Atualizado em: 21/08/2024, as 12:08
Ah, do Paraíso da vida interiorana, triste regresso,deixei um lugar onde tudo era tão verdade, para encarar a Metrópole, com suas armadilhas, esquivanças e falsidade… Que triste Regresso, ao invés de uma vida tão simples, tão pura a estas envoltas em Avanços e Retrocessos. Agora é noite, e dela… Trocaram todo o cenário, foram embora os Patrões já falidos… E com fome, foi embora o operário… Que tristeza! É noite… Desculpe, estou chorando… Desapareceu o crepúsculo, as pessoas agitadas, o encanto do eterno vai-e-vem, agora tudo é mentira, acabou, de vez a verdade, ninguém fala mais com ninguém, e nos olhares tristonhos não se enxerga mais nenhum sonho… Esta é a triste realidade… É noite e ”os gatos são pardos”. Confundem-se humanos e bichos, acorda a Boca do Luxo, desperta a Boca do Lixo, e, não dorme a Cracolândia, ferida no coração da cidade, roubando os bens das pessoas, roubando nossa dignidade. É noite… O governo fareja a rua como se fosse um cão, levanta o focinho pro ar… Mas o que será que procura? No meio do povo… O que caça com armas na mão.
Porque a desculpa antiga? É clara a intimidação… É noite… O escuro esconde a vergonha, e abafa os gemidos de fome, de gente, no chão, dormindo abraçadas, sem ter um pedaço de pão… É noite… Eles consomem o queresta, mas há de terminar esta satânica festa, onde cada gota derramada da taça é dos nossos sonhos, e a razão dos nossos ais. Eles não se importam com os que morreram nas praças, nem nas portas dos hospitais, tudo ao preço de trinta dinheiros, que pra fazer bocas mudas, abrem aos filisteus os celeiros. Conhecemos, de vez, todos os Judas… É noite… Os luminosos estão em silêncio, já não falam em vários idiomas, e ninguém quer saber quem é quem, não importa se a Maria é homem, se o miserável, cansado, morre de fome. Vamos consumindo a migalha que resta, enquanto eles consomem tudo que tem. É noite… E neste teatro de horror, “os atores” mudaram o cenário… Foi embora o Empresário Falido e amassado, foi o operário.
Foi lá que morreu o meu sonho… Num chão batido deu seu último suspiro, mas ainda ecoa ...
Ah, mas no outro dia, entre mentiras e meias verdades, assisto a desfile de modas, novelas, entrevistas, ...
Vejo os rios sofrendo a convulsão, debatem-se preso as margens artificiais, espumando-se, olha-se para frente, a fumaça ...
Ah! Mas bem antes deste meu ingresso, nestemundo de armadilhas de Avanço ou Retrocesso eu colhia vogais ...
Ah, do Paraíso da vida interiorana, triste regresso,deixei um lugar onde tudo era tão verdade, para encarar ...
Tortuoso caminho se deu meu retorno, numa cidade de armadilhas, trilhas, atalhos, onde há o marcado baralho, ...
Venha! Não vamos compactuar desta desgraça, não nos misturemos à maldita fumaça, da ambição, do desamor, nas ...
Ah, quanta insatisfação… Há uma desordem dentro de mim, quase nada me satisfaz, em tudo que procuro ...
Boa tarde, poeta Barata Cichetto. Como vai, nobre pensador Áureo Alessandri? Como vão meus nobres companheiros, de ...
Neste terreno onde às vezes me refugio, da loucura entre Avanço & Retrocesso, é um espaço, um ...
Hoje, não sei por quê! Tão pouco peço, mas sinto a brisa, pela fresta, entrar ardente. Embora ...
Olhem! Percebam! Eu lhes peço! É cruel demais ver tanto descaso, neste mundo de Avanço & Retrocesso ...
Vaza do meu corpo a imensidão do mundo, numa viagem inexoravelmente constante, nesta última fila de espera, ...
A minha vida é uma Cerca Viva. Dentro dela passa o tempo como um rio solitário levando ...
Aos poucos vai despertando este Gigante, pelos homens, que neste instante, em todas as partes onde se ...
Ah, deixe-me correr atrás do sonho! Se há emoção, há vazão num poema, num graveto, num casco ...
Estamos em junho, o mês das Festas Juninas, masnas noites, nenhum recanto luminoso brilha, nenhum fogos, sem ...