Atualizado em: 21/08/2024, as 12:08
Foi lá que morreu o meu sonho… Num chão batido deu seu último suspiro, mas ainda ecoa o barulho do tiro, que meu vizinho não ouviu pela televisão, nossa única janela de acesso, por onde não recebo seu cumprimento. Ele não vê o sorriso que dou, o aceno de mão que eu não faço, mas nós sabemos da nossa existência, só que a certeza, corre por conta do acaso; ora uma luz se acende, ora outra que se apaga; o barulho da água da torneira, o lixo na lixeira no dia certo, é a moderna e velada forma de comunicação, fortes indícios de que há vida: como ele, da minha janela eu ganho o mundo, basta um movimento da mão, um simples esticar do braço, e o planeta ajunta-se em pouco espaço. Sem abrir a porta eu ganho a rua, vejo praças, pessoas, violência, guerra, crimes e tudo que acontece na terra, às vezes em edição extraordinária; participo de palestras, encontros e debates e sofro com a luta da triste classe operária. Diante de minha janela sou um estúpido livre, uso tão pouco a inteligência… Solitário, não faço julgamentos, nem tiro conclusões: não há alternativas, pra que criar suposições? Não deixa dúvidas, nem preciso valorizá-las, sem com quem falar, por que pensar? Tudo se resolve, quase sempre acaba bem, e como se fosse uma eterna oração, fecho a janela, vou me deitar dizendo amém.
Foi lá que morreu o meu sonho… Num chão batido deu seu último suspiro, mas ainda ecoa ...
Ah, mas no outro dia, entre mentiras e meias verdades, assisto a desfile de modas, novelas, entrevistas, ...
Vejo os rios sofrendo a convulsão, debatem-se preso as margens artificiais, espumando-se, olha-se para frente, a fumaça ...
Ah! Mas bem antes deste meu ingresso, nestemundo de armadilhas de Avanço ou Retrocesso eu colhia vogais ...
Ah, do Paraíso da vida interiorana, triste regresso,deixei um lugar onde tudo era tão verdade, para encarar ...
Tortuoso caminho se deu meu retorno, numa cidade de armadilhas, trilhas, atalhos, onde há o marcado baralho, ...
Venha! Não vamos compactuar desta desgraça, não nos misturemos à maldita fumaça, da ambição, do desamor, nas ...
Ah, quanta insatisfação… Há uma desordem dentro de mim, quase nada me satisfaz, em tudo que procuro ...
Boa tarde, poeta Barata Cichetto. Como vai, nobre pensador Áureo Alessandri? Como vão meus nobres companheiros, de ...
Neste terreno onde às vezes me refugio, da loucura entre Avanço & Retrocesso, é um espaço, um ...
Hoje, não sei por quê! Tão pouco peço, mas sinto a brisa, pela fresta, entrar ardente. Embora ...
Olhem! Percebam! Eu lhes peço! É cruel demais ver tanto descaso, neste mundo de Avanço & Retrocesso ...
Vaza do meu corpo a imensidão do mundo, numa viagem inexoravelmente constante, nesta última fila de espera, ...
A minha vida é uma Cerca Viva. Dentro dela passa o tempo como um rio solitário levando ...
Aos poucos vai despertando este Gigante, pelos homens, que neste instante, em todas as partes onde se ...
Ah, deixe-me correr atrás do sonho! Se há emoção, há vazão num poema, num graveto, num casco ...
Estamos em junho, o mês das Festas Juninas, masnas noites, nenhum recanto luminoso brilha, nenhum fogos, sem ...