Fast Food

Lá à beira do absurdo, onde as leis da natureza dançam com a imaginação, ele nasceu. Não um monstro feroz e ameaçador, mas algo mais estranho e inquietante. Seu corpo era uma mistura de sombras e cores, como se a própria realidade estivesse hesitante em defini-lo.

Naquela noite, o Ele emergiu de sua casca, olhos brilhando com curiosidade. Seu primeiro instinto foi buscar alimento. Mas o que um recém-nascido como ele poderia comer? Não havia presas afiadas ou garras para caçar. Apenas uma boca pequena e dentes de leite.

Caminhou pelas ruas vazias, seguindo o aroma das estrelas. As constelações pareciam piscar em aprovação, como se soubessem que algo extraordinário estava acontecendo. O encontrou um beco escuro e ali, entre caixas de papelão e sombras, viu sua primeira refeição.

Era um gato preto, de olhos amarelos e pelagem macia. O Monstro se aproximou, sentindo o coração acelerar. O gato olhou para ele com uma mistura de medo e curiosidade. O estendeu a mão, tocando-o suavemente. O gato ronronou, como se soubesse que estava prestes a se tornar parte de algo maior.

Com cuidado, o ele abriu a boca e engoliu o gato inteiro. Não houve mastigação, apenas um deslizar suave. O gosto era de estrelas e mistério. O sentiu-se completo, como se tivesse devorado não apenas o gato, mas todo o universo.

E então, algo estranho aconteceu. O começou a brilhar. Suas cores se intensificaram, e se transformou em algo ainda mais extraordinário. As paredes do beco vibraram, e o próprio tempo pareceu distorcer-se.

Olhou para o céu, agora cheio de estrelas dançantes. Ele sabia que sua jornada estava apenas começando. Não era apenas um devorador de gatos; era um devorador de mundos, um ser que transcenderia todas as fronteiras.

E assim, o partiu, deixando o beco para trás. Ele vagaria pelo cosmos, alimentando-se de sonhos e realidades, até que se tornasse uma lenda, uma história contada pelas estrelas.