Atualizado em 28/07/2024 as 17:03:22
Com a manhã… Chega à pré-disposição da festa do dia, agora prioridade, agendada durante dias antes. Ela levantou-se com o primeiro raio de sol, sentindo uma leve euforia no ar. A casa já estava em um frenesi silencioso de preparação. Ela se lavou, trocou de roupa e saiu para a luta diária. Ao abrir as portas, a vassoura era a primeira ferramenta. Limpava a calçada, livrando-a de folhas mortas, bitucas e outras poeiras do dia anterior.
Enquanto varria, algo extraordinário aconteceu. As folhas mortas começaram a dançar no ar, formando padrões intrincados e luminosos. As poeiras pareciam transformar-se em pequenas fadas cintilantes, ajudando a tarefa. Sorriu, aceitando a magia como parte daquele dia especial.
Distribuir mesas e cadeiras parecia agora uma coreografia sincronizada, como se os móveis tivessem vida própria e soubessem exatamente onde se posicionar. Observava maravilhada enquanto as cadeiras deslizavam suavemente e as mesas se ajustavam em perfeita harmonia.
Logo depois, o churrasco trucker chegou à esquina para montar o cenário. Era um velho caminhão colorido, com pinturas que pareciam ganhar vida. Quando estacionou, as pinturas realmente se moveram, contando histórias de festas passadas e memórias felizes. Era como se o caminhão fosse um guardião dos bons momentos.
Os preparativos continuavam, mas não se sentia cansada. Havia uma energia vibrante no ar, uma expectativa palpável. Ela voltou ao seu dia a dia, esperando ansiosamente pelo evento. Enquanto o tempo passava, o céu começava a mudar de cor, assumindo tons de dourado e laranja.
Finalmente, o sol começou a se pôr, e a festa começou a ganhar vida. As luzes do pagode amarelo se acenderam, lançando um brilho quente e acolhedor. As pessoas começaram a chegar, trazendo consigo risos e alegria. A música encheu o ar, misturando-se com o aroma delicioso do churrasco.
Observava a cena, sentindo-se realizada. Tudo estava perfeito, como se o universo tivesse conspirado para criar aquele momento mágico. O pagode amarelo brilhava intensamente, e a garota que o idealizou sabia que aquele seria um dia para ser lembrado para sempre.
E assim, a noite seguiu, cheia de danças, conversas e momentos inesquecíveis. O pagode amarelo tornou-se um símbolo de esperança e felicidade, um lugar onde a magia do realismo fantástico se encontrava com a simplicidade da vida cotidiana.
Renato Pittas, Rio de Janeiro, RJ, é artista plástico, poeta, escritor e Livre Pensador. Autor de Tagarelices: Conversas Fiadas Com as IAs.