto o otimista me fala — escreve — que eu tenho que perceber as coisas boas que segundo ele existem. Manda o endereço, então, peço. Ou o número do telefone, a URL do site, qualquer coisa. Canal de humor no Youtube não interessa. Não tenha pressa. Manda que espero. Não tenho pressa de rir mesmo. Estou sentado esperando. Enquanto isso escrevo e choro para não perder o costume. Minha geração perdeu a mão. Perdeu o pé, e perdeu a cabeça. E antes de que algo aconteça, espero que esqueça. O que escrevi chorando. Claro que estou mentindo, que não sei chorar, nem escrever. Mas falo — escrevo — sobre escrever e chorar porque estou sentindo, mais que mentindo, um desejo imenso de causar comoção. Na nação. Sem coação, mas por opção. Há um boi no ar, do tamanho de um prédio ou do meu tédio. Está no ar. Ou seria um porco de colar, um elefante efervescente, ou algo mais indecente? Achava que o escrever era o meu chorar, mas nada agora me faz escrever ou chorar. O que faço? Dou risada? Só se for da sua cara! De pau! Ah… Não seja mau, me passa o sal e a caneta vermelha, que vou escrever um poema temperado. Com gosto de tristeza. Alguém sente esse gosto? Ou seu oposto? Tenho dito, que escrever e chorar é só começar. Preciso ir ao começo de tudo, a chave está lá. Mas, onde fica o começo? Só conheço o fim. E o meio, por outros meios. E não esqueço da chave que perdi, da porta que não abri, e das escadas que não subi. Onde eu estava, mesmo? Ah, sim, falando de mim. Como sempre. Então deixa eu parar. De escrever. E ver se encontro a chave, a nave, o enclave, ou qualquer ave, que se pareça com o corvo de Poe. E aí serei eu quem lhe dirá: “Nunca mais!”.

14/03/2024

Do Livro:
Vômito de Metáforas
Barata Cichetto
Gênero: Crônicas Poéticas
Ano: 2024
Edição:
Editora: BarataVerso
Páginas: 248
Tamanho: 20 × 20 × 1,50 cm
Peso: 0,500

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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