[Não há átomo de hesitação nos arranhas céus]

Atualizado em 20/08/2024 as 14:22:29

Não há átomo de hesitação nos arranhas céus
Tudo é concreto, cálculo, pragmático, vidro, aço, cinza.
Os tentáculos rígidos rompem o chão em garras afiadas, cortam os ventos.
Não dizem sobre as caricias da pele numa tarde de êxtase, nem tampouco, sobre um pôr do sol.

Erguidos, os frios monumentos da civilização moderna,
Nas torres altas, o dispute dos céus de primavera.
Esquecido é o chão e a terra das sementes.

Sob os escombros, flores mortas, e todos os ossos de uma vida.
Talvez, a solidão chegue antes, aos andares elevados,
Marcando o céu da noite poeirenta, nas janelas envidraçadas,
São os olhos de espera, o sal da manhãs.

Sobre os pilares da terra, se debruçam as guerras
Na selvageria dos braços, nos dentes sedentos, no verbo de morte,
Se é vermelho e sangue,
Só nos restam as lágrimas.

Perdi o gosto da tua boca entre o primeiro e o décimo andar.
No vazio e no vão dos dias.
Não fale de amor, enquanto o gozo lhe escorre entre as pernas,
Não há nada mais que o céu possa nos bendizer.

No vazio dessa cama, desaprendi a voar.

Lu Genez, Curitiba, PR, é poeta, escritora… E, claro, Livre Pensadora!

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