Ser

Cálido era o silêncio, e verde era luz que brotava em cada galho,
E a vida tremia como asas de borboletas, e a criação vivia de um ato contínuo, um nascimento eterno, um começo sem fim.

É o milagre acendia cada estrela como vagalumes distantes, alertando-nos de sermos a divindade acontecendo, minuto a minuto, a cada e a todos os instantes.

Viver nos olhos do mundo, carregando nos ventos o pó das estrelas, o brilho dos olhos, a mágica de estarmos na terra estando no céu.

O mundo é uma busca apaixonada por maneiras sempre mais novas de conceber o próprio mundo, e cada pensamento é o avivamento radical da vastidão de nossa ignorância.

Somos a base do caminho e o caminho, somos fluidicos e imateriais, capazes de nos tocarmos para sertirmos o viver do outro em nós, somos capazes de andarmos em evolução contínua e de voarmos numa consciência viva da magia sutil de sermos. O pensamento é a força capaz de derrrubar a ordem das coisas e reconceber um mundo novo, ou um outro mundo

No fundo do inconsciente humano há uma necessidade penetrante de um universo lógico que faça sentido, mas o universo real está sempre um passo além da lógica.

Nada é lógico, ainda que alguma coisa faça sentido, o mistério da vida não é um problema a ser resolvido, mas uma realidade a ser recriada a cada respirar.

Diante da imensidão do “ser” há, a imensidão do espaço, do Universo de cada verso em cada poema, imenso e pequenino, somos a recriação da criação a cada viver, somos a fênix a voejar no corpo de um passarinho.