Atualizado em 20/08/2024 as 14:18:19
Pés descalços, a mão nodosa e os sonhos em decomposição
Pobres herdeiros do reino dos dias antigos, dos tronos falidos
que já foram ontem, no ultimo ponteiro do relogio, cedo demais.
A dura carne da vida, a mercê dos enfáticos vermes autofágicos, de brutos dentes brancos
Devorando todas as camadas das peles sobrepostas
Num delírio doce de deglutição.
Como se a vida coubesse sempre numa vida menor,
Matrioskas de encaixe perfeito, cobrindo os ossos de outros olhos cegos.
Mantenha-se vivo, continue a andar em qualquer direção.
Soberbo é o sagrado líquido das cerimônias cênicas,
Diante de um altar, uma cama, uma mesa.
Bastam que os talheres e as bocas, se sirvam dos vastos banquetes fálicos
Qualquer hora do dia pode ser uma vida inteira.