Vômito de Metáforas | O Juiz Que Não é Luiz e o Ladrão Sem Um Dedo da Mão

Atualizado em: 04/06/2025, as 01:06

Desde meus tempos antigos. Nunca fui de muitos amigos. Não tinha paciência. Com conversas chatas. Nunca fui de grupos. Turmas. Patotas. Como se chamavam. Nos anos da minha adolescência. Mas sempre tive ciência. E quase nenhuma decência. Que amigos de fato são poucos. Então escolhi aos loucos. Aqueles que de fato eram tão poucos. Que o número eu contava. Nos dedos das minhas mãos. Que sempre foram dez. Nunca nove. E que juntando com os pés. Nunca deram dezenove. Não gostava da maconha fumada. E babada. Não queria falar de revolução. Meu papo era a evolução. Não queria falar de lutas. Porque minha conversa eram as putas. Não sabia da realidade. Porque meu interesse era a eternidade. Assim. Com o tempo. E com o vento. Fui parar num lugar. Onde ninguém morava. Ninguém estava. E o que me restava. Eram uns dez amigos. E de fato nenhuns inimigos. Nunca odiei ninguém. Porque se odiasse alguém. Além de mim. Estaria findo. Fodido. E morto. Ódio não é meu fim. É meu começo. Eu mereço. Mas nunca esqueço. De um rosto. Que por desgosto. Me olhe de frente. Então acrescente. Ao pente de balas. Algumas falas. E falhas. De filhos. Que se eu fosse ver. Não continuaria a sobreviver. Não peço nem aceito perdão. Meu mote há vinte e cinco ou noventa anos. Então não faça comigo. O que lhe pode ser castigo. Não me torne inimigo. Que sou amigo da vingança. E só enxergo a esperança. Como uma criança. Que quer chupeta. Opa… Vamos de novo de buceta? Ou de punheta? Não. Vamos de vertigem. De puta virgem. Daquelas que fingem. Subversão. Subvenção. Tenho aversão. A versos. Que tratam universos. Como tolices. E a par das crendices. Digo tolices. E chamo clarices. De alices. Enquanto o país das maras-vilhas. Aglomerado de ilhas. Se transforma num liquidificador. Acionado pelo Imperador. E pelo velho de andador. Que toma canja. E esbanja. Dinheiro que não lhe pertence. Um bêbado nonsense. Que arranca o pino da granada. Por nada. Porque o que tem é coisa roubada. Assaltada. De toda a nação. Que ainda sem noção. Acredita num sem o dedo de uma mão. Um mijão. Um cagão. Que dorme no chão. Enquanto a dama. Sem pijama. Dorme no fundo. Com o imundo. Rei da Babilônia. Que não chama Sônia. Mas tem o nome de legume. E cheira a chorume. Que acha ser o rei da situação. E que pensa que prostituição. É apenas a substituição. Da cafetina pela libertina. Da serpentina. Pela morfina. Que acredita ser criatura do criador. Mas é apenas boneco de ditador. Onde anda Dirceu sem Marília? Aque que tem família. Por onde caminha Genuíno sem seu beduíno? E o cretino. Que não sou eu. Mas o libertino. Come o cu do ovo. E em Brasília ou Sokovo. Ah meuszovo! Que de novo. Fodem o cu do Brasil. Que muda de nome. A cada pronome. Que o deponha. Na fronha. Como uma pátria que o pariu. E neste Brasil. Varonil. Céu de anil. Mais vale o cu na mão. Do que uma grade de prisão. Como eu vi na televisão. Do velho na Papuda. E da velha muda. De tornozeleira. De prisioneira. E era apenas uma cozinheira. Enquanto o Vermelho. Que de hacker tem quase nada. Posa com espingarda. E tem até namorada. No Congresso Nacional. Aquele mesmo que é tão legal. Quanto uma câimbra no saco escrotal. Não quero nenhum mal. Mas penso se um dia haverá um Internacional. Tribunal. Que julgue os crimes contra a humanidade. Que certas pessoas rotas. Marotas. Escrotas. Cometem. Contra um país. Sem nenhum Juiz. E deixam um Luiz. Que não sou eu. Apenas que é amigo de um amigo meu. Enquanto eu. Apenas escritor. Apenas poeta cantor. Ou ator. Nunca um escriditador. Que a loucura beira. O outro espolia uma nação inteira. Depois de ir à feira. De Terça-feira. E dizer que um quilo da picanha. Ou de banha. De piranha. É barato a quem ganha. Menos de um milhão. De centavos. Ou um doze avos. De merda nenhuma. Que de maneira alguma. E em suma. É apenas a sobra. Do que o rabo da cobra. Recebe de abono. E ainda esse corno. Que se chama Luiz. E não é Juiz. Mas dá voz prisão. Aciona a repressão. E é mais filhodaputa que o companheiro. Aquele que no banheiro. Ninguém sabe o que é merda pura. Ou o cu da Ditadura. Um ladrão. Que nunca pede perdão. Pela fome que causa. Pelos filhos sem casa. E viúvas sem asa. Que mora numa mansão. E recebe um monte de pensão. Da viúva que não morreu. Do filho que perdeu. E todo o povo que ele mesmo fodeu. O maldito roubou meu L de polegar e indicador. E para minha maior dor. Mesmo assim. Ainda chamam de progenitor. O maldito malfeitor. E o juiz que não se chama Luiz. É apenas um aprendiz. Que não condiz. Com o que diz. Apenas um infeliz.

25/04/2024

Do Livro:
Vômito de Metáforas
Barata Cichetto
Gênero: Crônicas Poéticas
Ano: 2024
Edição:
Editora: BarataVerso
Páginas: 248
Tamanho: 20 × 20 × 1,50 cm
Peso: 0,500

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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