[Não necessito da fala de seus lindos lábios]

Não necessito da fala de seus lindos lábios
Posso muito bem enganar-me sozinha
Sei de mil maneiras sórdidas de dizer amor.
Todas elas, combinam com um bom vinho
Tinto, quente, seco, vermelho.

Corpos molhados de gozo, são mais honestos
Relaxados da tensão do dia
Podem deixar no ralo, todas as palavras vazias
Junto a espuma e o sêmen jorrado.
No chuveiro, se escorre, água limpa.

Entre a sala e a cozinha, não existem atalhos,
Sequer portas, ou janelas sujas.

O cheiro e o suor salgado, contam dos gostos
Das línguas lambideiras.
Deixam marcas factíveis em lençóis de cor.

Qualquer declaração dita em papel jornal
É notícia inútil, num final de dia
Não sobrevive ao amanhecer de uma cama vadia.

Meu corpo, te conta verdades
Não há nenhum sopro quente
Te fazendo promessas de amanhã.

Não gaste seus ecos tortos
As paredes, pela manhã, são surdas.

14\08\20

Lu Genez, Curitiba, PR, é poeta, escritora… E, claro, Livre Pensadora!

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