Atualizado em: 29/12/2024, as 03:12
De uma coisa os leitores podem ter certeza: Barata Cichetto não tem jeito.
O poeta e filósofo multitarefas do underground cultural comete seu mais novo livro, cujo título Filosofia de Pés Sujos só consolida ainda mais – como se necessário fosse – sua maneira de enfrentar o mundo disfuncional em que vivemos, condensando no subtítulo seus (des)aforismos, silogismos e outros ismos, todos devidamente numerados e organizados de tal maneira, que o leitor pode lê-los aleatoriamente, sem no entanto perder (ou perder-se na) a proposta-intenção do livro: fazer rir, pensar, lembrar, concordar, discordar, olhar para trás, enfim, ter em mãos e dentro da cabeça uma forma de filosofia que não cheira a flores, tampouco frequenta as FLIPs da vida, e, sobretudo, que nunca se rende à nojenta ditadura cultural que prende os incautos na rede de equívocos ideológicos dirigidos por gente que sabe muito bem o mal que faz.
Há de quase tudo um pouco em Filosofia de Pés Sujos: sexo, mulheres, música, política, comportamento, amor, feminismo, fanatismo, metaforismos e outros ismos, muitos deles resgatados de seus posts nas redes (anti?) sociais, essas arapucas armadas para matar amizades.
Barata Cichetto entende o mundo na forma como ele se apresenta. Para tanto, ele faz uso da poesia e descalça os pés no chão sujo para, de alguma, obter a força necessária para o ataque e a resistência para a defesa nessa guerra cultural que, felizmente, ainda não conseguiu domá-lo, justamente por ser ele absolutamente insubmisso, malcriado e um tanto atrevido. Coisas de um poeta que não tem mesmo jeito. Que bom!
Genecy Souza, de Manaus, AM, é Livre Pensador.
Possui textos publicados na revista digital PI Ao Quadrado e na revista impressa Gatos & Alfaces.