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Ela, A Morte

1 – ELA, A MORTE, APARECE

A Morte apareceu a mim ontem à noite em meu banheiro
Eu pelado, sentado, cagando e pensando em ter dinheiro
A parede branca, meu cinema, exibindo uma buceta
E eu ali, sentado e pelado e ensaiando uma punheta.

Antes de nada, preciso esclarecer ao leitor menos atento
Que ela não tinha foice, sequer usava um manto grudento
E que seu rosto não era de um esqueleto e não tinha patas
Uma mulher não uma daquelas criaturas caçadas nas matas.

Não era alta, entretanto, tinha pouco mais de metro e meio
E mantinha sempre uma de suas mãos apoiada sobre o seio
Sobre o corpo nem magro nem gordo um quase sensual traje
Sensual, mas nada que difame sua moral, nada que a ultraje.

Ela, A Morte, mostrou a mim o seu rosto
Faces rosadas, lábios pintados com gosto
Olhos tingidos de cintilantes sombras negras
Parecendo deusa ou daquelas putas gregas.

Seus olhos eram de puro mel e os seios redondos e enormes
Que pareciam saídos daqueles sonhos eróticos quando dormes
Tinha braços curtos, ombros estreitos, cabelos lisos, macios e louros
Certamente caso não fosse Ela, A Morte, seria a Rainha dos Mouros.

Também pude notar sua bunda, redonda feito planeta deserto
Que deseja ser explorado por qualquer astronauta mais esperto.
E podia perceber debaixo do traje a marca escura de pelos pubianos
Que poderia enlouquecer a padres, ateus e até a monges claretianos.

2 – ELA, A MORTE, CONVERSA

“O que desejas de mim?” – Perguntei sabendo a resposta de antemão
“Não desejas tanto a mim?” – Escutei dela, retirando do seio sua mão.
“Sim!” – Respondi, imaginando que minha resposta iria gerar polêmica
“Sou A Morte, Poeta!. Não sou apenas uma ótima teoria acadêmica”.

“És real, eu sei! Nunca a imaginei uma mulher tão linda” balbuciei
“Mas eu não sou linda, lindas são as palavras que lhe pronunciei.”
E ela parecia decidida a ter a mim. “Eu o fiz me desejar!” – Ela falou.
“Agora estou aqui. Sou sua!” – E depois disso, ela apenas se calou.

“Serias capaz de matar alguém?” – Perguntei sorrateiro á ela
“Sou A Morte, meu querido amado. Não apenas uma cadela!”
“Serias capaz de me desejar do jeito tal que eu sempre a desejei?”
“Sim, mas acontece que sou virgem, nenhum homem ainda beijei.”

“Virgem?” – Perguntei a Ela, A Morte, em tom de piada sem graça
“Virgem! Pois não quero a mim a Verdade, não desejo a desgraça!”
“Verdade, sinônimo de Desgraça? Agora estás sendo comigo sarcástica.”
“Vaidade, meu querido. Falo de Vaidade que gera a guerra e a suástica.”

“Estás louca, querida Morte? Porque falas de coisas tão diferentes agora?”
“Estou louca? Não! Apenas loucos são aqueles que tem a mim por senhora.”
“E porque não teriam? Quando A Outra parece não ter sentido e nem glória?!”
“É, mas a glória está em terminar o que se começa, essa a moral da história.”

“Mas, deixemos de prosa. Estás aqui para me carregar ao céu ou ao inferno?”
“Nem a um nem ao outro, pois que sabes que não há Deus nem há o eterno.”
“Por que então, oh amada sem piedade, apareces a mim inteira e quase nua?”
“Para que saibas que sou, entre tantas outras putas, aquela que será só sua!”

3 – ELA, A MORTE, GOZA

Neste momento, sem pestanejar, rápida quanto ela mesma apenas poderia ser
Ela, A Morte, agarra e começa a chupar meu pinto que não demora a crescer
Arranco seu traje cristalino e enfio meus dedos no clitóris de sua vagina melada
Em poucos momentos, Ela, A Morte, está em minha frente totalmente pelada.

Ela, A Morte, começa a gemer, minhas mãos percorrem sua bunda lisa e macia
Feito uma cobra ela se debate, se mexe tanto que quase me derruba da bacia
Abarco seus peitos com minha boca sedenta, chupo seus bicos duros de desejo
E não poderia deixar de enfiar um dedo em seu cu, jamais perderia esse ensejo.

Parece querer mais e mais e feito uma cadela, Ela, A Morte, chega mesmo a latir
Com lábios quentes feito o inferno chupa meu pinto que parece irá ao meio partir
Beijo seu rosto, mordo sua nuca, abraço seu quadril, parecemos duas serpentes
Não resistindo a tanto tesão, aperto sua bunda e nas costas lhe cravo os dentes.

Então, Ela, A Morte, deixa de chupar e solta um berro que parece uma explosão
Sangue escorre de suas costas, mas ela grita não de dor, grita apenas de tesão
Apanhando e chupando meu pau com tanta força que parece o querer decepar
Suas mãos percorrem todo o meu corpo e Ela, A Morte, não para de me chupar.

Não podemos mais aguentar e eu retiro sua cabeça a contragosto do meu pinto
Seguro Ela, A Morte, pelos braços. E quanto mais a desejo mais desejo eu sinto
Abro suas pernas e a coloco sentada em meu colo, ajeitando sua melada gruta
Empurro seu corpo e toda aquela buceta é penetrada enfim: “Fode, minha puta!”

Ela, A Morte, sobe e desce, desce e sobe e meu cacete lhe penetra por inteiro
E naquele instante não penso em nada pois ali estão todas as putas do puteiro
Em apenas uma todas, não desejo outra e estamos bem próximos á verdade
E o gozo chega. E ao chegar, nos carrega a ambos ao gozo real da eternidade.

4 – ELA, A MORTE, MORRE

Quando acordo tenho sobre mim aquela mulher inerte e pálida
Parece morta Ela, A Morte e procuro um sinal, respiração cálida
Mas não há mais vida e estou certo agora que A Morte, Ela, é quem está morta
E não há nada o que eu possa fazer a não ser sair do banheiro e trancar a porta.

14/11/2006

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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