Era uma vez, em um mundo onde a realidade e a fantasia se entrelaçavam como fios de um tear antigo, existia uma sociedade secreta conhecida como “Mestres da Sevidão”. Esses misteriosos indivíduos eram os arquitetos invisíveis por trás das escolhas e destinos de todos os seres humanos.
Ninguém sabia exatamente quem eram esses mestres ou como eles operavam, mas suas influências eram inegáveis. Eles não eram reis ou governantes, mas sim manipuladores sutis, mestres das marionetes invisíveis que puxavam os fios da vida de cada pessoa.
Os interesses desses mestres eram variados e complexos. Alguns buscavam poder, outros riqueza, e ainda havia aqueles que ansiavam por conhecimento proibido. Mas todos compartilhavam uma característica comum: a busca incessante pelo controle absoluto.
Um jovem descobriu a existência desses mestres por acaso. Ele tropeçou em um antigo livro empoeirado na biblioteca da cidade, cujas páginas continham segredos há muito esquecidos. O livro falava sobre os mestres e sua habilidade de moldar o destino humano.
Intrigado, começou a investigar. Seguiu pistas obscuras, conversou com sábios e viajou por terras distantes. A cada passo, percebia que os mestres eram mais do que meros manipuladores. Eles eram entidades ancestrais, ligadas à própria essência do mundo.
Os mestres não eram cruéis, mas sim pragmáticos. Eles equilibravam os interesses individuais com os coletivos, garantindo que a sociedade funcionasse como uma engrenagem bem lubrificada. Às vezes, isso significava sacrificar um indivíduo para o bem maior.
Então, encontrou-se em um dilema. Tinha o poder de desvendar os segredos dos mestres e, assim, libertar a humanidade de sua influência. Mas também sabia que, ao fazê-lo, perturbaria o delicado equilíbrio que mantinha o mundo funcionando.
Em uma noite tempestuosa, enfrentou os mestres.Os convocou em um antigo círculo de pedras, pronunciando palavras antigas que ecoaram através das eras. Os mestres apareceram diante dele, suas faces ocultas por capuzes sombrios.
“Por que você nos perturba, jovem mortal?” perguntou o mestre mais alto.
Olhou nos olhos vazios do mestre e respondeu: “Porque a servidão não é liberdade. Os interesses que vocês protegem são apenas uma ilusão. Precisamos escolher nosso próprio destino.”
Os mestres riram, uma risada que parecia vir de dentro das montanhas. “Você é corajoso. Mas a liberdade tem seu preço. Se você nos desafiar, o mundo mudará para sempre.”
Não hesitou. Ele ergueu o livro antigo e começou a recitar um feitiço ancestral. O chão tremeu, e os mestres desapareceram em um redemoinho de luz.
O mundo mudou, como prometido. As marionetes invisíveis foram libertadas, mas também perderam sua direção. A humanidade agora enfrentava escolhas difíceis, sem os mestres para guiá-los.
Sabia que havia feito a coisa certa. Os mestres da servidão não eram mais necessários. Agora, era hora de os próprios humanos moldarem seu destino.
E assim, a história dos mestres se tornou uma lenda, contada ao redor de fogueiras em noites escuras. Ele desapareceu, deixando apenas o livro antigo como prova de sua existência.
Agora, cabe a nós decidir: seremos mestres de nossa própria servidão ou continuaremos a dançar nos fios invisíveis de outros?
Renato Pittas, Rio de Janeiro, RJ, é artista plástico, poeta, escritor e Livre Pensador. Autor de Tagarelices: Conversas Fiadas Com as IAs.