O Rockeiro e o Poeta (Nem Robô, Nem Um Tanto Assustador)

Atualizado em: 30/10/2024, as 08:10

1 –
“É bom que sejas pobre e não que sejas burro”
Gritou um general, na mesa dando um murro
Eram tempos com gosto de chumbo e ausência
Mas o general ainda não sabia de sua demência.

“É bom que estejas forte, muito mais que a morte
Resista enquanto pode e fuja enquanto tem sorte”
Gritou a guerrilheira segurando a bandeira da Ilha
Enquanto fugia carregando nos braços outra filha.

E ainda tinha a esperança seus cavaleiros alados
Mas eram eles todos pobres, rotos e mal falados.

 

2 –

Eram duros aqueles tempos a quem queria a vida
E querendo viver, garotos de uma forma atrevida
Seguraram outra bandeira com flores desenhadas
E sonharam que eram doces as dores estampadas.

E um mutante sonha antes da queda para o alto
Acerta o escuro, rompe barreira e quebra o salto
O espaço é o lugar da coragem e da descoberta
E nenhum homem a ele chegou sem ser poeta.

Mas é escuro o espaço e o astronauta sentiu medo
Rompeu o cabo e estar perdido agora é seu segredo.

 

3 –
Busca agora as estrelas a nave bêbada e sem rumo
Liberta das amarras, gira o leme e acerta o prumo
Não existem fronteiras afinal, e ao céu voa a nave
Pois não há destino que não possamos ter a chave.

Aos perdidos ares, nas rotas dos antigos viajantes
O caminho da índias e de loucas uvas verdejantes
Voa a nave através do Sol, voa a ave, Ícaro de mel
Voa através da Lua, que atrás da chave tem o Céu.

Já não existem mais os jatos de energia retilíneos emitidos
E robôs nos colocam contra a parede em gestos repetidos.

 

4 –
Pois agora estamos todos dormindo em camas de pregos
Dando murros em pontas de facas, tolos guiando a cegos
Perdidos no espaço sem volta e nada o que possa ser feito
E roubar a máquina do tempo, sua chance de ser perfeito.

Mas não temas, amigo, pois os dados ainda estão rolando
E mesmo que o perto te pareça tão distante, conspirando
O universo incessante marcha e nada é um tanto assustador
E os versos do mutante não são as asas do Deus Devorador.

E enquanto no Planeta Rock as vampiras e anjos do inferno
Escolhem a raça do futuro, as estrelas dirão o que é eterno.

7/05/2013

Memórias Arrependidas de Um Poeta Sem Pudor
(Antologia Poética, de 1978 a 2025)
Barata Cichetto
Gênero: Poesia
Ano: 2025
Edição:
Editora: BarataVerso
Páginas: 876
Impressão: Papel Pólen 80g
Capa: Dura
Tamanho: 16 × 23 × 5,2 cm
Peso: 1,50

Brindes Incluídos:
2 Marca-páginas da Poetura Editorial;
1 Marca-página BarataVerso em couro, feito pela Cerne, de Rancharia, SP;
2 Adesivos do BarataVerso;
2 Adesivos da Poetura Editorial.

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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