Atualizado em: 21/08/2024, as 12:08
Tortuoso caminho se deu meu retorno, numa cidade de armadilhas, trilhas, atalhos, onde há o marcado baralho, e a viciada roleta que gira, aqui a rede acaricia e fere embalando, num eterno vai e vem…Até quando? Lá atrás ficou a minha doce criança! Emotiva, cheia de contraste, vivia cercada de esperanças. ―Uma frágil planta presa à haste… Sempre preciso pari-la pra compensar meu “Eu” adulto; fujo naquele recanto, onde só ela escuto; Ligados por um elo interno, somos dois numa mesma pessoa. Uma escondendo um inferno, outra travessa e à toa. Somos eu e meu lado menino, feliz, mal- educado, tão forte na sua impotência, longe do ser perfeito, é todo meu lado direito cantando o doce passado, aqui, pra mim, tudo é tão diferente, quanto a ele… Nada o transforma, com seus olhos de novidade, vai quebrando as vidraças da norma. Por isso quando os males da vida desfazem a vista bela tornando a dor tão enorme. Juro! Eu acordo meu lado criança que dorme e choro junto com ela, portanto quando às vezes estou fatigado, meus pensamentos percorrem a distância e comigo vão buscar na minha infância, um fato alegre… Bem engraçado, ora uma cidade que aparece, outra, e mais outra que se segue, até chegar na estação que me aquece, a feliz e inesquecível Campo Alegre, aonde o trem ia embora dando gritos Piuí… Piuí… Piuí, talvez tenha brigado com a Estação. Lenços sacudindo tão aflitos, tentando assim chamar minha atenção, Ah, mas eu saí correndo pela areia, sem imaginar sequer outra parada, sou o centro, tudo me rodeia, o araçá, a gabiroba, o campo, a manada, Mas agora, a não ser lembranças caras… Meu Deus do Céu! O que restou dos meus costumes, do menino feliz das noites claras que corria atrás dos vaga-lumes, como vê o meu regresso enfrentando ora o Avanço, ora o Retrocesso… Hoje… Tudo é tão igual, sem olhos de novidade em meio às forças ocultas que agem, não há mais o grito livre, está preso na garganta, eu não sei descobrir o pássaro que canta, defendido por uma densa folhagem… Que saudades! O menino via um potro, diferente de um cavalo, o cão dele, sempre foi o mais forte, as árvores, em gestação, davam frutos e eu amanhecia com o canto do galo Uuú Uuú, tudo tinha uma dimensão maior, mas era tudo tão de verdade, porque assim eram descobertos pelos meus olhos de novidade, À noite, não havia só lua, estrelas, era uma festa onde brilhavam os pirilampos, os vaga-lumes. Tudo era surpresa: O apito do trem na estação, ninguém sequer falava em contra mão, a Lei era o bom senso, o costume, e a gente sempre fazia folia, sem se importar com a surra, havia o reino da fantasia pra espantar o silêncio. Não! Não se sentava a mesa vazia, havia brinde, oração, companhia. E eu logo queria ter mais idade, sem imaginar que os anos cegariam meus olhos de novidade. Hoje sou este grande sem graça e não fosse, meu neto, meus sobrinhos com suas travessuras, resgatando-me na meia idade, tudo o que se foi, se perdeu ―meus olhos de novidades. Que saudades… Que saudades.
Foi lá que morreu o meu sonho… Num chão batido deu seu último suspiro, mas ainda ecoa ...
Ah, mas no outro dia, entre mentiras e meias verdades, assisto a desfile de modas, novelas, entrevistas, ...
Vejo os rios sofrendo a convulsão, debatem-se preso as margens artificiais, espumando-se, olha-se para frente, a fumaça ...
Ah! Mas bem antes deste meu ingresso, nestemundo de armadilhas de Avanço ou Retrocesso eu colhia vogais ...
Ah, do Paraíso da vida interiorana, triste regresso,deixei um lugar onde tudo era tão verdade, para encarar ...
Tortuoso caminho se deu meu retorno, numa cidade de armadilhas, trilhas, atalhos, onde há o marcado baralho, ...
Venha! Não vamos compactuar desta desgraça, não nos misturemos à maldita fumaça, da ambição, do desamor, nas ...
Ah, quanta insatisfação… Há uma desordem dentro de mim, quase nada me satisfaz, em tudo que procuro ...
Boa tarde, poeta Barata Cichetto. Como vai, nobre pensador Áureo Alessandri? Como vão meus nobres companheiros, de ...
Neste terreno onde às vezes me refugio, da loucura entre Avanço & Retrocesso, é um espaço, um ...
Hoje, não sei por quê! Tão pouco peço, mas sinto a brisa, pela fresta, entrar ardente. Embora ...
Olhem! Percebam! Eu lhes peço! É cruel demais ver tanto descaso, neste mundo de Avanço & Retrocesso ...
Vaza do meu corpo a imensidão do mundo, numa viagem inexoravelmente constante, nesta última fila de espera, ...
A minha vida é uma Cerca Viva. Dentro dela passa o tempo como um rio solitário levando ...
Aos poucos vai despertando este Gigante, pelos homens, que neste instante, em todas as partes onde se ...
Ah, deixe-me correr atrás do sonho! Se há emoção, há vazão num poema, num graveto, num casco ...
Estamos em junho, o mês das Festas Juninas, masnas noites, nenhum recanto luminoso brilha, nenhum fogos, sem ...