Atualizado em: 17/08/2024, as 12:08
A maior dificuldade que encontrei, particularmente, na elaboração destas listas, foi o temor da injustiça, não proposital, mas por eventualmente por não ter conhecimento de um determinado e importante disco. A quantidade de bandas e artistas aumentou muito desde a década de 90. Se na década de 70 tínhamos dois, ou até mais, discos de uma única banda lançados no mesmo ano, o que dificulta por um lado e ajuda pelo outro, a partir do último decênio do século XX, diminuiu sensivelmente a quantidade de lançamentos, mas aumentou o numero de bandas. E isso faz com que, mesmo alguém ligado em todas as coisas do Rock, possa ter deixado de lado algum lançamento. Ademais, desde o fim dos anos 1990, com o chamado “boom” da Internet, e com as facilidades tecnológicas em gravar um disco, fez surgir milhares de bandas instantâneas, naquilo que Andy Warhol chamou de “fama de 15 minutos”. A substituição do conteúdo pela imagem, já desenhado na década anterior, tomou conta do, mas não apenas dele, Rock. Entretanto, se nem tudo são flores de plásticos nos primeiros anos do século XXI, também nem tudo é merda. Nem tudo fede ou, pior que feder, nem tudo é inodoro. Neste ponto, mudamos o projeto inicial de ter 7 listas de 10 títulos, uma de cada década, para aglutinarmos os quatro anos desta que começou em 2010. Talvez o correto teria sido colocar 14 discos, mas da minha parte decidi manter nos mesmos 10, já que mais do que isso, nesses tempos insossos seria forçar a natureza (ao menos a minha).
1 ― Swans ― The Seer
Lançamento: 28 de Agosto de 2012
Gravação: 2011
Estúdios: Studio P4 (Berlin) / Andere Baustelle (Berlin) / Marcata Studio (Gardiner, NY) / Trout Recording (Brooklyn, NY)
Gravadora: Young God
Produtor: Michael Gira
Disc One
1. “Lunacy” (featuring Alan Sparhawk and Mimi Parker) 6:09
2. “Mother of the World” 9:57
3. “The Wolf” 1:35
4. “The Seer” 32:14
5. “The Seer Returns” (featuring Jarboe) 6:17
6. “93 Ave. Blues” 5:21
7. “The Daughter Brings the Water” 2:40
Disc Two
1. “Song for a Warrior” (featuring Karen O) 3:58
2. “Avatar” 8:51
3. “A Piece of the Sky” (featuring Jarboe and Akron/Family) 19:10
4. “The Apostate(*)” 23:01
Cisnes são criaturas de extrema beleza, de aspecto majestoso, mas também são conhecidos por um temperamento horrível. E segundo Michael Gira criador da banda, ainda em 1982, era o que melhor definia seu som. Com relação a este “The Seer”, lançado em 2012, o segundo depois do retorno da banda em 2010, é um disco gigantesco. Não apenas por ter praticamente duas horas de música, dividido em dois CDs, mas pela qualidade e criatividade presentes. Cheio de elementos “estranhos” e experimentalismos,. “The Seer” não é um disco de digestão tranquila. Música intensa, distorção, riffs repetidos “ad “nauseam”, Faixas: de grande duração, vocais hipnóticos. Expressão musical num esquema caótico, por horas até mesmo dolorosa, de que transportam o ouvinte à uma dimensão histérica, frenética e subversiva. A uma realidade desconexa, onde a ligação com nossa pobre realidade estéril parece não fazer sentido. Catarse. Não é um disco para mentes fracas ou ouvidos acostumados com a mesmice que impera nessa era de transição, onde sabemos que existem apenas dois caminhos: ou a mudança real de nossos pensamentos, ou a pura e completa aniquilação da raça humana. E a isso chamo realmente de Apocalipse. E “The Seer”, do Swans é sua melhor trilha sonora… Seria o “swan song”?
2 ― Lou Reed ― Animal Serenade
Lançamento: 23 de Março de 2004
Gravação: Junho 2003
Gravadora: Sire/Reprise
Produtor: Lou Reed / Fernando Saunders
Disc One
1. “Advice” 2:07
2. “Smalltown” (Reed, John Cale) 6:04
3. “Tell It to Your Heart” 6:03
4. “Men of Good Fortune” 4:27
5. “How Do You Think It Feels” 8:09
6. “Vanishing Act” 5:31
7. “Ecstasy” 7:09
8. “The Day John Kennedy Died” 4:04
9. “Street Hassle” 6:59
10. “The Bed” 5:15
11. “Reviens Cherie” (Fernando Saunders) 7:12
12. “Venus in Furs” 10:02
Disc Two
1. “Dirty Blvd.” 6:54
2. “Sunday Morning” (Reed, John Cale) 5:04
3. “All Tomorrow’s Parties” 6:18
4. “Call on Me” 2:45
5. “The Raven” 9:33
6. “Set the Twilight Reeling” 9:08
7. “Candy Says” 6:04
8. “Heroin” 9:11
Desde a década de 60 até esta em que vivemos, existe uma presença constante quanto fazemos listas: a de Lou Reed. E este Animal Serenade, é mesmo como seu título informa: uma “serenata animal”. Se “Rock’n’Roll Animal”, o melhor disco ao vivo de todos os tempos, mostrava Mr Reed como uma fera á solta, cuspindo o sangue e as vísceras de uma sociedade podre, onde a ferocidade das letras e a distorção da guitarra de Steve Hunter dava o tom sinistro e cruel, o trabalho acústico de Fernando Saunders, que participou de discos de uma porrada de artistas do Rock e já tinha também tocado com Lou em “The Raven”, mostra o Maior Poeta do Rock, mais calmo, talvez fruto da experiência como mestre em Tai Chi Chuan, ou talvez pela idade. Canções clássicas, antes elétricas e paranoicas ganham arranjos acústicos e todo um clima da “serenata” nesse disco gravado ao vivo em Los Angeles no Wiltern Theatre em 2003. Lou conversa com os músicos, com a plateia e é como se estivesse chegado à sua casa para um bate-papo. Ameno, tranquilo. Delicioso de escutar. A critica desceu porrada nesse disco, talvez por não compreender determinados estágios que artistas passam, talvez por sempre esperar de Lou Reed uma outra cuspida na cara. De fato, não foi Lou Reed quem mudou nesse disco, mas o mundo ao seu redor.
3 ― Radiohead ― In Rainbows
Lançamento: 10 de Outubro de 2007
Gravação: Fevereiro 2005 a Junho 2007
Estúdio: Halswell House, Somerset / Tottenham House, Wiltshire The Hospital Club, London / Radiohead’s Studio, Oxfordshire
Gravadora: Self-released XLTBD (North American Release)
Produtor: Nigel Godrich
1. “15 Step” 3:58
2. “Bodysnatchers” 4:02
3. “Nude” 4:15
4. “Weird Fishes/Arpeggi” 5:18
5. “All I Need” 3:49
6. “Faust Arp” 2:10
7. “Reckoner” 4:50
8. “House of Cards” 5:28
9. “Jigsaw Falling into Place” 4:09
10. “Videotape” 4:40
Comenta-se que o Radiohead não faz nunca dois discos iguais.. Ao menos não no conceito de estilo e forma. Mas há algo de comum nos lançamentos: a voz fantasmagórica, sobrenatural do vocalista Thom Yorke. E se em “OK Computer” primava pelo estilo de Rock Alternativo, este tem uma influencia mais forte da musica eletrônica, sem deixar a melancolia e o intimismo característico da banda. Um disco belíssimo, agradável de se ouvir, principalmente se você tiver ao lado uma bela garrafa de Whisky legitimamente escocês. Nada de “Whiskey” americano. Se é que me entendem.
4 ― Queens Of The Stone Age ― Songs For The Deaf
Lançamento: 27 de Agosto de 2002
Gravação: Outubro 2001 – Junho 2002
Estúdio: The Site (San Rafael) / Conway (Los Angeles) / Barefoot (Hollywood)
Gravadora: Interscope
Produtor: Josh Homme, Adam Kasper, Eric Valentine
0. “The Real Song for the Deaf” 1:32
1. “You Think I Ain’t Worth a Dollar, But I Feel Like a Millionaire” 3:12
2. “No One Knows” 4:38
3. “First It Giveth” 3:18
4. “A Song for the Dead” 5:52
5. “The Sky Is Fallin'” 6:15
6. “Six Shooter” 1:19
7. “Hangin’ Tree” 3:06
8. “Go with the Flow” 3:07
9. “Gonna Leave You” 2:50
10. “Do It Again” 4:04
11. “God Is in the Radio” 6:04
12. “Another Love Song” 3:16
13. “A Song for the Deaf” (Contains a hidden outtake version of “Feel Good Hit of the Summer” with all lyrics replaced with manic laughter.) 6:42
14. “Mosquito Song” (Hidden Track)
A banda californiana Queens Of Stone Age é conhecida como um dos maiores propagadores do estilo conhecido como Stoner Rock e pela sua constante mudança de integrantes. O único membro original da banda é o vocalista e guitarrista Josh Homme. Mas deveria ser conhecida pela sua capacidade de fazer bons discos, discos simples e competentes, discos onde o que importa é o peso e o carisma de cada faixa. Neste lançamento, a banda contou com a presença do arroz de festa Dave Grohl, na bateria. Um ótimo disco, que merece o status de um dos melhores da década.
5 ― Coldplay ― Viva la Vida or Death and All His Friends
Lançamento: 16 de Junho de 2008
Gravação: Junho de 2007 a Abril de 2008, The Bakery, Londres; The Magic Shop, Nova Iorque; The Nunnery, Barcelona e A Church, Barcelona
Gravadora: Parlophone
Produtor: Markus Dravs, Brian Eno, Jon Hopkins, Rik Simpson
1. “Life in Technicolor” 2:29
2. “Cemeteries of London” 3:21
3. “Lost!” 3:55
4. “42” 3:57
5. “Lovers in Japan/Reign of Love” 6:51
6. “Yes” (inclui a faixa escondida “Chinese Sleep Chant”) 7:06
7. “Viva la Vida” 4:01
8. “Violet Hill” 3:42
9. “Strawberry Swing” 4:09
10. “Death and All His Friends” (inclui a faixa escondida “The Escapist”) 6:18
Coldplay efetivamente não é das bandas que posso dizer: “Oh, que grande banda”, mas quando um disco tem na capa uma o famoso quadro sobre a revolução francesa (uma pintura de Eugène Delacroix, intitulado “A Liberdade Guiando o Povo”), com uma pichação em cima, em espanhol, escrita: “Viva La Vida”, as coisas começam a mudar de figura. E quando se sabe que o disco tem a produção de um dos mais geniais produtores da história do Rock, Brian Eno, responsável por obras primas como os três álbuns da chamada “Trilogia de Berlim” (ou “Trilogia eletrônica”) de David Bowie: Low, Heroes e Lodger. Só isso já valeria a pena citar esse disco, mas ele é realmente muito bom, com letras versando sobre os eternos temas vida, morte e guerra, além de uma musicalidade extrema, onde cada faixa tem uma surpresa, uma espécie de “descoberta”. Desde a faixa titulo, que tem a participação de uma orquestra. Passando por musicas mais “cool” e temas mais pesados. Belo disco, bela produção.
6 ― Muse ― Black Holes and Revelations
Lançamento: 3 de Julho de 2006
Gravação: Agosto a Dezembro de 2005
Estúdio: Miraval (Correns, France) / Avatar (New York City) / Electric Lady (New York City) / Officine Meccaniche (Milan) / Townhouse (London)
Gravadora: Warner Bros.Helium-3
Produtor: Rich Costey, Muse
1. “Take a Bow” 4:35
2. “Starlight” 3:59
3. “Supermassive Black Hole” 3:29
4. “Map of the Problematique” 4:18
5. “Soldier’s Poem” 2:03
6. “Invincible” 5:00
7. “Assassin” 3:31
8. “Exo-Politics” 3:53
9. “City of Delusion” 4:48
10. “Hoodoo” 3:43
11. “Knights of Cydonia” 6:06
Muse, banda inglesa formada em 1994, faz uma musica realmente instigante. Criativa é o mínimo que podemos dizer. Um mistura de vários gêneros musicais, indo do Rock mais básico, indo até o eletrônico e com uma bela passagem pela musica erudita. Há musicas para todos os gostos musicais. Temas que lembram outras bandas e outros que não se parecem com nada que já foi feito. E neste “Black Holes and Revelations”, um titulo já por sí próprio instigante, a criatividade fala alto, tanto nos temas, que falam sobre política, ficção cientifica, com letras abordando temas tão variados como corrupção, invasão alienígena, teorias de conspiração e as indefectíveis canções de amor. Um disco para ser ouvido várias vezes, percebendo-se a cada audição nuances diferentes, detalhes intrínsecos. O trabalho de capa lembra as belas capas criadas pela Hipgnosis para o Pink Floyd.
7 ― Lou Reed & Metallica ― Lulu
Lançamento: 31 de Outubro de 2011
Gravação: Abril/Junho de 2011 HQ em San Rafael, Califórnia.
Mixado: Sunset Sound em Los Angeles, Califórnia
Gravadora: Warner Bros, Vertigo
Produtor: Greg Fidelman, Metallica, Lou Reed, Hal Willner
CD 1
1. “Brandenburg Gate” 4:19
2. “The View” 5:17
3. “Pumping Blood” 7:24
4. “Mistress Dread” 6:52
5. “Iced Honey” 4:36
6. “Cheat on Me” 11:26
CD 2
7. “Frustration” 8:33
8. “Little Dog” 8:01
9. “Dragon” 11:08
10. “Junior Dad” 19:28
Confesso que este é o momento que mais esperei desde quando comecei a fazer estas listas, à convite de Dum de Lucca. Um momento esperado por fazer uma justiça. O momento esperado de deflagrar uma vingança. E meu senso de justiça é proporcional ao senso apurado com relação à história do Rock. Um senso alimentado por quatro décadas de Rock, escutando, lendo, conhecendo os meandros, os intestinos e os pulmões. Um senso que me diz, sem nenhuma dúvida, que existiu um poeta maior no Rock, na musica contemporânea, um poeta que soube, através do escarro e do escárnio elevar o Rock ao nível de cultura suprema. E esse poeta atendeu, até o não perfeito dia 27 de Outubro de 2013, por Lewis Allan Reed. E onde está a necessidade de justiça, se isso a maior parte das pessoas concorda? E onde está a necessidade de vingança? Essas necessidades estão no fato de que esse disco, que foi execrado pela chamada “mídia especializada”, que foi achincalhado pelos estúpidos fanáticos pelo Metallica, com direito a brincadeiras ofensivas em redes sociais, que foi praticamente ignorado pela maioria das pessoas, é simplesmente uma obra prima. Uma obra prima, que como a maior parte delas, está além de seu tempo e, portanto, ignorada no lapso de tempo em que é colocada a publico.
James Hetfield mal era nascido quando Lou Reed já cantava e compunha pelos buracos fétidos de Nova Iorque. Os integrantes do Metallica ouviram muito os urros de Lou muito antes de empunharem suas primeiras guitarras. E garanto, que todos os fãs estúpidos que espernearam desde o momento em que ficaram sabendo do projeto “Lulu” não tem o menor conhecimento da história do Rock e não tem, sobremaneira, sequer a decência de admitir. Se nesse disco, o Metallica soa na maioria das vezes apenas como a banda de apoio de Lou Reed, melhor para eles. Se nesse disco, Lou soa as vezes apenas como um mero vocalista de uma banda de Metal, melhor para eles, a banda, também. Afinal, quantos artistas do mundo, além de David Bowie, podem ter a honra de partilhar um trabalho com o maior roqueiro de todos os tempos? Isso deveria ser motivo de orgulho a qualquer banda e a qualquer fã. Para a banda, declaradamente é, pois Hetfield já declarou ser fã do velho Lou., mas seus fãs, embotados, parecem não compreender isso. Pior para eles.
Mas, se fossem apenas os fãs do Metallica, e alguns até do próprio roqueiro nova-iorquino a torcer o nariz, ignorar esse disco, não seria problema, mas o fato de que “Lulu”, apesar de todo o esforço da gravadora, lançando-o em diversas mídias, incluindo ai em LP com direito a um pôster, por exemplo, ter sido ignorado é que torna séria a coisa. Como pode uma obra dessas, com todos os componentes para se tornar cultuada, aclamada e glorificada ser colocada no limbo? A única explicação: o mundo atual, onde o que importa é a plasticidade das imagens, a rapidez em tudo, não é mais um mundo onde artistas feito Lou Reed possam sobreviver. Aquele mundo acabou.
“Lulu” é uma obra prima, uma das maiores deste século. E espero que ainda nele, seja colocado em seu devido e merecido lugar. Aí, sim, a justiça será feita e minha vingança estará completa.
8 ― David Bowie ― The Next Day
Lançamento: 8 de Março de 2013
Gravação: The Magic Shop, Nova Iorque
Gravadora: Iso/Columbia
Produtor: Tony Visconti
1. “The Next Day” 3:27
2. “Dirty Boys” 2:58
3. “The Stars (Are Out Tonight)” 3:56
4. “Love Is Lost” 3:57
5. “Where Are We Now?” 4:08
6. “Valentine’s Day” 3:01
7. “If You Can See Me” 3:15
8. “I’d Rather Be High” 3:53
9. “Boss of Me” 4:09
10. “Dancing Out in Space” 3:24
11. “How Does the Grass Grow?” (4:33
12. “(You Will) Set the World On Fire” 3:30
13. “You Feel So Lonely You Could Die” 4:41
14. “Heat” 4:25
Há vinte anos, desde 1993 com “Black Tie White Noise”, que David Bowie não lançava um disco. Falar sobre a persona de Bowie, de sua genialidade, de sua aparência, de sua propalada bissexualidade, sobre sua capacidade também como produtor, ator, mímico e etc. é totalmente desnecessário e seria ocupar o tempo do leitor de forma pouco auspiciosa. O autor de si próprio, o ator que representa a si mesmo num palco que ocupa todo o planeta, são as mais claras definições desse artista, este sim que poderia reivindicar o titulo de “The Artist”, não aquela coisa efêmera do Prince. A influência, em todos aspectos desse musico que é de fato um extraterrestre, é clara e notória. Então, um único disco lançado nas ultimas duas décadas tendo como protagonista David Bowie, precisa estar obrigatoriamente na presente listagem.
9 ― Judas Priest ― Nostradamus
Lançamento: 16 de Junho de 2008
Gravação: 2006 / 2007 no The Old Smithy Studio, Kempsey, Worcester, UK
Gravadora: Epic Records
Produtor: Glenn Tipton e K. K. Downing
Disco 1
1. “Dawn of Creation” 2:32
2. “Prophecy” 5:27
3. “Awakening” 0:53
4. “Revelations” 7:05
5. “The Four Horsemen” 1:35
6. “War” 5:05
7. “Sands of Time” 2:37
8. “Pestilence and Plague” 5:09
9. “Death” 7:34
10. “Peace” 2:22
11. “Conquest” 4:42
12. “Lost Love” 4:28
13. “Persecution” 6:34
Disco 2
1. “Solitude” 1:23
2. “Exiled” 6:33
3. “Alone” 7:50
4. “Shadows in the Flame” 1:10
5. “Visions” 5:24
6. “Hope” 2:10
7. “New Beginnings” 4:57
8. “Calm Before the Storm” 2:05
9. “Nostradamus” 6:43
10. “Future of Mankind” 8:30
O Judas Priest é uma da FAB Four do Heavy Metal mundial, juntamente com Black Sabbath, Iron Maiden e Motörhead, lançou discos pesados, com temáticas simples, em contextos e conceitos obrigatórios dentro do gênero. Calcado especialmente na figura de Rob Halford, seguramente um dos maiores cantores de Rock até hoje, o Judas lançou discos memoráveis, essenciais a qualquer discografia básica de todos os apreciadores do gênero. Desde “Rocka Rolla”, ainda em 1974, até Angel of Retribution (2005), passando por Jugulator (97) e British Steel (80), a banda lançou os maiores pilares do Metal, mas era necessária uma grande obra, conceitual, concisa, forte, com uma temática diferente tradicional. Enfim, o Judas Priest carecia de uma obra definitiva. Não que os discos citados, entre os outros, sejam discos ruins ou não esteja definitivamente na história do Rock, mas, musicalmente a banda precisava de algo que demonstrasse não ser apenas uma banda de Metal, com temática peculiar. Uma obra definitiva que a colocasse nos patamares mais altos da Música. E assim aconteceu, como numa profecia, com “Nostradamus”. Um disco que alia o peso tradicional do Judas, com harmonias e arranjos perfeitos a vocais que em algumas musicas lembram os grandes cantores de ópera. Nesse disco Halford mostra que é muito mais que apenas um vocalista de Rock, e a banda inteira soa mais que apenas uma banda de Rock, embora das maiores, soa como uma orquestra.
10 ― System Of A Down ― Mesmerize / Hypnotize
Mesmerize
Lançamento: 17 de Maio de 2005
Gravação: Junho a Novembro de 2004
Estúdio: The Mansion / Akademie Mathematique of Philisophical Sound Research
Gravadora: American, Columbia
Produtor: Rick Rubin, Daron Malakian
Mesmerize
1. “Soldier Side – Intro” 1:03
2. “B.Y.O.B.” 4:15
3. “Revenga” 3:48
4. “Cigaro” 2:11
5. “Radio/Video” 4:09
6. “This Cocaine Makes Me Feel Like I’m on This Song” 2:08
7. “Violent Pornography” 3:31
8. “Question!” 3:20
9. “Sad Statue” 3:25
10. “Old School Hollywood” 2:56
11. “Lost in Hollywood” 5:20
Hypnotize
Lançamento: 22 de Novembro de 2005
Gravação: The Mansion / Laurel Canyon / Akademie Mathematique of Philisophical Sound Research Los Angeles, California, Estados Unidos
Gravadora: Columbia (Reino Unido) / American / Columbia (Estados Unidos)
Produtor: Rick Rubin, Daron Malakian
1. “Attack” 3:06
2. “Dreaming” 4:00
3. “Kill Rock ‘n Roll” 2:27
4. “Hypnotize” 3:09
5. “Stealing Society” 2:58
6. “Tentative” 3:36
7. “U-Fig” 2:55
8. “Holy Mountains” 5:28
9. “Vicinity of Obscenity” 2:51
10. “She’s Like Heroin” 2:44
11. “Lonely Day” 2:47
12. “Soldier Side” 3:40
Então, de fato, minha lista acaba por ter também 11 discos, pois nomear um desses dois e deixar o outro de fora seria incoerente, pois se tratam de fato um disco único dividido em dois lançamentos. O SOAD tem um papel fundamental no Rock do terceiro milênio, desde a origem de seus integrantes, filhos de armênios radicados nos EUA, e que por força dessa origem colocam nas suas letras conceitos políticos e sociais fortes e uma musica repleta de instrumentos “estranhos”, guitarra barítona, mandolins elétricos, cítaras, violões de doze cordas entre outros. A banda faz um som pesado, pungente, que foge dos padrões mais clássicos do estilo. O vocal de Serj Tankian tem força natural , sem pose e sem forçação de barra. E estes dois discos merecem estar numa prateleira especial com o rótulo, “Os mais representativos do inicio do século XXI”.
Bem, chegamos ao final desta série, onde procuramos abordar, em pontos de vista totalmente pessoais, os melhores lançamentos de Rock dos quase setenta anos do gênero. Claro que muitas opiniões serão encaradas com desconfiança, claro que muitos comentários feitos poderão ser considerados sem sentido, mas o objetivo destas listas não é o de fazer sentido, mas apenas demonstrar a visão pessoal de cada um de nós. As criticas e as sugestões sempre serão consideradas e espero que ao menos para algumas pessoas, minhas escolhas possam ser consideradas didaticamente, como guia de audição.
E espero que, no futuro, meu anfitrião, o grande jornalista musical Dum de Lucca, pessoa a quem dedico grande respeito e admiração, venha novamente a convidar-me a participar do “Jukebox”. Grato a todos pelo carinho, pelas opiniões e pela atenção. Nos vemos pelas estradas do Rock!
11/12/2013
Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador.