Avanço & Retrocesso – 09

Atualizado em: 21/08/2024, as 12:08

Boa tarde, poeta Barata Cichetto. Como vai, nobre pensador Áureo Alessandri? Como vão meus nobres companheiros, de tantas lutas e tantos atropelos? Embora se trave a luta em busca do pão nosso, a luta em busca do honrado dinheiro. Juro, amigos, nunca tive medo de perdê-los. Há na vida as competições infernais, que dos francos, roubam os sentimentos mais nobres e aos poucos, todos nós vamos ficando mais pobres e até nos tornamos irracionais; mas nosso sentimento é diferente, do navio, o mastro principal, e por mais que fiquemos à deriva, não esquecemos a Pátria e o Amor Fraternal, mas confesso, já perdi a noção do tempo, e o que mais me atormenta não é o dia que passa lento, mas as ações tão violentas gerando incerteza e impunidade. É um amanhã cada vez mais distante. Será que o povo se manifesta à toa? Como este meu pensamento que voa pra fora de instante a instante. Acordem antes que seja tarde, seja sua ação, para o povo, um alento, deixem os passos empurrar outros passos, venha enérgico, como os meus pensamentos, não deixem seus olhos se fecharem de cansaço, Ação com a força do Hino, cantaremos ao certo, pois pode crer que neste exato momento, o povo, inevitavelmente, está por perto; Não quero mais esta dúvida, que dia a dia me surpreende, pois eu tenho medo que a felicidade se acabe, e que de repente ninguém mais fale: Puxa vida! Já é tarde! Levante! Não, não é pessimismo, sabe! É receio deste pobre amante. Eu tenho medo que o silêncio tome conta das ruas, que as crianças não lutem mais pelo pequeno espaço, que as árvores comecem a ficarem todas nuas e seus galhos se espreguiçarem de cansaço. Sim, eu tenho medo que tudo fique escuro e que de repente, não mais amanheça e sequer possa ver pichado aquele muro e venha o receio, o temor, a descrença. E até os barulhos do pássaro numa gaiola, tentando ganhar liberdade somente, pare hipnotizado pela serpente e dê o ultimo pulo sem harmonia e surdo. É, eu tenho medo de não mais ver o verde das plantas, só galhos secos se curvando, como se sentisse dor, e do que restasse não surgisse sequer um botão, nem tão pouco o encanto do desabrochar de uma flor…Tenho medo que o pássaro abandone o ramo no caminho e que parta sem esperança de volta, que a mãe não abandonou o filhote no ninho, apenas não voltou por estar morta… Tenho medo que aumente a impunidade e que aumente, mais e mais , o despotismo, e o povo sacrificado perca a crença, e que aumente mais e mais a diferença entre os governantes e governados, tenho medo que os desmandos, ainda não saturados, daqui a pouco se tornem mortais, e tenhamos que usar definitivamente uma máscara, mesmo sem ser carnaval. Sim, amigos, tenho medo que dos ninhos de ogivas, chocados por estes anormais “Civilizados” quebrem-se os ovos com uma força tão agressiva e tudo comece a ficar inanimado.

Medo… Medo… Medo… Sabe, amigos, eu tenho tanto medo… Poeta Ibrahim Khouri. Nobres amigos, o parecer de vocês é por demais importante. Forte abraço e bom fim de semana.

Ibrahim Khouri, Guarulhos, SP, é advogado, poeta e um Livre Pensador!

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