Imagem Criada Com IA (SeaArt)

Poesia Musicada Por I.A. (Projeto A.M.I.R.A.) – Frankenstein Woman

Atualizado em: 05/05/2025, as 05:05

1 – O CRIADOR
Era aquele homem um tanto escritor
E o outro, um pouco poeta e escultor
Que nas surdas e absurdas madrugadas
Sofria do mal das putas e mal amadas.

E era aquele homem, um poeta maldito
E se me diz outro poeta, nisso acredito
Pois tinha o homem a mania de sofrer
E da sua mania fazia seu meio de viver.

E se escrevia era daquilo que sobrevivia
Mas o que vivia era bem mais do que via
Pois nas noites a criar sua arte imunda
Tinha o poeta artimanhas de vagabunda.

2 – A CRIAÇÃO
Sabia que era dom aquilo que o insuflava
Mas a crenças pedia perdão e as insultava
E nos momentos em que todos são nobres
Partia adentrando a madrugada dos pobres.

E bebia o tal homem em plásticas taças
O antigo licor de suas próprias desgraças
E de embriaguez em embriaguez sabia
Que era o próprio sangue que ele bebia.

Mas era apenas um tanto poeta o paspalho
Pois outro era burro feito pedra e cascalho
E por vaidade de um ser tolo e sórdido
Pensou que ser poeta era ser mórbido.

3 – A CRIATURA
E numa noite daquelas sem sua inspiração
Foi-se o paspalho poeta a sua conspiração
Criando a sua imagem e semelhança torta
Uma mulher com pedaços de uma morta.

De rimas fez veias, de versos carne pulsante
E das estrofes fez ossos, sangue e o restante
Pois então criou o poeta com sua maldade
Uma mulher abominável de nome Saudade.

E debaixo de tempestade gritou à sua criatura
– Levanta-te e ande, menina, oh bela escultura,
Pois então, entre os estrondos de um temporal
Ouve-se o ranger dos ossos de um ser amoral.

4 – TEMOR
E ainda sentada à beira da cama, vetusta e cínica
Geme a criatura com a boca cheia de gaze clínica
E seus gemidos foram escutados por muitas feras
Propagados e temidos seria ainda por muitas eras.

E a vaidade, a astuta perversa parceira do escritor
Cegou o homem e emudeceu o cientista e escultor
E pôs-se a gritar às paredes, de forma vil e atrevida:
“Eu sou um deus e à minha semelhança criei a vida.”

Mas o medo lhe percorreu a alma e o poeta chorou
E olhando nos olhos de sua criatura ainda implorou
“És minha criação, e ordeno-lhe a obediência cega”
Sem saber que temor é algo que a criatura renega.

5 – MALDIÇÃO
Quase nua, com trapos ensanguentados a lhe cobrir
Ergue-se a mulher, e em frente a porta antes de abrir
Urra palavras que nunca lhe deixarão de ser ouvidas
“Serei sua desgraça e maldição das vidas mal vividas”. 

E sai pela noite a dama, com longas pernas briosas
A buscar o sangue de machos e de fêmeas gloriosas
Deixando no caminho um rastro de dor e de morte
Certa que sempre será da humanidade sua consorte.

E fica o homem, tal criador daquele ser monstruoso
Tentando dar outras rimas a um objeto harmonioso
Mas jamais um poeta, escravo de sua própria criação
Conseguirá se livrar das asas negras da sua maldição.

6 – MORTE
E segue a megera, maldita desalmada hermafrodita
Com sua nudez retinta e a mudez de quem acredita
A devorar o coração de todos a quem pode seduzir
Com a certeza surda do mal que consegue produzir.

E do alto de sua majestade, diz Saudade, a Monstruosa
“Sou a concubina eterna de uma humanidade suntuosa
E a mim pertencem todas as almas presas à vaidade
Pois não há decerto algum amor nessa humanidade.”

E sua gargalhada sinistra, saída do fundo desse Inferno
Irrompeu a madrugada, e o silêncio se fez vivo e eterno
E das mais negras entranhas da mente do poeta criador
Ouviu-se um gemido e um grito de morte ensurdecedor.

7 – SAUDADE
Morto o poeta, resta Saudade, chorando na sepultura
E lágrimas de falsidade escorrem do rosto da criatura
O tumulo guarda segredos que jamais serão relevados
Antes que a humanidade tenha a seus mortos velados.

E diante dos anjos de pedra e das estátuas de bronze
Ergue-se um corpo podre e fedorento antes das doze
Um cadáver com olhos saltados para fora da caveira
Que grita com sua língua podre por justiça verdadeira. 

E queda-se a Saudade, diante dessa visão perturbadora
Abraçando-se ao defunto feito a uma deusa devoradora
Chora Saudade pelo Poeta e choram o bem e a maldade
E todos choram no lugar chamado Cemitério da Saudade.

8 – APOCALIPSE
E ressuscita o Poeta das entranhas da terra santa
Reunindo as seu redor as crianças de idade tanta
Mas ao abrir os braços que lhe pendem dos ombros
Percebe não haver mais vida debaixo dos escombros.

E clama o Poeta por gente, e chora de joelhos na terra
Mas agora não há mais pessoas, nem paz nem guerra
E o que havia debaixo do Sol, fez-se agora de morte
Nada mais a ser feito: a humanidade achou sua sorte.

Mas ao olhar ao lado, o corpo inerte de sua criação
Ainda reserva nos lábios o sorriso, pulsa o coração
E num ato de desespero, grita o homem ao seu ser:
“Acorda, Saudade, que o mundo precisa renascer.”

9 – RESSURREIÇÃO
E ao terceiro dia, quando não existem mais coveiros
Renasce das trevas Saudade e seus eternos cativeiros
Chora de remorso o Poeta e o homem que lhe implora
E erguem-se do solo as crianças que a terra não devora.

E a Saudade, monstruosa criatura de olhos imensos
Penalizada pelas lágrimas daquele pedidos intensos
Abre os braços, e na terra derrama seu sangue carmim
E grita: “Que viva o Homem e morra a poesia por mim!”

Cumpre-se assim a profecia, e cumpre-se o que foi dito
E nada mais crescerá, nem viverá, naquele solo maldito
Apenas os poetas e as crianças, naquela terra árida viverão
E da planta colhida no Cemitério da Saudade sobreviverão. 

10 – FINALE
E agora, ao voltar meus olhos para um passado distante
Lamentando por mim e recordando o meu feito restante
Choro por Saudade, sua majestade nua e cobiça imensa
E penso: “Que diabos fiz para merecer tal recompensa?”

E em lides poéticas me deploro, em lágrimas de dor choro
Pois há crianças que não crescem, mesmo quando imploro
E eu, em minha brutalidade imensa choro a ira da paixão
Clamando aos céus que arrastem minha alma deste caixão.

E enquanto estiver morta Saudade, estaremos condenados
Nós, eu e as crianças, nesta terra inútil de pobres desolados
Nenhum canto será ouvido, nenhum sorriso na mata densa
E nada restará a não ser saudade, apenas saudade imensa.

16/09/2016

Prompt Para I.A.

Female Vocal, Dual Vocals, Gutural Vocal, Metal, Nu Metal, Hard Rock, Rock, Symphonic Power Metal,

[intro]
[verse]
[intro]
[verse 1]
Era aquele homem um tanto escritor
E o outro, um pouco poeta e escultor
Que nas surdas e absurdas madrugadas
Sofria do mal das putas e mal amadas.

(…)

[Chorus]
She’s aliveeeeeeeeeeeeeee!
[shouted]
[torn]
[repeated]

[outro]
[fade out]

Memórias Arrependidas de Um Poeta Sem Pudor
(Antologia Poética, de 1978 a 2025)
Barata Cichetto
Gênero: Poesia
Ano: 2025
Edição:
Editora: BarataVerso
Páginas: 876
Impressão: Papel Pólen 80g
Capa: Dura
Tamanho: 16 × 23 × 5,2 cm
Peso: 1,50

Brindes Incluídos:
2 Marca-páginas da Poetura Editorial;
1 Marca-página BarataVerso em couro, feito pela Cerne, de Rancharia, SP;
2 Adesivos do BarataVerso;
2 Adesivos da Poetura Editorial.

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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2 Comentários
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Eduardo Schloesser
26/04/2025 0:20

Incrível! Definitivamente sua arte não é para qualquer um. Parabéns!

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