Carnaval (Foto Freepik)

Divagações de Um Sábado de Carnaval na Terra do Inominável

Atualizado em: 17/08/2024, as 09:08

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“Potencialmente, um governo é a ameaça mais perigosa para os direitos do homem: possui um monopólio legal sobre o uso “da força física contra vítimas legalmente desarmadas.”
– Ayn Rand

Carnaval sempre me pareceu deprimente. Mesmo na adolescência, quando a turma ira cheirar lança perfume e achar que ia comer todo mundo. Nunca gostei disso, lança perfume e comer todo mundo. É… Sou esquisito, mesmo! Hoje, nesta situação caótica, de censura e opressão, preferi ficar aqui, tomando minhas cervejas e cuidando daquilo que sempre cuidei: arte, poesia. literatura…

Não, eu não acredito que Poesia irá mudar o mundo, até porque a chamada “Poesia Revolucionária” é um porre, e completamente inócua. Por outro lado, acredito menos ainda que com pessoas esbravejando em Grupos de Whatsapp (Ah, sem contar que tudo dentro desses aplicativos é monitorado, não esqueçam).

Enfim, posso ser um idiota, mas ainda acredito que, no fim das contas, somos mesmo covardes, e nenhum de nós vai sair por aí pegando um canhão (Tá… Tem um à venda no boteco da esquina, né?!) e salvar o Brasil do Comunismo, da esquerdalha e tal. Não, só quero acreditar naquilo que sempre acreditei… Me perdoem a falta de jeito, da falta de peito… E da falta de qualquer coisa que possam chamar Direito. Eu sou um torto, mesmo!

As mudanças, infelizmente, são sempre para pior! Sobreviveremos? Sim, como os mais velhos aqui, que passaram por mais, e estamos vivos. Quando nos chegar o momento iremos. Sem balas de canhão e tiros de festim… Quem vai comprar uma bazuca? Quem vai dar tiro de canhão? Ah… Ninguém! Os que falam em salvar a todos querem apenas SE salvar. E isso nem errado está! Cada um de nós é a “Menor minoria da Terra”. Quem não entender isso, simplesmente, vai enlouquecer, adoecer e… Nada vai mudar. O jogo político é muito mais podre que pensam… Para a maioria, pensar dói!

Avenida 8 de Janeiro em Araraquara (Foto Walter Strozzi)

É fato! Talvez as próximas gerações, daqui a uns cinquenta anos, compreendam o que fomos, como dinossauros, que fomos a última geração maios ou menos livre (Sim, existe isso, pois plena liberdade é uma farsa). A Ditadura nos comeu o lombo. Nos ferramos na rua, de Sol a Sol para trabalhar. E, ainda tinha uma porção de mimadinhos que se diziam “revolucionários”. Bem, a gente sabe… Agora falam em armas e “libertar o povo”, num discurso furado e sem a menor chance de atitude! Nosso empirismo, juntamente com uma arguta percepção do podre jogo político, que muitos acreditam conhecer, seria uma vantagem competitiva, não fosse a falta de entendimento, que nesse esporte nojento, eles são o juiz e até a bola do jogo.

Evito falar de Política, não apenas aqui, mas em qualquer lugar, apenas por entender que nada, absolutamente nada faremos… A não ser enlouquecer! Vi amigos se matarem, enlouquecerem, ficarem feito um pote de geleia, por acreditarem que existia uma chance de a gente se safar dessa Ditadura Comunista que à porta está! (Não está mais à porta, mas dentro de casa, na sua cozinha, no seu quarto, no seu banheiro). Penso que tudo, incluindo a eleição do “22” (era 17 em 2018), foi tal e qual a “piada” do Comunista e o burro.

Muita gente reclama de que “Perdemos a Liberdade!”… E aí pergunto: quando foi que a tivemos? Criaram o “Nós Contra Eles”, quando perceberam que perderam a hegemonia. As “esquerdas” sabem bem como criar essas divisões para conquistar. Lembram das chamadas “Jornadas de Junho”, de 2013? Dos “Black Blocks? Quando foi, mesmo, que “perdemos a liberdade”? Garanto que foi bem antes de 1 de Janeiro de 2023. Muito antes!

Pois, então… O que iremos fazer agora? Lutar de bananas e lâminas de barbear em punho contra a Opressão que estamos passando? Não, não sejam tolos. Se há alguma esperança, mesmo eu sendo tachado de “estúpido” e “sonhador”, é no alimento, que desde minha adolescência, que costumávamos chamar de “Consciência”.

Acham, mesmo, os amigos que acreditaram que a Eleição de Bolsonaro foi algo dentro da normalidade? Oras, claro que não foi! Tudo era parte do mesmo plano, com Derivadas e Variantes. A prisão e soltura do Inominável, a facada, as brigas públicas com o Imperador, até mesmo coisas mais tolas, como não saber colocar uma máscara, podem, sim, fazer parte de uma mesma partida de um jogo que sabemos bem quem ganha.

No final de 2022, sabendo da Eleição (Fraudada, sim), ele, de forma egocêntrica, deixou que as pessoas que estavam nas ruas, em frente aos quartéis, etc., acreditassem que ELE, o “Grande Líder”, nos livraria dos dejetos comunistas. O que fez? Se mandou para Miami com a sua “Sagrada Família”, deixou que o jogo podre rolasse em 8 de Janeiro, quando o Inominável” tinha tudo planejado. Coincidentemente, ele se mandou para a cidade que moro, Araraquara, cujo prefeito, Edinhe Silve, foi o coordenador de sua campanha. Coincidência? Claro que não!)

Ah, sim, a/o/e “prefeite” da Morada do Sol nomeou uma rua como “Avenida “8 de Janeiro: Dia da Vitória da Democracia”, como transformou a cidade num reduto esquerdista, com ruas marcadas com o nome de um escritor que ocupa uma cadeira na escrota “ABL”. Quem lhe? (A tal Avenida é de terra, sem iluminação pública, com barracos de lona e lixo a céu aberto ao longo de aproximadamente dois quilômetros. Isso me parece bem o retrato do que eles entendem por Democracia.).

Passei mais de dois anos com depressão, sentindo-me um inútil, me recusando aos remédios, mas cada dia mais sozinho e arredio, sem vontade fazer nada, nem a escrita, que sempre foi minha salvadora psicológica. E assim foi. Por isso evito ver, e se vejo procuro ignorar, qualquer notícia e até memes que se relacione à política. Não por ser insensível, alienado, ou ter menos de dois neurônios no cérebro, mas, e apenas mas, por tentar preservar o mínimo que me resta nessa situação toda, em que, “esquerda” ou “direita, estamos todos fodidos.

Acham que eu não sinto? Acham mesmo? Bem, não é problema meu o que acham de mim e do que eu penso e sinto. Apenas quero manter-me com um mínimo de lucidez, e estando consciente da minha impotência, acreditar que o que faço, por mais idiota e alienado que possa parecer, me servirá como veneno-contra-veneno de um estabilishment que, em muitos casos, lhes oferece a ideia de que sua voz tem importância.

Não, ela não tem! O Sistema só aceita “A Voz do Dono”.

10/02/2024

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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Genecy de Souza
Genecy de Souza
12/02/2024 1:43

Somos obrigados a acreditar que “O poder emana do povo e em seu nome é exercido” desde crianças. Talvez exista algum país em que essa frase é levada a sério, menos no nosso. Seja por ingenuidade (produto da falta de educação política), por conveniência ideológica, ou outro fator qualquer, somos obrigados a comparecer às urnas e escolher aqueles que, segundo a Constituição, por meio de uma carta branca expedida pelo povo, exercerão seus mandatos com honradez e transparência. Mentira! Para resumir a questão, esse papo é puro teatro. Na prática, tudo não passa de negócios. E tem sido assim desde que Deodoro da Fonseca destronou Pedro II.

Quem sabe um dia o povo esqueça o Carnaval, o futebol e as novelas e faça valer o seu poder. Quem sabe?

Enquanto esse dia não chega, sigamos fazendo (ou sendo vítimas das) más escolhas.

BarataVerso
Responder a  Genecy de Souza
12/02/2024 19:15

O que sempre me incomodou foi aquela parte que fala que “ninguém é obrigado a fazer nada a não ser pela Lei”. E agora, isso se provou correto. Eles criam uma Lei do jeito que querem e acabou!

Vinnie Blues
Vinnie Blues
11/02/2024 14:10

Perfeito o texto, Barata ! Como era moda em 70, Falou e Disse !

BarataVerso
Responder a  Vinnie Blues
11/02/2024 16:25

Obrigado, bicho! rsrsrsrsrs

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