Apesar do Oscar de Melhor Atriz, que em realidade não significa coisa alguma de importante, dado a Reese Whiterspoon, além de ser indicado nas categorias de Melhor Ator (Joaquin Phoenix), Melhor Som, Melhor Edição e Melhor Figurino e ter ganho 3 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Filme – Comédia/Musical, Melhor Ator – Comédia/Musical (Joaquin Phoenix) e Melhor Atriz – Comédia/Musical (Reese Whiterspoon) além de outros prêmios, o filme vale muito para quem não conhece a biografia do “Homem de Preto”. Contemporâneo de Elvis e outros, mas que, ao menos no Brasil, nunca mereceu o destaque merecido. Colocar os atores para cantar pode ser uma ótima idéia cinematográfica mas é totalmente enganador. Uma decepção para quem assiste atrás do gênio musical,pois, ali encontrará apenas o debilóide sentimental. Que busca a música e escutar o vozeirão de Cash irá se deparar com a de Joachin Phoenix.
Um roqueiro que só se vestia de preto, caia de bêbado e drogas em shows, tinha uma voz cavernosa parecida a um trovão. Um homem que foi considerado rebelde, fora da lei e obsceno. Um músico que revolucionou o Rock e a música de forma geral, cantou em penitenciárias a contragosto de seus empresários e desafiando a direção do estabelecimento. Não, não estou falando de nenhum músico de Black Metal, Gótico ou Punk, mas de Johnny Cash, que praticou todos esses atos sem um marqueteiro por trás… e nos anos 50, 60…
O filme “Walke The Line” (“Johnny e June” no Brasil) conta a história desse músico, que embora tenha sido um dos mais importantes da história do Rock não conheceu a glória do mesmo, ao menos nestas terras sem o conhecimento daquilo que não é explorado pela grande mídia. contemporâneo ou parceiro de gente como Elvis, Jerry Lee Lewis e outros, Johnny Cash serviu a América Gloriosa na Alemanha, criou canções sobre prisões e prisioneiros e, principalmente, perseguiu sua grande paixão com grande ardor. Um homem de apenas duas paixões: a Música e June Carter, pelas quais ele lutou contra tudo e todos. Enquanto cinema “Walk The Line” não é o melhor filme do mundo, até comete alguns pecados como o de colocar os atores (Joaquin Phonix e Reese Whitherspoon) para cantar, no lugar de usar as gravações originais. Mas é o tipo de filme fundamental pela história que conta. E a história de Cash é fundamental. E é isso o que conta. Interessado? Então corra a locadora mais próxima e alugue esse filme, é uma boa maneira de aprender um pouco da história do Rock.
“John Ray Cash, mais conhecido como Johnny Cash, (Kingsland, 26 de Fevereiro de 1932 — Nashville, 12 de Setembro de 2003) foi um cantor e compositor americano, conhecido por seus fãs como “O Homem de Preto”. Em uma carreira que durou quase cinco décadas, (…). Sua voz sepulcral e o distintivo som “boom chicka boom” de sua banda de apoio “Tennessee Two” podem ser reconhecidos instantaneamente por inúmeras pessoas.” Cash foi contemporâneo e gravou na mesma gravadora que o chamado “Rei do Rock”, Elvis Presley. Mas porque Johnny Cash, nunca conquistou tanto reconhecimento quanto o The Pelvis?. Por ser o “Homem de Preto” e não o da camisa cor-de-rosa? Qualquer alternativa é fraca, senão a de que, em seu tempo Cash era um ousider, apaixonado e viciado. A boa mídia não quer esses exemplos. Elvis era também um drogado, mas fez papel de militar bonitinho no cinema e isso salvou sua carreira e o fez ser desejado por 11 entre 10 mulheres. Que mundo hipócrita esse nosso mundo! As pessoas não precisar ser e agir certo, precisam vender a idéia de que são certas e agem certo. Enfim, é preciso mentir se queremos de respeitados em nossa verdade.
11/5/2006
Johnny e June
Original: Walk the Line, Produção: James Keach e Cathy Konrad, Ano: 2005, País: EUA, Diretor: James Mangold, Duração: 136m
Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador.
