Chicken Little é um curta-metragem animado produzido pela Walt Disney Productions, dirigido por Clyde Geronimi e lançado em 14 de Dezembro de 1943. A animação adapta a fábula “A História de Henny-Penny”, do livro “Conte Outra Vez” de Karin Stasch, mais conhecida como “O Céu Está Caindo!” em que o personagem principal acredita que o céu está caindo após ser atingido por uma pinha.
Esse filme traz uma interpretação sombria e política da fábula, fazendo uma alegoria da manipulação das massas por líderes autoritários. No curta, Chicken Little é enganado por uma raposa esperta, que usa táticas psicológicas para espalhar o medo entre os animais do galinheiro, levando-os a acreditar que o céu realmente está caindo. O filme faz uma clara referência ao fascismo e às técnicas de propaganda usadas para controlar a opinião pública, especialmente durante a Segunda Guerra Mundial.
A versão de Disney é notavelmente mais pessimista que a fábula original, já que termina com a destruição dos animais ao caírem na armadilha da raposa, enfatizando a mensagem sobre os perigos da ignorância e da manipulação.
Em 2005, a Disney lançou uma segunda versão da animação, em 3D de longa-metragem, muito mais leve, voltado para o entretenimento familiar. Aqui, Chicken Little realmente acredita que o céu está caindo, mas o “objeto” é uma peça de uma nave alienígena. A história se transforma em uma comédia de aventura, com o protagonista tentando provar que ele estava certo e que uma invasão alienígena está em curso. O tom é muito mais cômico, otimista e cheio de ação. Enquanto o filme de 1943 tinha uma mensagem política explícita, o de 2005 explora temas mais leves de confiança, relações familiares e coragem.
Chicken Litttle, 1943
A versão original de 1943 é uma animação curta de cerca de 8 minutos, muito mais sombria e voltada para uma mensagem de alerta contra a manipulação de massas e o autoritarismo, em um contexto de Segunda Guerra Mundial. O enredo gira em torno da manipulação psicológica que Foxy Loxy aplica sobre Chicken Little, convencendo-o de que o céu está caindo. Isso desencadeia o pânico, e os animais do galinheiro são levados à sua destruição.
O filme é uma clara alegoria política, com referências a como a desinformação e a propaganda podem ser usadas para enganar as massas, levando-as a tomar decisões perigosas.
Um pedaço de madeira com uma estrela pintada, um símbolo visual dramático que representa o céu “caindo”. Esse detalhe visual reforça a confusão e o medo irracional de Chicken Little, criando uma ligação simbólica com o céu “caindo”. A mudança da bolota para esse objeto foi uma escolha criativa da Disney para aumentar o impacto visual e dar uma dimensão mais dramática à história, que envolve manipulação psicológica e o medo coletivo.
O final trágico, com todos os animais sendo devorados pela raposa dá a “moral da história”, alertando sobre os perigos da ignorância e da falta de pensamento crítico diante de manipulações autoritárias.
Comparando as Versões
Comparando-se as duas versões, existem diferenças fundamentais: Enquanto o curta de 1943 é sombrio e oferece uma lição séria sobre os perigos do pânico coletivo e da manipulação, a versão de 2005 é uma comédia familiar com um final feliz e uma mensagem sobre resiliência e autoaceitação.
Contextualmente, a versão de 1943 reflete o clima tenso da Segunda Guerra Mundial, usando a história como uma advertência política, enquanto a de 2005 é uma reinterpretação moderna, voltada para o público infantil e adolescentes, explorando temas mais universais como amizades e confiança familiar.
A narrativa do curta de 1943 é direta e trágica, enquanto o filme de 2005 constrói um arco mais tradicional de herói, com um protagonista que, no final, é recompensado por sua coragem e determinação. A versão de 2005 tem muito mais foco no entretenimento, enquanto a de 1943 servia como um comentário sobre as realidades políticas e sociais da época.
A História de Chicken Little de 1943
A animação começa com uma narração, apresentando os personagens e seus papéis e toda a geografia do galinheiro. O Doutor Galo, que é uma espécie de Gerente, “um sujeito calmo, pacato e burguês”, as galinhas que seriam as operárias. O salão de beleza e o de dança representam a vaidade e a diversão. O Conselheiro Peru os políticos e os gansos e patos são retratados como a malta de cachaceiros, artistas, “sempre encontrados nos botequins das esquinas”. E por fim, o nosso protagonista, o Pintinho Ingênuo, “campeão de ioiô, um bom rapaz, de cabeça mole é verdade, mas um rapaz direito, um menino de família.”. Enfim, a representação de uma sociedade, que estão “felizes e satisfeitos da vida, eles não receiam nada, porque a seca que os protege é bem alta”, protegendo-os da “Raposa Esperta”.
A história corta para a Raposa, e o narrador pergunta por que ela não os ataca. Entre as impossibilidades é citada a espingarda do fazendeiro? A raposa conclui que “há outros meios de pegar galinha: psicologia. Por que só comer um, quando eu posso devorar a todos?”, pergunta ela abrindo um livro de capa vermelha — reforço: vermelha —, cujo título é “Psicologia”. “Para influenciar as massas dirije-se primeiro ao menos inteligente, ponto.” O conceito, claramente não é de psicologia, mas de Marxismo. Depois de considerar todos os possíveis alvos, ela conclui que o Pintinho Ingênuo é o ideal, por ter “cara de otário.” Ela retorna ao livro e lê: “se tiver de contar uma mentira, não conte uma pequena, conte uma grande.”, outro conceito comunista amplamente difundida por Lênin.
A raposa arranca um pedaço de uma tabuleta onde está pintada uma estrela amarela (outra referência), sopra fumaça, joga água e o objeto sobre o Pintinho, sai correndo pelo galinheiro gritando: “O céu está caindo, o céu! O céu está caindo, uma estrela caiu na minha cabeça.”. A galinha começa a entrar em pânico, até que o Doutor Galo (que na dublagem brasileira tem sotaque português), ri e diz que aquilo tudo é uma bobagem, porque é apenas um pedaço de pau, e manda todo mundo ir para casa trabalhar. Volta a raposa ao Livro Vermelho e lê: “Destrua a confiança do povo nos seus chefes” Querem mais alguma referência esquerdista?
Disfarçando-se e por buracos nas tábuas a Raposa Esperta começa a alimentar a desconfiança na população galinácea, como por exemplo: “Na minha opinião, o Dr. Gallo tem tendências totalitárias definidas. Está querendo se impor.” (Conhecem o jargão comunista atribuído a Lênin: “Acuse-os do que és”?) E assim os boatos vão se espalhando, e credibilidade do Velho Doutor Galo.
Volta a Raposa Astuta a ler: “Pelo uso da bajulação, uma pessoa insignificante acaba convencendo-se de suas qualidades de chefe.” E assim convence ao nosso Pintinho que ele deve assumir as rédeas da situação, com a população de galinhas seguindo-o. E quando o Doutro Galo tenta provar que ele está errado, a Raposa atira sobre ele uma estrela amarela de madeira. Está armada a arapuca, ou melhor a revolução galinar.
Ato final: a Raposa sopra ao Pintinho para que ordene a que todos se escondam na gruta, e todos o obedecem e para lá seguem, em debandada de penas. Lá as espera a Raposa faminta amarrando um guardanapo no pescoço. O narrador interfere: “Não se assustem, a nossa história vai acabar bem.” Mas no corte seguinte a Raposa agora saciada, enterra ossinhos de galinha e diz: “ Hum, hum, delicioso.” E novamente o narrador: Como é? Está errado! No livro de histórias não acaba assim”. No que responde a Raposa, com o livro de capa vermelha e o iô-iô do Pintinho nas mãos: “Ah, é? Mas quem acredita em boatos acaba assim.”. The End!
A Relação Entre Chicken Little de 43 e a Pandemia de 2020
A comparação entre “Chicken Little” (1943) e o ambiente de terror midiático e governamental durante a pandemia de 2020 revela paralelos interessantes no uso do medo e da desinformação como ferramentas de controle.
Na versão de 1943, a trama gira em torno de uma manipulação psicológica intencional, onde a Raposa Esperta cria pânico ao convencer Chicken Little e os outros animais de que o céu está caindo. O medo irracional toma conta dos animais, que agem em massa e acabam sendo levados à destruição. O curta é uma alegoria clara sobre a manipulação das massas por líderes autoritários, sugerindo que o pânico coletivo pode ser fomentado e explorado para fins destrutivos.
A raposa usa táticas de desinformação e propaganda para controlar o comportamento dos animais, refletindo como regimes autoritários durante a Segunda Guerra Mundial se aproveitaram da ignorância e da fragilidade das massas para consolidar poder.
Durante a pandemia de 2020, as mídias e os governos se utilizaram do medo como forma de controle social. Termos como “terrorismo midiático” foram empregados para descrever a forma como as notícias sobre a pandemia foram disseminadas, enfatizando o número de mortos, o colapso do sistema de saúde e as consequências devastadoras do vírus. Essas ações, exacerbavam o pânico e criavam um ambiente de incerteza e vulnerabilidade.
O governo e as instituições de saúde pública precisaram comunicar os perigos reais da COVID-19, mas na maioria dos casos a resposta incluiu desinformação e teorias da conspiração que alimentaram tanto o medo excessivo quanto a desconfiança. A percepção de que certas ações governamentais — como lockdowns rigorosos, obrigatoriedade de máscaras, e campanhas de vacinação — eram motivadas por interesses ocultos ou exageradas, ressoava com a ideia de manipulação do curta de 1943.
Em ambos os casos, o medo se torna a principal ferramenta de controle. Em “Chicken Little”, o pânico irracional dos animais permite que eles sejam facilmente manipulados pela Raposa Esperta, que usa o medo como uma arma. Durante a pandemia, muitos argumentaram que o medo do vírus foi exacerbado, e o pânico público facilitou a aceitação de medidas governamentais severas, que de outra forma teriam sido questionadas.
A figura da raposa, que estrategicamente espalha a falsa ideia de que o céu está caindo, pode ser comparada ao papel das mídias sensacionalistas, que muitas vezes exploraram o caos da pandemia para gerar audiência e lucro, criando um ciclo de ansiedade e desespero na população.
No curta, os animais, ao acreditarem cegamente que o céu está caindo, agem em conjunto, sem questionar. Durante a pandemia, vimos algo semelhante com reações em massa: desde o pânico de compras no início, até a aceitação generalizada de restrições, sem que muitos questionassem as evidências ou os motivos por trás das medidas.
Em “Chicken Little”, a ignorância e a falta de pensamento crítico levam ao desastre final, com os animais sendo devorados. Na pandemia, a falta de informação precisa, combinada com o excesso de medo ou confiança cega em certas narrativas, resultou em polarização social e consequências negativas, como o aumento de teorias da conspiração ou a resistência irracional às medidas de saúde pública.
A conclusão: Em ambos os casos, o medo é uma força poderosa que pode ser manipulada para promover certos interesses, seja de um regime autoritário ou de atores políticos e midiáticos durante a pandemia. A lição de “Chicken Little” de 1943 é a mesma que se aplicaria ao cenário da pandemia: a desinformação, combinada com a ignorância e o pânico, pode ser usada para manipular massas inteiras, levando-as a agir contra seus próprios interesses.
Chicken Little de 1943, a Pandemia de 2020 e as Eleições de 22
Muitos de nós perceberam que o terrorismo governamental e midiático na Pandemia de 2020 era apenas uma preparação para algo muito maior, que viria logo depois. E estavam corretos. É perfeitamente possível traçar uma conexão entre o medo e a guerra de desinformação durante a pandemia de 2020 e o clima político em torno das eleições no Brasil, incluindo os eventos subsequentes.
Durante a pandemia, o medo foi intensamente amplificado pela mídia e governos, gerando um ambiente de insegurança e desconfiança. Da mesma forma, nas eleições brasileiras, especialmente na de 2022. Assim como na pandemia, onde havia uma guerra de informação, as eleições brasileiras viram uma proliferação de fake news, desinformação massiva e manipulação digital, criando uma atmosfera de caos e incerteza.
Em ambas as situações, o medo do “outro” foi exacerbado. Durante a pandemia, o “outro” era o vírus ou aqueles que se recusavam a seguir as diretrizes de saúde pública. Nas eleições, o “outro” tornou-se o adversário político, frequentemente retratado como uma ameaça existencial para o país.
Candidatos e seus apoiadores usaram amplamente táticas de medo, associando o opositor a conceitos como corrupção, comunismo, fascismo, ou desmantelamento da democracia, dependendo de qual lado da polarização se estava. Essa estratégia funcionou de forma semelhante ao que se viu na pandemia: gerar pânico e impulsionar uma reação emocional ao invés de um debate racional.
Assim como a Raposa Esperta manipulava os medos dos animais para controlá-los, líderes políticos e certas mídias usaram o medo para consolidar apoio e inflamar divisões. No caso das eleições, o medo de uma mudança radical no governo ou da perda de direitos e liberdades foi utilizado por ambos os lados para justificar ações extremas, polarizando ainda mais a população.
A ideia de que “o céu está caindo”, explorada no curta de 1943, pode ser vista nas retóricas sobre o colapso da democracia ou a imposição de regimes autoritários, que foram amplamente disseminadas durante os períodos eleitorais.
Concluindo: Assim como no curta de Chicken Little e na pandemia, o medo foi o principal motor de ação nas eleições brasileiras e nos atos subsequentes. A guerra de desinformação, seja em relação à pandemia ou às eleições, criou um ambiente de incerteza onde a manipulação das massas se tornou mais fácil. O pânico, em ambos os casos, serviu aos interesses de líderes que exploraram a desconfiança e a ignorância para consolidar seu poder, com consequências que muitas vezes fugiram ao controle.
Essa reflexão sobre o poder do medo e da desinformação nas eleições brasileiras e seus desdobramentos mostra como o pânico coletivo pode levar a ações precipitadas, irracionais e, muitas vezes, destrutivas.
A relação entre “Chicken Little” (1943), a pandemia de 2020 e as eleições de 2022 no Brasil destaca a importância de uma comunicação responsável e de uma cidadania crítica. O medo e a desinformação não são apenas ferramentas de manipulação, mas também armas que podem levar a consequências devastadoras quando usadas de forma irresponsável. É fundamental cultivar a conscientização e a responsabilidade, promovendo um ambiente onde a verdade e a empatia possam prevalecer sobre o medo e a divisão.
A animação mostra como o pânico pode levar a ações coletivas que, embora motivadas por um temor genuíno, são baseadas em informações distorcidas. Os animais, manipulados pela raposa, exemplificam como a falta de pensamento crítico pode resultar em desastres.
As interconexões entre a animação “Chicken Little” (1943), a pandemia de 2020 e as eleições de 2022 no Brasil revelam um ciclo contínuo de manipulação do medo e da desinformação como ferramentas de controle social. Aqui estão algumas considerações finais sobre como esses elementos se entrelaçam:
“Chicken Little” usa o medo para ilustrar como a desinformação pode ser disseminada e manipulada para controlar as massas. A figura de Foxy Loxy simboliza a liderança que explora o pânico coletivo, transformando-o em uma arma contra os que não questionam suas crenças.
Na pandemia, o medo do vírus e das suas consequências foi amplificado pela mídia e por discursos governamentais, criando uma atmosfera de incerteza e pânico que levou a reações extremas e comportamentos irracionais. O medo se tornou um mecanismo de controle, similar ao que vemos na animação.
Nas eleições de 2022, esse mesmo mecanismo foi utilizado, com candidatos e suas campanhas explorando os medos do eleitorado, seja sobre a corrupção, a perda de direitos, ou a possibilidade de regimes autoritários. A desinformação alimentou uma narrativa de que a “sobrevivência” da democracia estava em jogo, polarizando ainda mais a sociedade.
O ciclo de pânico gerado em “Chicken Little” ecoa nas reações durante a pandemia e nas disputas eleitorais. Em todos os casos, o medo se transforma em um catalisador para ações que, em última análise, podem resultar em consequências negativas.
A animação nos lembra que, em tempos de incerteza, é crucial questionar a informação recebida e buscar a verdade, em vez de se deixar levar pelo pânico e pela manipulação. A história nos ensina que a ignorância e a falta de pensamento crítico podem resultar em desastres coletivos.
A Censura em Chicken Little, na Pandemia e nas Eleições
A censura desempenha um papel crucial no contexto do medo, da desinformação e das reações coletivas observadas em “Chicken Little” (1943), durante a pandemia de 2020, e nas eleições de 2022 no Brasil. Aqui estão algumas considerações sobre como a censura interage com esses elementos:
Na animação de 1943, a censura pode ser vista de maneira simbólica, onde a verdade é distorcida ou ocultada pela raposa para manipular o medo dos animais. A falta de comunicação aberta e transparente impede que eles questionem a narrativa imposta, levando a uma reação coletiva baseada em desinformação.
Durante a pandemia, muitos governos impuseram censura sobre informações que contradiziam suas narrativas oficiais, limitando o acesso a dados sobre a eficácia de tratamentos alternativos, vacinas ou questões relacionadas à saúde pública. Isso criou um ambiente em que o medo se alimentava da incerteza e da falta de informação confiável.
A censura, ao silenciar vozes dissidentes ou críticas, contribui para um ciclo de desinformação. Na pandemia, ao controlar o que poderia ser dito ou publicado, certas autoridades facilitaram a propagação de informações não verificadas que serviam aos seus interesses. A censura não só escondeu informações valiosas, mas também permitiu que narrativas alarmistas prosperassem sem contestação.
Nas eleições de 2022, a censura também teve um impacto significativo. A repressão a informações sobre fraudes eleitorais e a cobertura crítica de candidatos específicos foram usadas como formas de controle. Ao limitar o debate público e as vozes divergentes, a censura alimentou um clima de desconfiança e polarização, onde muitos eleitores se sentiram justificados em acreditar em teorias da conspiração e informações manipuladas.
A censura resulta em um enfraquecimento do discurso democrático. Quando vozes críticas são silenciadas, o espaço para o debate saudável diminui, criando uma sociedade mais suscetível a aceitar narrativas unilaterais e manipuladoras, como as vistas em “Chicken Little”, onde o medo é alimentado por líderes que se aproveitam da desinformação.
O impacto da censura se torna evidente quando se considera que, em vez de promover um entendimento claro e fundamentado sobre a saúde pública, as eleições e outros assuntos cruciais, ela promove um ambiente de incerteza e desconfiança. Isso, por sua vez, pode levar a ações impulsivas e irracionais, como a reação dos animais no curta-metragem ou as manifestações descontroladas após as eleições no Brasil.
A conclusão disso é que a Censura é uma força poderosa que exacerba o medo e a desinformação em tempos de crise, seja durante uma pandemia, em contextos eleitorais ou na vida cotidiana. Ela não apenas impede o acesso a informações vitais, mas também alimenta um ciclo de manipulação que pode levar a consequências sociais e políticas devastadoras. A reflexão sobre o papel da censura nos convida a considerar a importância da liberdade de expressão e da transparência, fundamentais para uma sociedade saudável e informada.
Chicken Little e Bolsonaro
Dentro do contexto da animação “Chicken Little” (1943), podemos atribuir a Jair Bolsonaro um papel metafórico que reflete tanto suas ações durante a pandemia quanto a narrativa da animação. Algumas interpretações:
1. O Alerta do Galo
Bolsonaro pode ser visto como o “alerta do galo” que, ao invés de ser ouvido, é descredibilizado. Na animação, Chicken Little alarma a todos sobre um perigo iminente (o que ele acredita ser um pedaço de céu que cai). Essa figura é frequentemente ignorada ou ridicularizada. Da mesma forma, Bolsonaro levantou questões sobre a gestão da pandemia e a resposta do governo, mas muitas vezes sua retórica foi desconsiderada pela mídia e por seus opositores, criando uma dinâmica de desconfiança.
2. O “Bicho-Papão” da Desinformação
Assim como na animação, onde o pânico é gerado por um mal-entendido (o que parece ser uma ameaça real se revela um engano), a comunicação de Bolsonaro durante a pandemia frequentemente explorou o medo e a desinformação. Ele pode ser visto como o “bicho-papão”, cuja retórica polarizadora e provocativa alimentou uma narrativa de desconfiança em relação às informações oficiais e aos especialistas, o que levou a uma percepção de crise.
3. O “Burlador da Ordem”
Em Chicken Little, embora inicialmente não seja levado a sério, acaba desafiando a ordem estabelecida. Bolsonaro, em muitos aspectos, também desafiou normas e protocolos, apresentando-se como uma figura que questiona a autoridade. Isso pode ser visto como um reflexo de como ele buscou desviar das diretrizes da OMS e de outros especialistas, alegando que os impactos das medidas de contenção eram tão preocupantes quanto a própria pandemia.
4. O Cão da Discórdia
Na animação, a confusão é alimentada pela falta de comunicação clara e pela desconfiança entre os personagens. Bolsonaro, com suas declarações contraditórias e provocativas, pode ser visto como o “cão da discórdia”, exacerbando a polarização e a confusão em um momento em que a clareza e a unidade eram cruciais.
Conclusão Sobre Bolsonaro, Chicken Little e o Medo
Ao considerar essas metáforas em relação a Bolsonaro e “Chicken Little”, observamos como as narrativas de medo, desinformação e desconfiança se entrelaçam. A figura de Bolsonaro pode ser vista como um reflexo das complexidades da comunicação e da percepção pública durante a pandemia, similar ao galo que tenta alertar sua comunidade, mas enfrenta resistência e escárnio. Essa análise não só enriquece a compreensão de sua liderança, mas também ressalta as dinâmicas sociais em jogo durante crises.
Lições Para o Futuro
O paralelo entre o curta-metragem e os acontecimentos reais da pandemia e das eleições no Brasil destaca um ponto essencial: o poder da informação — ou da falta dela. Em tempos de crise, a verdade é a linha tênue que separa o caos da ordem. Assim, tanto o curta quanto a pandemia oferecem uma lição clara: é vital manter a confiança em fontes confiáveis de informação e resistir à tentação de ceder ao medo.
Ao olharmos para o futuro, cabe à sociedade aprender com esses eventos, desenvolvendo uma maior resiliência frente à manipulação e um espírito mais crítico em relação à mídia e aos líderes políticos. Se as lições de Chicken Little tivessem sido aprendidas, talvez muitas das divisões e medos exacerbados durante a pandemia pudessem ter sido evitados.
A construção de um futuro mais estável e menos vulnerável ao pânico coletivo exige que reconheçamos o valor da verdade e da solidariedade em tempos de crise.
02/10/2024
Barata Cichetto, Araraquara – SP, é Criador do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador.
Posso considerar os eventos relacionados à pandemia surgida em 2020 como um grande teste visando o controle social, por meio não apenas do medo incutido nas pessoas, também pela punição àqueles que, por uma mera questão de lógica, ousava questionar as medidas tomadas para enfrentar o vírus chinês. Obviamente, a comparação à fábula do galinho é mais do que apropriada. No entanto, guardadas as devidas proporções, a raposa da pandemia foi um ser múltiplo e tentacular — e muito mais ardilosa — a qual, ao invés de devorar as incautas aves, considerou mais lucrativo submeter toda uma população aos seus ditames.
Passada a pandemia, sabe-se agora que o controle social por meio do medo é perfeitamente aplicável, basta que surja uma nova doença, guerra, crise econômica, ou qualquer fato novo capaz de comover toda uma sociedade, só que de maneira mais eficaz, e sem Bolsonaros para atrapalhar o processo. Aliás, o ex-presidente é o empata-foda do tal Sistema, que tenta eliminá-lo a todo custo.
Por ora, o Bicho-Papão da vez é o fascismo/extrema-direita/conservadorismo. Felizmente, o grande público (ainda) não está dando crédito a essa maquinação, embora a máquina de propaganda já avise que o céu está caindo, e as raposas projetam novas armadilhas.
Entre apenas jantar as galinhas e lucrar com os “ovos de ouro”, claro, preferiram a segunda hipótese, pois assim garantiriam lautos jantares ad aeternum. O ex-Capitão ainda é, como você diz, o “empata-foda”, Ele não é um “Doutor Galo”, mas é como o maluco da praça que avisa que há buracos à frente. E até que proíbam os malucos, fechem as praças, e aumentem os buracos, “precisamos” de malucos como ele, afinal ninguém ouviria um filósofo, um catedrático. As pessoas querem pessoas iguais elas, e isso, embora tenha uma maior dose de erro do que de acerto, como você mesmo sempre diz: é o que temos.
Parabéns !
Obrigado, bro!