(Especialmente a Petrus e Isis)
Minha querida criança de olhar esperto
Chegue agora de minhas letras bem perto
Pediram um poema feito ao seu coração
Sem palavras pesadas, letras de adoração.
Um poema sem cores escuras e berrantes
Algo sem as bestas ou criaturas errantes.
Falaram que tinha que ser algo com pureza
E sabe os adultos quando falam com dureza.
Disseram que era preciso ser cheio de brandura
Num poema bonito, sem nenhuma amargura
Pois, contaram, as crianças tem ingenuidade
E portanto não poderia lhe falar de maldade.
Tinha que falar apenas sobre belos sentimentos
Porque existe o tempo em que terás sofrimentos
Ameaçaram também, que não podia falar de morte
Porque crianças, elas tem que crer na própria sorte.
Que tinha que ser bondoso e falar sobre a bondade
Ser mentiroso e falar sobre a mentira da igualdade
Deram tanta ordem sobre como tinha que ser o poema
Que pensei que jamais poderia resolver este problema.
Ainda ordenaram, eu tinha que falar sobre um ser
Aquele que lhes contam ser o dono do seu nascer
E então falaram e falaram sobre as crianças
Que eu não podia lhes retirar as esperanças.
11/03/2012 – 5 da Manhã…
Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador.
